ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ENTRE O OVO, A GALINHA E OS INCOMPETENTES REPRESENTANTES DO INTERIOR

Como das outras vezes, o último confronto Seguro-Costa não passou da demonstração de total incapacidade para qualquer deles ser o Primeiro-Ministro de que Portugal precisa. Não passou de uma luta de galos dentro de uma capoeira quase vazia, o que deixou a nu a total falta de visão dos problemas reais do país e do mundo a que pertence.
Um confronto onde ninguém foi além dos lugares comuns, onde dominaram os ressentimentos de um e o manual de receitas do outro, igualzinho ao de tantos que, sem qualquer sucesso, em sonhos já construíram a via que nos conduzirá ao mundo dos sonhos.
Da parte de Seguro as acusações do costume e, uma vez mais, a questão da redução de deputados na Assembleia da República que Costa considera um “crime” porque reduziria a representatividade dos pequenos partidos, assim como enfraqueceria a voz do Interior onde o “agricultor de Portalegre ou de Estremoz” perderia a voz… Como se a redução do número dos “eleitos” deste país não fosse, apenas, uma parte de uma profunda reforma que tornasse deveras representativo do povo de Portugal um regime do qual uma certa e limitada casta se apoderou.
Nunca entendi a utilidade das “cassetes” dos tais pequenos partidos cuja representatividade ficaria reduzida, como jamais notei a utilidade de qualquer proposta que tenham feito ou de algo mais que apenas um único representante não pudesse, sem perda de eficiência, fazer ao longo de qualquer legislatura.
Não me parece, pois, que a preocupação com a redução do número de deputados vá para além do corte nos tachos que a nossa pobreza mantém bem cheios e são a recompensa que uns quantos recebem pelos bons serviços prestados aos partidos e não ao povo cujos anseios, problemas e necessidades por completo desconhecem e de cuja voz nem uma tosca imitação sabem fazer. Senão, onde está a satisfação das necessidades desse Interior, a cada dia mais vazio e mais pobre, do qual pretendem ser voz aqueles que o Interior não escolhe?
Depois, pretende Costa relançar o crescimento da economia em Portugal aumentando os salários que, assim, permitiriam comprar o que a falta de investimentos não permite produzir, numa escalada de ineficiência que faz lembrar a velha e nunca esclarecida discussão sobre o que apareceu primeiro, se o ovo se a galinha! Como se os problemas económicos do país se resolvessem numa azáfama interna de compra e vende que sempre foi o equívoco de uma falsa prosperidade!
Curioso é que, ao mesmo tempo, decorre, em Nova Iorque, uma Cimeira onde os problemas terríveis que são as consequências das variações climáticas se discutem mas se não resolvem, tal como em muitas outras sobre os problemas do Planeta que a nossa incúria vai destruindo com as más políticas económicas que temos adoptado.

Nem um dos candidatos a Primeiro-Ministro de Portugal se lembrou disso, desses problemas que qualquer governação terá de, inevitavelmente, enfrentar a curto prazo nem fez referência à enorme demonstração de tomada de consciência popular que foi a universal Marcha pelo Clima, talvez porque não foi mais uma manifestação sindical que lhes exige o céu mesmo que se destrua a Terra! 


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