ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O QUE VALE UM VOTO?

Entrou-se numa fase aguda da luta dos descréditos, do dizer mal e de apontar os erros por uns e por outros supostamente cometidos, para marcar pontos nestes treinos para a corrida eleitoral que se aproxima, com o natural propósito de partir no lugar da frente.
E pouco ou nada mais do que isto acontece neste país que não consegue mostrar que tem ideias nem, sequer, como seu maior propósito o de se levantar da lama em que caiu porque está demasiadamente preocupado com o poder que este ou aquele pode exercer melhor do que os outros. É o contrário do que teríamos de fazer. Mas faz-se assim no país das romarias e das merendas que, por mais fartas que sejam, sempre acabam por se esgotar.
Como simples eleitor não comprometido com quaisquer forças políticas nem com as ideologias tacanhas que não vêem que o seu tempo já passou, como alguém que, decerto como a maioria de todos nós, mais não deseja do que ver o seu país bem conduzido na senda de um futuro mais tranquilo, apenas me resta prestar atenção ao que se passa, escutar as fantasias barrocas dos que lutam pelo poder para, depois, fazer os meus juízos.
Postos de lado, por inúteis, os palavreados sonantes inspirados por manuais políticos já bolorentos e, também, cuidadosamente evitadas as truculências de crónicas e comentários prenhes de preconceitos ou de interesses pessoais e partidários que não conseguem disfarçar, fico sozinho com a capacidade que tenha para ajuizar sobre o que fazer daquele voto onde, em democracia, dizem que está a minha força.
No desasossego da minha consciência não consigo, para lá das hipocrisias e dos cinismos dos que violentamente se confrontam, não me preocupar com o modo como por eles se deixam seduzir tantos desprevenidos que colocam em meras verborreias exaltadas a sua esperança de um futuro melhor, em vez de fazerem do seu voto a força que apenas uma consciência esclarecida lhe permitiria ser.
E tenho de questionar a tal força do meu voto que, afinal, não passa de mais um entre os que o ruído da confusão inutiliza e, por isso, é nada perante a força dos “negócios” que a política gera, desde as empresas de sondagens aos comentários em horário nobre, das tiragens de jornais aos negócios escuros que nos dizem que acontecem, tudo isto não para benefício dos cidadãos votantes mas daqueles em quem eles votam.
É necessário esperar que a degradação chegue ao fim para começar de novo? Então, o que restará para recomeçar?

Em breve o futuro nos esclarecerá.


Sem comentários:

Enviar um comentário