É bem conhecido aquele
ditado “quem cabritos vende mas cabras não tem…”, o qual sempre me pareceu
muito bem adequado ao Luxemburgo, um pequeno ducado com uma população de pouco
mais de meio milhão de habitantes, uma superfície de cerca de 2.500 Km2 e sem
recursos naturais de valor que justifiquem a riqueza que o faz o país com o
rendimento per capita mais elevado do mundo.
O seu sector financeiro,
muito forte, é um refúgio para muitas empresas de todo o mundo que ali fazem
acordos fiscais secretos que lhes permitem poupar nos impostos nos respectivos
países, como uma grande investigação jornalística recentemente apurou, o que
faz do Luxemburgo, um país da União Europeia e da Zona Euro, um paraíso fiscal secreto
que, por ser assim, não respeita as regras que todos os membros devem respeitar, com isso prejudicando os seus parceiros.
Serão mais de 300 as
empresas que se aproveitam desses acordos, algumas das quais operam em Portugal,
pelo que a Direcção de Serviços de
Investigação da Fraude e de Ações Especiais tem sob investigação as empresas
portuguesas com sucursais no Luxemburgo, as quais podem estar a beneficiar de
tais acordos secretos e que possam estar a beneficiar do pagamento de taxas de impostos reduzidas,
em alguns casos de apenas 1%.
Mas, na Europa, não será
apenas o Luxemburgo que se presta a tais fugas que prejudicam as economias de
outros países europeus, entre os quais Portugal.
Curiosamente, é um
ex-primeiro ministro do Luxemburgo, aquele sobre o qual recaem as suspeitas dos
acordos secretos que prejudicam as finanças de outros países europeus, o
escolhido para suceder a Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia!
Sem comentários:
Enviar um comentário