No discurso de
encerramento do Fórum Socialismo 2014 promovido pelo seu partido, o BE, e no
qual, por certo, seria intenção analisar e discutir os problemas sérios e
inquietantes que aos ideais socialistas se colocam, muito particularmente os
problemas com que a economia mundial confronta a materialização do Estado
Social, a coordenadora Catarina Martins fez, ao invés do que a lógica faria esperar,
o “balanço da actuação ao Executivo” em “1166 dias de governo de Passos Coelho
e Portas” durante os quais houve, “em cada dia uma má notícia para o país”!!!
E ficámos sem a boa
notícia de saber as novidades sobre o que, afinal, será o papel do socialismo nesta
situação de enorme risco para o futuro do país e da Humanidade. Os lugares
comuns que a Catarina balbucia vezes sem conta? Esses, por certo, não contam.
Incapaz de criticar tanto que o merece ser, mais uma vez usa o tema da maledicência que não tem variações porque delas são incapazes os que, sem ideias que possam ser
um contributo real para as mudanças ideológicas e políticas que a grave
situação do país e do mundo urgentemente necessitam, nada mais fazem do que desmerecer
o que outros façam, o que é, como sempre, o refúgio dos inúteis.
É a velha questão do ponto
de vista, do modo como se olham as coisas, do saber e da competência que se
tenha para as analisar fora do quadro da “engenharia intelectual” que, oportunistamente,
contorna os problemas para não os enfrentar e diz mal dos outros para que não
reparem no muito mal que possam dizer de si.
Não se espera, certamente,
que uma barata veja o mundo como o vê uma girafa. E são demais as baratas que
por aí rastejam a procurar, nas sobras de um país destroçado, os pedaços de que
se possam, ainda, alimentar.
Infelizmente, nunca vi
deste partido que se diz de extrema esquerda, qualquer contributo decente na
função que os partidos devem ter no controlo da função governativa, a qual se
limita a criticar com factos e estatísticas da sua autoria ou distorcidos pela
sua imaginação.
Não é isto que espero de
um partido político que gasta uma parte dos impostos que pago e, por isso, em
relação ao qual, assim como a todos os outros, eu posso dizer, consomem a cada
dia que passa e nas suas campanhas eleitorais, imenso dinheiro que bem mais
útil seria noutras aplicações.
Não sei qual será o
destino deste partido que nasceu de uma mixórdia de tendências, marxistas,
leninistas, trotskistas, socialistas e sociais democratas de esquerda e sei lá
mais quantas, da qual acabou por não sair qualquer ideia ou ideal consistente e
digno de ser considerado um parceiro útil na procura das soluções de que
necessitamos.
Por isso, este “nada” nada
mais faz, nos seus altos e baixos agora mais baixos do que nunca, do que ser
uma nota estridente na sinfonia desafinada da nossa política.
É pena porque não é assim
que Portugal irá trilhar o caminho que o levaria a uma vida com mais qualidade,
porque as críticas como as qua faz este BE se desvalorizam por si próprias.
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