Nesta segunda ronda de
frente-a-frente, de Seguro não ouvi mais do que aquilo que, ao longo de cerca
de três anos, lhe ouvi quase todos os dias. Uma série de soluções cheias de
“se” e sem uma base segura para as fundamentar.
De Costa ouvi o trivial,
como se tivesse aberto um manual de receitas, aquele que tantos têm usado nas
suas intervenções para dizer como deve ser feito. Pelos vistos sem grande
sucesso porque continua o mundo a caminhar no sentido contrário àquele que,
supostamente, as receitas tinham a intenção de o encaminhar.
Como tantas vezes tenho
escrito, falta aquela variável determinante que os economistas ainda não
conseguiram introduzir nas suas equações, as condições de fronteira que balizam
as suas funções, as alterações que, entretanto, aconteceram e não deixam, sequer, à mais fértil imaginação, campo de manobra que permita que se gaste mais daquilo que é cada vez menos. É o parâmetro que corresponde à
“exiguidade” inevitável quando o domínio é finito.
De fantasias estou farto e
de livros de receitas também, porque sei, de ciência certa, que as fantasias só
trazem desilusão e não há livro de receitas que faça um cozinheiro!
Aliás, as receitas de
Costa não são novidade e não passam de quase um “carreirinho do cego” onde
qualquer peça fora do sítio é um enorme problema. E nos tempos que vão correndo
quase tudo está a ficar fora do lugar…
Como seria natural, nesta
guerra partidária fratricida, Seguro acusa Costa de ter um discurso igual ao do
Governo e Costa confronta Seguro com a falta de uma boa oposição ao longo de
três anos de um Governo fragilizado pelas medidas duras que teve de tomar e
cujos resultados se mostrariam nos resultados eleitorais que, afinal, não
conseguiu!
Mas nenhum dos dois
conseguiu evitar reconhecer as origens do problemas que vivemos, para os quais
foram práticas próprias do seu partido, os excessos próprios de um socialismo que, para existir, precisa do capitalismo que diz combater, o que as agravou.
E, deste modo, uma boa
parte do confronto se dirimiu entre receitas fantasiosas e conservadoras, entre
princípios de uma abrangência que nunca acontece e a rigidez de quem ou governa
sozinho e como entende, com muitas e limitadas linhas vermelhas a delimitar os
seus princípios, ou se demite!
Mas tirando estes
pormenores dos recitais que se dizem com mais ou menos convicção e não vão além
das tácticas eleitorais que deslumbram os seguidistas e convencem os incautos, compromissos
reais e determinantes de uma política em função de uma realidade que, todos
vemos, muito se alterou, não existiram porque o manual de Costa está desactualizado e a
inflexibilidade de Seguro também não é atitude inteligente em tempos de tantas mudanças
que prometem fazer deste nosso mundo um lugar como jamais o conhecemos.
Lamento que sejam estes os
candidatos do PS a futuro Primeiro-Ministro de Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário