ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 30 de setembro de 2014

AS TRAGÉDIAS E AS DESCULPAS

Tendo em conta as atávicas resistências que as mudanças sempre suscitaram e as críticas que, neste mundo de disputas, interesses particulares sempre aproveitam, julguei que se exagerava nas que eram feitas a propósito da reforma da Justiça que teve lugar.
Poderia eu acreditar que, em tão profunda mudança, não tivessem sido tomados todos os cuidados indispensáveis para reduzir ao mínimo os transtornos sempre inevitáveis em tais casos? Admitir-se-ia que da reforma não tivesse sido feito um planeamento pormenorizado e cuidado em que todos os aspectos fossem considerados para o correspondente controlo? De modo algum!
Mas, passado já tempo demais e depois das desculpas que a Ministra teve de apresentar pelos transtornos excessivos causados que, por aquilo de que consigo aperceber-me, são enormes e, por vezes, dramáticos para muita gente que vê a sua vida complicada pelos emperramentos que processos para si importantes estão a sofrer, terei de aceitar, com as cautelas que os habituais exageros não dispensam, que se tratou de uma atitude leviana a de proceder a uma mudança sem, antes, ter uma razoável garantia de ser bem sucedida.
É, infelizmente, uma incompetência indisfarçável a que não acautelou devidamente todos os aspectos de um processo com múltiplos riscos de falhas que muitas más vontades ainda mais fariam temer.
Por mais que a Ministra da Justiça o desdiga, é uma autêntica tragédia o que está a acontecer e nada ajuda a já tão descredibilizada Justiça portuguesa.
Como múltiplas são as tragédias que a dimensão pessoal não desqualifica, as que aconteceram num descuidado processo de colocação de professores pelo qual o Ministro da Educação também, a destempo, se desculpou!
Não me parecem aceitáveis tais acontecimentos que revelam incapacidades que uma governação não pode ter sem graves prejuízos para o país!
São, por isso, inaceitáveis os ministros que as revelaram. 


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