ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OS SUSPEITOS DO COSTUME


Começa a ser hora de abrir os olhos para a realidade e estar atento ao que se passa no mundo da política portuguesa porque as eleições legislativas se aproximam e votar sem consciência ou não tomar decisão alguma não é atitude que sirva os interesses de qualquer de nós.
Deveria a história destas últimas dezenas de anos ter-nos mostrado como fomos descuidados nas escolhas que fizemos, nas promessas em que acreditámos, na depredação do património comum que consentimos e, até, nas inconveniências e nas ilegalidades a que fechámos os olhos.
Mas permite-nos a realidade que vivemos reconhecer a gravidade dos erros que cometemos pelos efeitos nefastos que causaram e que tanta infelicidade nos têm custado porque, em vez de pensar, nos deixámos levar pelas “cantigas ao desafio” dos que disputavam o poder, em vez de lhes exigirmos a seriedade de compromissos que a vida de milhões de nós merece.
Deixámos crescer uma classe política oportunista de cujas balelas as nossas palmas foram o ritmo e os nossos aplausos a grandeza que nunca tiveram os discursos da “banha de cobra” que nos impingiam.
É, por isso, chegada a hora de deixar de lado os chavões sonantes que, mesmo em versões melhoradas, sempre dizem o mesmo utilizando as técnicas publicitárias que tiram partido da nossa distracção ou ingenuidade para comprar o que não queremos.
Estar atento e não ir em cantigas é, pois, a primeira atitude sensata num momento em que o futuro de todos nós está em causa pelas graves carências que sentimos, as quais são o resultado de incompetências delapidantes e de manobras de licitude questionável ou mesmo ilícitas que não podemos mais consentir aos que, periodicamente, se apresentam como salvadores da pátria.
As eleições têm de, definitivamente, deixarem de ser a “suspeita periódica de que a maioria tem razão”, para serem a escolha certa que a nossa consciência, não perturbada por contos da carochinha, deve fazer.
Os chavões e as frases feitas, cuidadosamente definidos para se sobreporem às reflexões cuidadas que sempre deveremos fazer para compreender o que se passa, vão encher ecrãs, páginas de jornais e enfeitar cartazes para serem o ruído intenso e a festa que, na falta de ideias que a maioria dos nossos políticos demonstra, nos vai distrair das questões sérias a que é urgente dar resposta.


Sem comentários:

Enviar um comentário