Começa a ser hora de abrir
os olhos para a realidade e estar atento ao que se passa no mundo da política
portuguesa porque as eleições legislativas se aproximam e votar sem consciência
ou não tomar decisão alguma não é atitude que sirva os interesses de qualquer de
nós.
Deveria a história destas
últimas dezenas de anos ter-nos mostrado como fomos descuidados nas escolhas
que fizemos, nas promessas em que acreditámos, na depredação do património
comum que consentimos e, até, nas inconveniências e nas ilegalidades a que
fechámos os olhos.
Mas permite-nos a
realidade que vivemos reconhecer a gravidade dos erros que cometemos pelos
efeitos nefastos que causaram e que tanta infelicidade nos têm custado porque,
em vez de pensar, nos deixámos levar pelas “cantigas ao desafio” dos que
disputavam o poder, em vez de lhes exigirmos a seriedade de compromissos que a
vida de milhões de nós merece.
Deixámos crescer uma
classe política oportunista de cujas balelas as nossas palmas foram o ritmo e
os nossos aplausos a grandeza que nunca tiveram os discursos da “banha de cobra”
que nos impingiam.
É, por isso, chegada a
hora de deixar de lado os chavões sonantes que, mesmo em versões melhoradas,
sempre dizem o mesmo utilizando as técnicas publicitárias que tiram partido da
nossa distracção ou ingenuidade para comprar o que não queremos.
Estar atento e não ir em
cantigas é, pois, a primeira atitude sensata num momento em que o futuro de
todos nós está em causa pelas graves carências que sentimos, as quais são o resultado
de incompetências delapidantes e de manobras de licitude questionável ou mesmo
ilícitas que não podemos mais consentir aos que, periodicamente, se apresentam
como salvadores da pátria.
As eleições têm de,
definitivamente, deixarem de ser a “suspeita periódica de que a maioria tem
razão”, para serem a escolha certa que a nossa consciência, não perturbada por
contos da carochinha, deve fazer.
Os chavões e as frases
feitas, cuidadosamente definidos para se sobreporem às reflexões cuidadas que
sempre deveremos fazer para compreender o que se passa, vão encher ecrãs,
páginas de jornais e enfeitar cartazes para serem o ruído intenso e a festa que,
na falta de ideias que a maioria dos nossos políticos demonstra, nos vai
distrair das questões sérias a que é urgente dar resposta.
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