ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O “PRIMEIRO” DA DESILUSÃO II - QUEM SE SENTA NA CADEIRA?

Nesta segunda ronda de frente-a-frente, de Seguro não ouvi mais do que aquilo que, ao longo de cerca de três anos, lhe ouvi quase todos os dias. Uma série de soluções cheias de “se” e sem uma base segura para as fundamentar.
De Costa ouvi o trivial, como se tivesse aberto um manual de receitas, aquele que tantos têm usado nas suas intervenções para dizer como deve ser feito. Pelos vistos sem grande sucesso porque continua o mundo a caminhar no sentido contrário àquele que, supostamente, as receitas tinham a intenção de o encaminhar.
Como tantas vezes tenho escrito, falta aquela variável determinante que os economistas ainda não conseguiram introduzir nas suas equações, as condições de fronteira que balizam as suas funções, as alterações que, entretanto, aconteceram e não deixam, sequer, à mais fértil imaginação, campo de manobra que permita que se gaste mais daquilo que é cada vez menos. É o parâmetro que corresponde à “exiguidade” inevitável quando o domínio é finito.
De fantasias estou farto e de livros de receitas também, porque sei, de ciência certa, que as fantasias só trazem desilusão e não há livro de receitas que faça um cozinheiro!
Aliás, as receitas de Costa não são novidade e não passam de quase um “carreirinho do cego” onde qualquer peça fora do sítio é um enorme problema. E nos tempos que vão correndo quase tudo está a ficar fora do lugar…
Como seria natural, nesta guerra partidária fratricida, Seguro acusa Costa de ter um discurso igual ao do Governo e Costa confronta Seguro com a falta de uma boa oposição ao longo de três anos de um Governo fragilizado pelas medidas duras que teve de tomar e cujos resultados se mostrariam nos resultados eleitorais que, afinal, não conseguiu!
Mas nenhum dos dois conseguiu evitar reconhecer as origens do problemas que vivemos, para os quais foram práticas próprias do seu partido, os excessos próprios de um socialismo que, para existir, precisa do capitalismo que diz combater, o que as agravou.
E, deste modo, uma boa parte do confronto se dirimiu entre receitas fantasiosas e conservadoras, entre princípios de uma abrangência que nunca acontece e a rigidez de quem ou governa sozinho e como entende, com muitas e limitadas linhas vermelhas a delimitar os seus princípios, ou se demite!
Mas tirando estes pormenores dos recitais que se dizem com mais ou menos convicção e não vão além das tácticas eleitorais que deslumbram os seguidistas e convencem os incautos, compromissos reais e determinantes de uma política em função de uma realidade que, todos vemos, muito se alterou, não existiram porque o manual de Costa está desactualizado e a inflexibilidade  de Seguro também não é atitude inteligente em tempos de tantas mudanças que prometem fazer deste nosso mundo um lugar como jamais o conhecemos.
Lamento que sejam estes os candidatos do PS a futuro Primeiro-Ministro de Portugal.

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