ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

AFINAL, O QUE SE PASSA NO PAÍS?


O ex-Presidente da República Jorge Sampaio, de quem os jornalistas tentaram saber o que pensava sobre a prisão de Sócrates, limitou-se a dizer estar “muito preocupado com o que se está a passar no país”!
Foi pena não dizer o que se está a passar que tanto assim o preocupa porque considero Sampaio um político em quem o que aconteça não provoca reacções intempestivas mas ponderadas, um homem sensato e com capacidade para analisar os momentos que se vivem, as circunstâncias e os problemas que mereçam particular atenção.
Fiquei sem o saber, mas duvido que Sampaio engrosse as fileiras dos que entendem ser a “operação marquês” apenas uma cabala montada pelos que “estão a empobrecer o país e, em vez de Sócrates, deveriam ser presos”. Talvez por isso se tenha escusado a dizer o que pensa porque mais ainda poderia destacar as intempestivas reacções do seu camarada Soares nesta hora, sem dúvida complicada, que requer mais ponderação e bom senso do que reacções desbocadas.
Tenho entendido o que se vem passando no país não como algo que me preocupe demais mas como uma inflexão que as circunstâncias impuseram num já longo caminho de “desmandos democráticos”, das liberdades sem limites, das leviandades sem contenção e da utopia de um eldorado em que, sem preocupações, todos viveríamos felizes.
Já que a razão não foi capaz de o prever, mostraram as circunstâncias que esse lugar de sonho para que a Constituição aponta nos seus propósitos, não existe. Por isso seria inevitável que chegasse este momento de por as coisas no seu devido lugar, a hora de esclarecer o que tiver de ser esclarecido e de fazer o que tiver de ser feito para endireitar o caminho que teremos de fazer pelo nosso pé. Não às costas de alguém e ser regido por regras democráticas sensatas e justas.
Preocupava-me, sim, a caminhada irresponsável pelos equívocos e pelos excessos em que caímos e nos fez reféns de oportunistas que se foram aproveitando da nossa ingenuidade. Quem são eu não sei ao certo. Mas que há vidas que me surpreendem pelo “sucesso” rápido que alcançaram e que há óbvios privilégios que a maioria de nós sustenta sem deles nem um pouco desfrutar, disso não me restam dúvidas.
Deveria assim continuar?
Penso que, finalmente, o país está a acordar do sonho mirífico da felicidade sem dor, disposto a por um fim nos excessos dos que, à custa de todos nós, apenas se preocuparam com a sua própria felicidade.
Mas teremos de fazer esse caminho com rigor e com prudência, sem excessos e paixões que tudo deitem a perder.
Que a Justiça seja esclarecida e bem sucedida nos seus propósitos é o que mais desejo.


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