ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A INUTILIDADE DO NADA

No discurso de encerramento do Fórum Socialismo 2014 promovido pelo seu partido, o BE, e no qual, por certo, seria intenção analisar e discutir os problemas sérios e inquietantes que aos ideais socialistas se colocam, muito particularmente os problemas com que a economia mundial confronta a materialização do Estado Social, a coordenadora Catarina Martins fez, ao invés do que a lógica faria esperar, o “balanço da actuação ao Executivo” em “1166 dias de governo de Passos Coelho e Portas” durante os quais houve, “em cada dia uma má notícia para o país”!!!
E ficámos sem a boa notícia de saber as novidades sobre o que, afinal, será o papel do socialismo nesta situação de enorme risco para o futuro do país e da Humanidade. Os lugares comuns que a Catarina balbucia vezes sem conta? Esses, por certo, não contam.
Incapaz de criticar tanto que o merece ser, mais uma vez usa o tema da maledicência que não tem variações porque delas são incapazes os que, sem ideias que possam ser um contributo real para as mudanças ideológicas e políticas que a grave situação do país e do mundo urgentemente necessitam, nada mais fazem do que desmerecer o que outros façam, o que é, como sempre, o refúgio dos inúteis.
É a velha questão do ponto de vista, do modo como se olham as coisas, do saber e da competência que se tenha para as analisar fora do quadro da “engenharia intelectual” que, oportunistamente, contorna os problemas para não os enfrentar e diz mal dos outros para que não reparem no muito mal que possam dizer de si.
Não se espera, certamente, que uma barata veja o mundo como o vê uma girafa. E são demais as baratas que por aí rastejam a procurar, nas sobras de um país destroçado, os pedaços de que se possam, ainda, alimentar.
Infelizmente, nunca vi deste partido que se diz de extrema esquerda, qualquer contributo decente na função que os partidos devem ter no controlo da função governativa, a qual se limita a criticar com factos e estatísticas da sua autoria ou distorcidos pela sua imaginação.
Não é isto que espero de um partido político que gasta uma parte dos impostos que pago e, por isso, em relação ao qual, assim como a todos os outros, eu posso dizer, consomem a cada dia que passa e nas suas campanhas eleitorais, imenso dinheiro que bem mais útil seria noutras aplicações.
Não sei qual será o destino deste partido que nasceu de uma mixórdia de tendências, marxistas, leninistas, trotskistas, socialistas e sociais democratas de esquerda e sei lá mais quantas, da qual acabou por não sair qualquer ideia ou ideal consistente e digno de ser considerado um parceiro útil na procura das soluções de que necessitamos.
Por isso, este “nada” nada mais faz, nos seus altos e baixos agora mais baixos do que nunca, do que ser uma nota estridente na sinfonia desafinada da nossa política.
É pena porque não é assim que Portugal irá trilhar o caminho que o levaria a uma vida com mais qualidade, porque as críticas como as qua faz este BE se desvalorizam por si próprias.


Sem comentários:

Enviar um comentário