É um facto que o que se
passou com o aproveitamento dos vistos gold é reprovável por todas as razões
que se agravam quando são responsáveis por altos cargos do Estado que se
prestam a actos criminosos dos quais os não julgaríamos capazes.
Não se prestam já os
tempos à impunidade que até há bem pouco tempo sempre deixava a culpa solteira
nem à irresponsabilidade política por aquilo que aconteça.
O Ministro da Administração
Interna reconheceu a situação de fragilidade em que ficou por diversas razões compreensíveis
e não por questões de responsabilidade pessoal que tenha assumido, pelo que se demitiu.
O aproveitamento político
pelos que reclamam eleições antecipadas foi imediato, com as repercussões que
podem ser notadas nestes programas de antena aberta, como o que estou a ouvir
neste momento, em que se amplia o eco dos chavões que os mentores da revolta política
provocam na massa que os escuta e, depois, confunde alhos com bogalhos, como
acontece quando se compara a atitude de Miguel Macedo com a de Jorge Coelho
após a queda da Ponte Hintze Ribeiro que lhe não trazia responsabilidade
política alguma mas que acelerou as vantagens da condição de ex-ministro.
Finalmente as culpas que
são atribuídas a quem tenha imaginado ou legislado os agora famigerados vistos
gold que alguns, os inteligentes do costume, já sabiam que daria este resultado,
sugerem-me a pergunta simples de saber se será responsável por um atropelamento
o construtor do carro que outro conduzia.
Mas recorda-me que, diz o saber de experiência feito, "o bom julgador por si julga".
Mas recorda-me que, diz o saber de experiência feito, "o bom julgador por si julga".
Mas que outras
circunstâncias de responsabilidade e de incompetência política já deveriam ter
levado outros ministros a demitirem-se também, é coisa em que não posso deixar
de pensar a propósito da atitude de Miguel Macedo.
Pelo que oiço àqueles a quem, depois de quarenta anos, as jogadas políticas mais simplórias ainda enganam, francamente duvido que sejamos um povo já preparado para a democracia!
Pelo que oiço àqueles a quem, depois de quarenta anos, as jogadas políticas mais simplórias ainda enganam, francamente duvido que sejamos um povo já preparado para a democracia!
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