Tendo em conta as atávicas
resistências que as mudanças sempre suscitaram e as críticas que, neste mundo
de disputas, interesses particulares sempre aproveitam, julguei que se
exagerava nas que eram feitas a propósito da reforma da Justiça que teve lugar.
Poderia eu acreditar que, em
tão profunda mudança, não tivessem sido tomados todos os cuidados indispensáveis
para reduzir ao mínimo os transtornos sempre inevitáveis em tais casos? Admitir-se-ia
que da reforma não tivesse sido feito um planeamento pormenorizado e cuidado em
que todos os aspectos fossem considerados para o correspondente controlo? De
modo algum!
Mas, passado já tempo
demais e depois das desculpas que a Ministra teve de apresentar pelos
transtornos excessivos causados que, por aquilo de que consigo aperceber-me,
são enormes e, por vezes, dramáticos para muita gente que vê a sua vida
complicada pelos emperramentos que processos para si importantes estão a sofrer,
terei de aceitar, com as cautelas que os habituais exageros não dispensam, que
se tratou de uma atitude leviana a de proceder a uma mudança sem, antes, ter uma
razoável garantia de ser bem sucedida.
É, infelizmente, uma
incompetência indisfarçável a que não acautelou devidamente todos os aspectos
de um processo com múltiplos riscos de falhas que muitas más vontades ainda
mais fariam temer.
Por mais que a Ministra da
Justiça o desdiga, é uma autêntica tragédia o que está a acontecer e nada ajuda
a já tão descredibilizada Justiça portuguesa.
Como múltiplas são as tragédias
que a dimensão pessoal não desqualifica, as que aconteceram num descuidado
processo de colocação de professores pelo qual o Ministro da Educação também, a destempo, se
desculpou!
Não me parecem aceitáveis
tais acontecimentos que revelam incapacidades que uma governação não pode ter
sem graves prejuízos para o país!
São, por isso,
inaceitáveis os ministros que as revelaram.
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