Diz uma notícia que acabo
de ler que a saída de Miguel Macedo do governo está a criar sérios problemas ao
PSD cujos dirigentes estão preocupados com a “perda de peso político” que de
tal resulta. Afirmam, até, que o partido fica fragilizado, com menos capacidade
para a batalha política que se avizinha.
Além disso preocupa-os,
também, a escolha feita por Passos Coelho para substituir Miguel Macedo numa
pasta que vai exigir muita experiência, sangue frio e decisão num período de
tempo, o de campanha eleitoral, em que a agitação social tende a aumentar.
Qualidades que a nova ministra, sem experiência política, não terá, apesar de
toda a competência técnica que possa ter.
E todas estas preocupações
parecem justas de sentir depois de, ao longo de três anos, o PSD tudo ter feito
para se auto destruir. É que nem faço ideia do PSD que exista hoje, sobretudo
pelas manifestações de fragilidade demonstradas por aqueles a quem, julgaria
eu, competia serem a força renovada que o deveria fazer vencer.
Desde a vitória de Passos
Coelho que os habituais pesos-pesados do partido, aqueles que eram as caras
mais conhecidas, foram desaparecendo das lides partidárias. Alguns deles abandonaram
o partido, outros suspenderam a militância e, para além disso, alguns destes têm-no
enfrentado com mais força do que aquela de que uma Oposição de muito pouca
qualidade mostrou ser capaz.
Aliás, o mesmo acontecera
no PS durante o “consulado” de Seguro que substituiu os desacreditados “gerontes” por outra gente a quem competiria, também, renovar as forças de um partido
enfraquecido e descredibilizado pelos desgovernos do ambicioso e leviano Sócrates.
Mas, afinal, tudo quanto parecia
lógico que acontecesse, uma renovação que o tempo que passa exige que seja
feita, não terá sido mais do que um interregno no drama em curso, no qual os
actores afastados, aos poucos se reergueram e aparecem agora, quais múmias
desmaiadas, para ocuparem, de novo, os seus lugares.
Terá sido um tempo perdido
este que vivemos, como que uma pausa no tempo que jamais deixa de avançar, o
que significa, naturalmente, mais um atraso na evolução de que não parecemos ser
capazes, mais um ficar para trás num pelotão do qual conhecemos bem a cauda.
Quando a evolução que o
tempo impõe não acontece, quando são as ideias velhas a dominar as que a novos
tempos não conseguiram adaptar-se, a consequência só pode ser mais um penoso
equívoco do qual, como desde há muito acontece, mais uma vez, amargamente nos
arrependeremos.
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