ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

AS INCERTEZAS DO ORÇAMENTO


Falar no orçamento do Estado está na ordem do dia. Acerca dele se dizem as coisas mais díspares. Que é bom e que é mau, que é de execução impossível ou problemática e, para lá de tudo isto, que está contra todos, até o FMI, a Comissão Europeia, a OCDE e eu sei lá mais quem que têm outras ideias acerca do que venham a ser o crescimento económico, as receitas dos impostos, os custos da administração e outros parâmetros que são os que permitem fazer uma previsão do que possa acontecer. Porque um orçamento não é mais do que isso.
E pelo que leio nas redes sociais e na Comunicação Social e oiço nos comentários que se fazem seja onde for, todos têm as suas ideias, menos eu que nenhuma faço do que, brevemente, possa acontecer.
Creio que nunca um orçamento terá sido tão difícil de fazer como este que em quase tudo depende de coisas que aconteçam um pouco por todo o mundo e sobre as quais não temos qualquer controlo.
Aliás, temos controlo sobre o que ou a certeza de que?
Saberemos nós se na próxima semana se iniciará uma guerra violenta na Ucrânia que os tanques de Putin mais uma vez terão invadido?
Quantos mais escândalos financeiros ainda irão acontecer em Portugal ou por esse mundo fora?
Irá, por milagre, reanimar-se a economia europeia e a de outros países que nos compram o que produzimos?
Não me parece que, tal como as coisas estão, possamos ter a certeza seja do que for e, por isso, não sei como, nestas condições, será possível fazer previsões seguras. Melhor, a única certeza que tenho é que, mal o poder de compra melhora um pouco, aumentam em cerca de 30% as compras de automóveis novos e as importações depressa se tornam o triplo das importações. Esta é a maior certeza da economia de consumo.
Muitos realçam e criticam as rectificações que os últimos orçamentos têm sofrido, assacando ao Governo as responsabilidades de tal, por incompetência.
Eu penso que não é assim e fico a pensar qual será o comandante que, no meio de uma tempestade utiliza o “piloto automático” em vez de proceder, ele próprio, às manobras oportunas que as circunstâncias lhe façam ver serem necessárias, para manter a sua nave em segurança.
Há muito que me não dou conta de orçamentos que não precisem de ser ajustados, tal como este que vai ser aprovado, mais do que certamente, vai necessitar.
Então, por que andarão certos políticos a querer-nos fazer crer que não seria assim se fossem eles a faze-lo se irão, por certo, fazer o mesmo?
Ou será que nos querem deixar entregues à sorte que pode afundar o barco de vez?


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