ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 28 de setembro de 2014

AS PRIMÁRIAS SOCIALISTAS E O ESPÍRITO DO PREC

Hoje os socialistas vão a votos, mas ainda não entendi bem para que. Aliás, nem sequer sei muito bem quem vai votar porque nos cadernos eleitorais se inscreveram militantes socialistas, estes sem dúvida do PS, e simpatizantes que são mais difíceis de definir e de fidelidade menos garantida. Creio até, pelo que ouvi dizer e até vi escrito, que haverá quem esteja inscrito mesmo sem nunca ter feito a inscrição!
Mesmo assim, os inscritos para votar não chegam a uma centena e meia de milhar, um número muito distante daquele que poderia, em eleições legislativas, garantir qualquer representação parlamentar ao PS. O que me parece, pelo menos, muito estranho!
São assim tão poucos os que, perante o desastre que apregoam estar a ser a presente governação e constituiu um tema forte e dominante na campanha, garantidamente desejam que António Costa ou António José Seguro sejam, em vez de Passos Coelho ou de outro qualquer, o próximo Primeiro-Ministro de Portugal?
A campanha a nível nacional, com tão extensa e constante cobertura mediática não conseguiu que mais gente se determinasse neste acto que os socialistas e muitos comentadores até crêem ser a escolha antecipada do nosso futuro Primeiro-Ministro?
Quanto à competência que um ou outro me pareça ter para governar este país que, por motivos óbvios, eu gostaria que fosse bem governado para sair destes tempos conturbados que vivemos, já disse o que tinha para dizer e foi o que deduzi dos frente a frente que me deixaram desiludido demais com a falta de qualidade de um ou de outro. Nenhum deles me despertou a mais ténue esperança de que algo pudesse passar a ser melhor neste país que necessita, urgentemente, de ser inteligente, determinado e de unir esforços para ser digno da sua História de mais de oitocentos anos.
Finalmente, depois de contados os votos destes poucos que se decidiram a votar, o que sucederá? Fica simplesmente decidido quem, se o PS vencer as próximas legislativas, será o indicado para constituir governo ou, como António Costa parece desejar, será o vencedor de hoje quem passará, desde já, a dirigir o partido e a prepará-lo para as próximas eleições?
Acharia estranho que assim fosse porque o Secretário Geral do PS é, regulamentarmente, eleito em Congresso, o que estas eleições, com toda a certeza, não são!
Enfim, para lá dos danos que esta competição venha a causar ao PS, do qual mostrou a falta de ideias e de propostas concretas das quais o país necessita, outras demandas poderão causar ainda mais danos, assim como poderá ser um precedente de uma instabilidade que em democracia não deveria existir, como a que causam estas atitudes que de democráticas nada têm porque estão impregnadas pelo espírito de PREC (processo revolucionário em curso) que nunca terá desaparecido desde o 25 de Abril de 1974! O que significa que, em Portugal, jamais a democracia evoluiu ou sequer se estabilizou.
E já lá vão quarenta anos!


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