ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

UMA FÉ OU UMA FUGA?

A resolução unânime da ONU para combater o terrorismo que um auto-intitulado “estado islâmico” promove, por enquanto em já extensas zonas no Iraque e na Síria, dá-me conta da importância de uma situação que ultrapassa, em dimensão e em crueldade, aquela que a Al-Qaeda de Bin-Laden criou com base na interpretação anti-Ocidental extrema do Corão e amplia a dureza da guerra santa contra os “infiéis e apóstatas” que são todos quantos estejam em desacordo com a que reconduz às origens do Islão e à guerra sem quartel contra os seus “inimigos”.
Não professo o islamismo nem nunca li o Corão. Mesmo assim, é-me difícil acreditar que as barbaridades praticadas por um movimento que tem por objectivo criar um “califado” que se propõe dominar o mundo, sejam próprias de uma religião que tem o Deus único como referência.
Mais me levou a pensar nesta religião estranha à cultura básica da zona do mundo em que nasci e à qual, por isso, dificilmente me adaptaria, muito menos quando se impõe como lei única que não permite a liberdade de pensamento que entendo própria e um direito de qualquer ser humano evoluído.
Por fim, dá-me que pensar a adesão de muitos milhares de jovens ocidentais a esta causa que parece querer criar um mundo diferente deste que tantos problemas graves enfrenta e para o qual as previsões de um futuro negro se adensam cada vez mais.
Quem sabe se não será uma fuga em vez da adesão que parece ser, a fuga de um mundo onde, a cada dia que passa, se torna mais difícil viver e ao qual julgam preferível a incerteza de uma luta que promete fazê-los heróis pelo martírio que, afirmam-lhes, proporcionará, no Além, a felicidade que este mundo lhes não garante.
É, por certo, um equívoco que apenas serve as ambições megalómanas dos mentores que aliciam mentes perturbadas por incertezas ou por situações que sentem injustas e, por isso, pode ser um caminho de fuga alternativo ao que outros meios de autodestruição também têm proporcionado.
Não creio, por isso, que sejam bastantes as decisões tomadas pela ONU sem outras de reforma profunda de um mundo cada vez menos livre seja por imposição de idiossincrasias castrantes seja pelas consequências destruidoras de um consumismo desenfreado do qual o Ocidente parece ainda não recear os perigos!


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