Como das outras vezes, o
último confronto Seguro-Costa não passou da demonstração de total incapacidade para qualquer deles ser o Primeiro-Ministro de que
Portugal precisa. Não passou de uma luta de galos dentro de uma capoeira quase vazia,
o que deixou a nu a total falta de visão dos problemas reais do país e do mundo
a que pertence.
Um confronto onde ninguém
foi além dos lugares comuns, onde dominaram os ressentimentos de um e o manual
de receitas do outro, igualzinho ao de tantos que, sem qualquer sucesso, em
sonhos já construíram a via que nos conduzirá ao mundo dos sonhos.
Da parte de Seguro as
acusações do costume e, uma vez mais, a questão da redução de deputados na
Assembleia da República que Costa considera um “crime” porque reduziria a
representatividade dos pequenos partidos, assim como enfraqueceria a voz do Interior onde o “agricultor
de Portalegre ou de Estremoz” perderia a voz… Como se a redução do número dos “eleitos”
deste país não fosse, apenas, uma parte de uma profunda reforma que tornasse
deveras representativo do povo de Portugal um regime do qual uma certa e limitada casta se
apoderou.
Nunca entendi a utilidade
das “cassetes” dos tais pequenos partidos cuja representatividade ficaria
reduzida, como jamais notei a utilidade de qualquer proposta que tenham feito
ou de algo mais que apenas um único representante não pudesse, sem perda de
eficiência, fazer ao longo de qualquer legislatura.
Não me parece, pois, que a
preocupação com a redução do número de deputados vá para além do corte nos
tachos que a nossa pobreza mantém bem cheios e são a recompensa que uns quantos recebem pelos bons
serviços prestados aos partidos e não ao povo cujos anseios, problemas e necessidades
por completo desconhecem e de cuja voz nem uma tosca imitação sabem fazer.
Senão, onde está a satisfação das necessidades desse Interior, a cada dia mais vazio
e mais pobre, do qual pretendem ser voz aqueles que o Interior não escolhe?
Depois, pretende Costa
relançar o crescimento da economia em Portugal aumentando os salários que,
assim, permitiriam comprar o que a falta de investimentos não permite produzir,
numa escalada de ineficiência que faz lembrar a velha e nunca esclarecida discussão
sobre o que apareceu primeiro, se o ovo se a galinha! Como se os problemas
económicos do país se resolvessem numa azáfama interna de compra e vende que
sempre foi o equívoco de uma falsa prosperidade!
Curioso é que, ao mesmo
tempo, decorre, em Nova Iorque, uma Cimeira onde os problemas terríveis que são
as consequências das variações climáticas se discutem mas se não resolvem, tal
como em muitas outras sobre os problemas do Planeta que a nossa incúria vai
destruindo com as más políticas económicas que temos adoptado.
Nem um dos candidatos a
Primeiro-Ministro de Portugal se lembrou disso, desses problemas que qualquer
governação terá de, inevitavelmente, enfrentar a curto prazo nem fez referência
à enorme demonstração de tomada de consciência popular que foi a universal
Marcha pelo Clima, talvez porque não foi mais uma manifestação sindical que
lhes exige o céu mesmo que se destrua a Terra!
Sem comentários:
Enviar um comentário