Hoje os socialistas vão a
votos, mas ainda não entendi bem para que. Aliás, nem sequer sei muito bem quem
vai votar porque nos cadernos eleitorais se inscreveram militantes socialistas,
estes sem dúvida do PS, e simpatizantes que são mais difíceis de definir e de
fidelidade menos garantida. Creio até, pelo que ouvi dizer e até vi escrito, que haverá quem esteja inscrito mesmo sem nunca ter feito a inscrição!
Mesmo assim, os inscritos para votar
não chegam a uma centena e meia de milhar, um número muito distante daquele que
poderia, em eleições legislativas, garantir qualquer representação parlamentar
ao PS. O que me parece, pelo menos, muito estranho!
São assim tão poucos os
que, perante o desastre que apregoam estar a ser a presente governação e constituiu
um tema forte e dominante na campanha, garantidamente desejam que António Costa
ou António José Seguro sejam, em vez de Passos Coelho ou de outro qualquer, o
próximo Primeiro-Ministro de Portugal?
A campanha a nível
nacional, com tão extensa e constante cobertura mediática não conseguiu que
mais gente se determinasse neste acto que os socialistas e muitos
comentadores até crêem ser a escolha antecipada do nosso futuro Primeiro-Ministro?
Quanto à competência que
um ou outro me pareça ter para governar este país que, por motivos óbvios, eu
gostaria que fosse bem governado para sair destes tempos conturbados que
vivemos, já disse o que tinha para dizer e foi o que deduzi dos frente a frente
que me deixaram desiludido demais com a falta de qualidade de um ou de outro.
Nenhum deles me despertou a mais ténue esperança de que algo pudesse passar a
ser melhor neste país que necessita, urgentemente, de ser inteligente, determinado e de unir esforços para ser
digno da sua História de mais de oitocentos anos.
Finalmente, depois
de contados os votos destes poucos que se decidiram a votar, o que sucederá? Fica simplesmente decidido quem, se o PS
vencer as próximas legislativas, será o indicado para constituir governo ou,
como António Costa parece desejar, será o vencedor de hoje quem passará, desde
já, a dirigir o partido e a prepará-lo para as próximas eleições?
Acharia estranho que assim
fosse porque o Secretário Geral do PS é, regulamentarmente, eleito em
Congresso, o que estas eleições, com toda a certeza, não são!
Enfim, para lá dos danos que
esta competição venha a causar ao PS, do qual mostrou a falta de ideias e de
propostas concretas das quais o país necessita, outras demandas poderão causar
ainda mais danos, assim como poderá ser um precedente de uma instabilidade que em
democracia não deveria existir, como a que causam estas atitudes que de
democráticas nada têm porque estão impregnadas pelo espírito de PREC (processo
revolucionário em curso) que nunca terá desaparecido desde o 25 de Abril de
1974! O que significa que, em Portugal, jamais a democracia evoluiu ou
sequer se estabilizou.
E já lá vão quarenta anos!
E já lá vão quarenta anos!
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