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ACORDO ORTOGRÁFICO
O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
ANO EUROPEU DE COMBATE À POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL
A pobreza é um problema mundial crescente, traduzido em estatísticas revoltantes que dizem que mais de 24.000 pessoas morrem de fome em cada dia que passa e que outras mais de mil milhões vivem na pobreza extrema. Mas, neste Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social que vai terminar e integrou o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, para além de meritórias iniciativas privadas, de pouco mais me dei conta do que de belas palavras e boas intenções sem evidentes resultados práticos na minimização das inumeráveis tragédias que, por esse Mundo, acontecem.
Nem podia deixar de ser assim porque não é com “boa vontade” que se combate a pobreza e, muito menos, se erradica. A pobreza é um problema grave do Mundo que as circunstâncias vão tornando cada vez maior, sendo necessária uma mudança profunda do nosso modo de viver para que os limitados recursos naturais, que são de todos, possam proporcionar as condições satisfatórias de vida a que qualquer ser humano tem direito.
Nunca foi preocupação primeira do Homem a repartição a que a “caridade cristã” apela falando aos corações dos que mais têm mas que preferem ter cada vez mais porque nenhum mais é bastante, nem a que o “comunismo” teorizou e prometeu mas da qual apenas resultaram novas elites favorecidas, uma pobreza cada vez maior e um estrondoso fracasso. Mas também não será o capitalismo desenfreado, desrespeitador dos equilíbrios naturais indispensáveis à vida e indiferente à justiça social que preencherá o fosso que separa ricos e pobres.
Por isso a pobreza continua a ser a realidade que tenta encontrar, nas sobras dos que têm demais, aquilo de que necessita para sobreviver, numa proximidade de que foram resultando áreas cada vez mais extensas de barracas, bairros de lata, favelas, muceques, caniço, ou seja lá o que for que se lhes chame, a envolver cidades.
Mas o problema assume dimensões maiores, passando das cidades aos continentes e ao mundo inteiro, acompanhando a globalização que realça os desequilíbrios dentre os quais este é o mais desumano.
Para os que tentam escapar do inferno das zonas mais degradadas e pobres do mundo, a envelhecida Europa é um destino muito desejado, apesar de todos os seus problemas. São milhares, muitos milhares os que arriscam a vida para a alcançar e, quando o conseguem, por aqui se vão mantendo como podem, longe das vistas dos que têm a seu cargo controlar tais migrações. Apesar das más condições em que, tantas vezes, vivem, preferem-nas às que tinham no seu lugar de origem.
Num futuro não muito distante talvez sejam milhões, muitos milhões os que, seja por qual modo for, na Europa se tentarão instalar também, porque a população nas zonas mais desfavorecidas cresce a um ritmo muito elevado, do que resultam insuportáveis privações a que nenhum ser humano consegue resistir nem merece estar sujeito.
Há por esse mundo fora multidões amarguradas pela fome e pela doença, desejosas de se livrarem das dores a que, pelo nascimento, a sorte as condenou. Existem povos que autênticos carrascos escravizam e exploram em terras que, podendo ser férteis, as perseguições ou a guerra não deixam que nelas se produza o que lhes mataria a fome.
Os que se dizem defensores dos direitos do Homem deixam-se manietar por absurdas regras de conduta de um “Direito Internacional” pouco interventivo ou resguardam-se num conveniente faz-de-conta que não impede que execráveis opressores pratiquem barbaridades que, não raras vezes, atingem a “limpeza étnica”.
Assiste o chamado “mundo evoluído”, sereno, aos horrores que, por não serem seus, lhes não causam grande mossa, sem pensar que, um dia, talvez se veja envolvido na “grande confusão” que a sua falta de intervenção e de solidariedade para com os desfavorecidos originou. E se, alguma vez, eles resolvem reclamar a parte dos bens do mundo que lhes pertence? Como se pára a grande invasão?
A pobreza é um problema global que nenhum país ou continente pode, definitivamente, resolver só por si.
É mais um problema de dimensão mundial que, tal como outros muito sérios para o futuro da Humanidade, a crise financeira parece ter feito esquecer, mostrando bem como ela afastou os valores sociais e morais das preocupações políticas. Porém, os seus efeitos far-se-ão sentir com toda a crueza se, a tempo, o Homem não se der conta do que terá de mudar para poder viver em paz.
(Publicado no Notícias de Manteigas de Dezembro 2010)
Nem podia deixar de ser assim porque não é com “boa vontade” que se combate a pobreza e, muito menos, se erradica. A pobreza é um problema grave do Mundo que as circunstâncias vão tornando cada vez maior, sendo necessária uma mudança profunda do nosso modo de viver para que os limitados recursos naturais, que são de todos, possam proporcionar as condições satisfatórias de vida a que qualquer ser humano tem direito.
Nunca foi preocupação primeira do Homem a repartição a que a “caridade cristã” apela falando aos corações dos que mais têm mas que preferem ter cada vez mais porque nenhum mais é bastante, nem a que o “comunismo” teorizou e prometeu mas da qual apenas resultaram novas elites favorecidas, uma pobreza cada vez maior e um estrondoso fracasso. Mas também não será o capitalismo desenfreado, desrespeitador dos equilíbrios naturais indispensáveis à vida e indiferente à justiça social que preencherá o fosso que separa ricos e pobres.
Por isso a pobreza continua a ser a realidade que tenta encontrar, nas sobras dos que têm demais, aquilo de que necessita para sobreviver, numa proximidade de que foram resultando áreas cada vez mais extensas de barracas, bairros de lata, favelas, muceques, caniço, ou seja lá o que for que se lhes chame, a envolver cidades.
Mas o problema assume dimensões maiores, passando das cidades aos continentes e ao mundo inteiro, acompanhando a globalização que realça os desequilíbrios dentre os quais este é o mais desumano.
Para os que tentam escapar do inferno das zonas mais degradadas e pobres do mundo, a envelhecida Europa é um destino muito desejado, apesar de todos os seus problemas. São milhares, muitos milhares os que arriscam a vida para a alcançar e, quando o conseguem, por aqui se vão mantendo como podem, longe das vistas dos que têm a seu cargo controlar tais migrações. Apesar das más condições em que, tantas vezes, vivem, preferem-nas às que tinham no seu lugar de origem.
Num futuro não muito distante talvez sejam milhões, muitos milhões os que, seja por qual modo for, na Europa se tentarão instalar também, porque a população nas zonas mais desfavorecidas cresce a um ritmo muito elevado, do que resultam insuportáveis privações a que nenhum ser humano consegue resistir nem merece estar sujeito.
Há por esse mundo fora multidões amarguradas pela fome e pela doença, desejosas de se livrarem das dores a que, pelo nascimento, a sorte as condenou. Existem povos que autênticos carrascos escravizam e exploram em terras que, podendo ser férteis, as perseguições ou a guerra não deixam que nelas se produza o que lhes mataria a fome.
Os que se dizem defensores dos direitos do Homem deixam-se manietar por absurdas regras de conduta de um “Direito Internacional” pouco interventivo ou resguardam-se num conveniente faz-de-conta que não impede que execráveis opressores pratiquem barbaridades que, não raras vezes, atingem a “limpeza étnica”.
Assiste o chamado “mundo evoluído”, sereno, aos horrores que, por não serem seus, lhes não causam grande mossa, sem pensar que, um dia, talvez se veja envolvido na “grande confusão” que a sua falta de intervenção e de solidariedade para com os desfavorecidos originou. E se, alguma vez, eles resolvem reclamar a parte dos bens do mundo que lhes pertence? Como se pára a grande invasão?
A pobreza é um problema global que nenhum país ou continente pode, definitivamente, resolver só por si.
É mais um problema de dimensão mundial que, tal como outros muito sérios para o futuro da Humanidade, a crise financeira parece ter feito esquecer, mostrando bem como ela afastou os valores sociais e morais das preocupações políticas. Porém, os seus efeitos far-se-ão sentir com toda a crueza se, a tempo, o Homem não se der conta do que terá de mudar para poder viver em paz.
(Publicado no Notícias de Manteigas de Dezembro 2010)
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
UMA “INCOMPREENSÍVEL FORMA DE JULGAR”
O acórdão do tribunal de Primeira Instância que julgou e, praticamente, absolveu os elementos que constituíram o famoso “gang do Multibanco”, resumindo a sua condenação a dois anos e meio de prisão para um dos seus membros, foi duramente criticado pelo Tribunal da Relação que, por isso, mandou repetir o julgamento dos que, em pouco mais de dois anos, roubaram cerca de dois milhões em caixas ATM.
Apraz-me verificar que, nos seus comentários, o Tribunal da Relação se interroga “onde está, neste caso, a justiça que a Sociedade pretende e ao serviço da qual, supostamente, foram postas as leis?”.
Para além de todas as críticas, o TR considera a anterior decisão como “corrosiva para a imagem da Justiça”.
Poderia transferir o entendimento deste TR para diversos outros casos em que, também, se não terá feito a justiça que se esperaria que o fosse.
Estes juízes da Relação devem sentir bem como a Justiça está desqualificada em Portugal, onde acontecem as coisas mais estranhas que a Sociedade – a tal ao serviço da qual a Justiça supostamente está – não compreende e condena.
Bom seria que esta atitude marcasse uma mudança num estado de coisas alarmante em que a Justiça vezes demais se não faz em nome do Povo, como o deveria ser, mas sim em nome dos que conduzem os julgamentos e ditam as sentenças e, cometam os erros que cometerem, são inimputáveis.
Justiça rápida e confiável, na qual a Sociedade se reveja pelos valores que defende, é aquela de que necessitamos para fazer o país progredir.
Apraz-me verificar que, nos seus comentários, o Tribunal da Relação se interroga “onde está, neste caso, a justiça que a Sociedade pretende e ao serviço da qual, supostamente, foram postas as leis?”.
Para além de todas as críticas, o TR considera a anterior decisão como “corrosiva para a imagem da Justiça”.
Poderia transferir o entendimento deste TR para diversos outros casos em que, também, se não terá feito a justiça que se esperaria que o fosse.
Estes juízes da Relação devem sentir bem como a Justiça está desqualificada em Portugal, onde acontecem as coisas mais estranhas que a Sociedade – a tal ao serviço da qual a Justiça supostamente está – não compreende e condena.
Bom seria que esta atitude marcasse uma mudança num estado de coisas alarmante em que a Justiça vezes demais se não faz em nome do Povo, como o deveria ser, mas sim em nome dos que conduzem os julgamentos e ditam as sentenças e, cometam os erros que cometerem, são inimputáveis.
Justiça rápida e confiável, na qual a Sociedade se reveja pelos valores que defende, é aquela de que necessitamos para fazer o país progredir.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O PONTO, A VÍRGULA E OUTRAS COISAS
Quantas vezes dou comigo a pensar nas desgraças deste país, do que nada parece escapar.
Portugal tornou-se um país mal amado pelos próprios portugueses que desdenham os seus costumes, as suas normas, a sua língua.
Já nem me canso a falar de quão mal tanta gente fala português, o que se tornou, infelizmente, frequente até em pessoas que, pelos cargos que ocupam, deveriam ser bons falantes da sua língua materna.
Melhor seria que se “entretessem” (ou entretivessem?) a estudar um pouco de português para que não tânhamos (ou tenhamos?) de escutar as suas calinadas.
Mas há, também, aqueles que preferem alterar o português a seu bel prazer ou, pateticamente, desejam mostrar o seu poliglotismo bacoco a dizerem “ponto come” e a trocarem a vírgula pelo ponto que outra coisa não é senão a demonstração da sua ignorância da terminologia numérica em Portugal. Nem farão, talvez, ideia da diferença entre mil milhões e um bilião!
O que é um país que não tem respeito pelo que é seu?
Portugal tornou-se um país mal amado pelos próprios portugueses que desdenham os seus costumes, as suas normas, a sua língua.
Já nem me canso a falar de quão mal tanta gente fala português, o que se tornou, infelizmente, frequente até em pessoas que, pelos cargos que ocupam, deveriam ser bons falantes da sua língua materna.
Melhor seria que se “entretessem” (ou entretivessem?) a estudar um pouco de português para que não tânhamos (ou tenhamos?) de escutar as suas calinadas.
Mas há, também, aqueles que preferem alterar o português a seu bel prazer ou, pateticamente, desejam mostrar o seu poliglotismo bacoco a dizerem “ponto come” e a trocarem a vírgula pelo ponto que outra coisa não é senão a demonstração da sua ignorância da terminologia numérica em Portugal. Nem farão, talvez, ideia da diferença entre mil milhões e um bilião!
O que é um país que não tem respeito pelo que é seu?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
O FAMOSO MUNDO DAS MENTIRAS
Sinto-me chocado por um programa que acabo de ver num canal televisivo que revelou como se promovem os “famosos” do tipo Lili Caneças, José Castelo Branco e outros, de como se fazem pagar para participarem em festas, de como se combinam as fotos “proibidas” dos paparazi, de como se inventam histórias para revistas e se “fabricam” celebridades, enfim, que falou das inutilidades que movimentam milhões e levam as pessoas a gastar, por ano, quase quarenta milhões em revistas cor-de-rosa, neste país de tanga!
Numa comunicação social que atravessa dias difíceis, com profissionais qualificados com o ganha-pão em risco, as “revistas dos mexericos sociais” conhecem dias eufóricos, com os ditos “famosos”, os cronistas e os promotores de eventos sociais a engordarem as suas contas bancárias.
Mas não os critico por explorarem a “pobreza” alheia…
Numa comunicação social que atravessa dias difíceis, com profissionais qualificados com o ganha-pão em risco, as “revistas dos mexericos sociais” conhecem dias eufóricos, com os ditos “famosos”, os cronistas e os promotores de eventos sociais a engordarem as suas contas bancárias.
Mas não os critico por explorarem a “pobreza” alheia…
domingo, 28 de novembro de 2010
A REMODELAÇÃO
Há circunstâncias em que as pessoas mostram melhor o que são, a competência que têm e a capacidade que possuem para enfrentar os problemas.
A “crise”, esta crise que não há maneira de ser resolvida (talvez porque não tenha solução pelas vias prosseguidas), ainda não ensinou nada aos políticos que a deveriam ter evitado e, agora, também não sabem resolvê-la.
Falam, falam, falam, dizem e desdizem, fazem previsões do que nunca acontece, prometem o que não cumprem, afirmam coisas que depressa se vê não serem verdade e envolvem-se em lutas com fantasmas que nunca poderão vencer e, deste modo, vão revelando toda a sua incapacidade para serem responsáveis pelos futuros dos países que, supostamente, governam.
Perante o iniludível fracasso do governo, fala-se agora de uma inevitável remodelação ministerial, na qual, entre outros, a substituição de três ministros parece inevitável.
Teixeira dos Santos, o das Finanças, será vítima por ter cedido às imposições do seu “chefe”, o tal que “puxa sozinho pelo país”, para quem encher o território de infra-estruturas excessivamente extemporâneas é o verdadeiro sinal de progresso, mesmo que tal signifique a ruína que todo o povo suportará.
Outro, o dos negócios Estrangeiros, cometeu a leviandade de contradizer os princípios de “orgulhosamente só” do “chefe” que se considera o “salvador da Pátria” quando não será mais do que o seu coveiro.
O terceiro, o ministro das Obras Públicas, uma espécie de “voz do dono” como o anterior já fora, também será dos que não resistirão à crise porque defender o indefensável é tarefa para os que sempre acabam sendo as vítimas de quem lhes “encomendou o sermão”.
Tudo isto, atendendo às razões pelas quais a remodelação se vai fazer, lembra-me aquela justiça que condena o “executante”, deixando o “mandante” em paz.
Assim, que melhor remodelação poderia haver do que “remodelar” o Primeiro-Ministro a quem já muito pouca gente reconhece competência para o ser, que tem como principal qualidade ser um excelente motivo para novas anedotas e em cujas afirmações já ninguém acredita?
Mas como bom povo que somos, cínico e medroso, fazemos manifestações contra o governo em vez de retirarmos a confiança ao Primeiro-Ministro que a maioria de nós escolheu!
A “crise”, esta crise que não há maneira de ser resolvida (talvez porque não tenha solução pelas vias prosseguidas), ainda não ensinou nada aos políticos que a deveriam ter evitado e, agora, também não sabem resolvê-la.
Falam, falam, falam, dizem e desdizem, fazem previsões do que nunca acontece, prometem o que não cumprem, afirmam coisas que depressa se vê não serem verdade e envolvem-se em lutas com fantasmas que nunca poderão vencer e, deste modo, vão revelando toda a sua incapacidade para serem responsáveis pelos futuros dos países que, supostamente, governam.
Perante o iniludível fracasso do governo, fala-se agora de uma inevitável remodelação ministerial, na qual, entre outros, a substituição de três ministros parece inevitável.
Teixeira dos Santos, o das Finanças, será vítima por ter cedido às imposições do seu “chefe”, o tal que “puxa sozinho pelo país”, para quem encher o território de infra-estruturas excessivamente extemporâneas é o verdadeiro sinal de progresso, mesmo que tal signifique a ruína que todo o povo suportará.
Outro, o dos negócios Estrangeiros, cometeu a leviandade de contradizer os princípios de “orgulhosamente só” do “chefe” que se considera o “salvador da Pátria” quando não será mais do que o seu coveiro.
O terceiro, o ministro das Obras Públicas, uma espécie de “voz do dono” como o anterior já fora, também será dos que não resistirão à crise porque defender o indefensável é tarefa para os que sempre acabam sendo as vítimas de quem lhes “encomendou o sermão”.
Tudo isto, atendendo às razões pelas quais a remodelação se vai fazer, lembra-me aquela justiça que condena o “executante”, deixando o “mandante” em paz.
Assim, que melhor remodelação poderia haver do que “remodelar” o Primeiro-Ministro a quem já muito pouca gente reconhece competência para o ser, que tem como principal qualidade ser um excelente motivo para novas anedotas e em cujas afirmações já ninguém acredita?
Mas como bom povo que somos, cínico e medroso, fazemos manifestações contra o governo em vez de retirarmos a confiança ao Primeiro-Ministro que a maioria de nós escolheu!
domingo, 21 de novembro de 2010
A POBREZA NA EUROPA E NO MUNDO
Quase a terminar o Ano Europeu para Combate à Pobreza e Exclusão Social, Durão barroso afirmou: “Não queremos que fique por 2010 esta luta contra a pobreza. Por isso, a estratégia 'Europa 2020', que a Comissão Europeia apresentou para o crescimento económico da Europa, fixou o objectivo de reduzir pelo menos em 20 milhões o número de pessoas que vivem em risco de pobreza e assim criar uma Europa mais justa, mais coesa e solidária".
Digo eu: Independentemente das dificuldades que sentirá para sair da crise grave em que se encontra, se conseguir debelá-la, o problema da pobreza na Europa é uma parte menor do problema da pobreza no mundo onde, a cada hora que passa mais de 20.000 pessoas morrem de fome e outras mais de mil milhões vivem com menos de um dólar por dia…
Terá de entender a Europa que não conseguirá resolver o problema apenas internamente porque se trata de um problema à escala global que não deixará de afectar todos os países e regiões. Não poderá a Europa pretender ser excepção num mundo que é de todos e, um dia, os cada vez mais numerosos pobres reclamarão!
Digo eu: Independentemente das dificuldades que sentirá para sair da crise grave em que se encontra, se conseguir debelá-la, o problema da pobreza na Europa é uma parte menor do problema da pobreza no mundo onde, a cada hora que passa mais de 20.000 pessoas morrem de fome e outras mais de mil milhões vivem com menos de um dólar por dia…
Terá de entender a Europa que não conseguirá resolver o problema apenas internamente porque se trata de um problema à escala global que não deixará de afectar todos os países e regiões. Não poderá a Europa pretender ser excepção num mundo que é de todos e, um dia, os cada vez mais numerosos pobres reclamarão!
sábado, 20 de novembro de 2010
CONTRA A GUERRA? SIM!
Acabo de ver uma manifestação contra a NATO, feita por uns poucos centos de manifestantes que desciam a Avenida da Liberdade. Não fossem uns microfones através dos quais se gritavam palavras de ordem a que ninguém respondia e o facto de aquela importante via de Lisboa ter sido fechada ao tráfego, mais pareceria um passeio dos pacatos, em nada semelhante às manifestações tumultuosas e, muitas vezes, selvagens ocorridas em outros países a quando de outras cimeiras.
Agradou-me aquela tranquilidade porque uma manifestação contra a guerra só pode ser pacífica. Naturalmente.
De bom gosto me ligaria aos manifestantes se não fosse a falta de isenção que revelam.
A guerra não tem apenas uma parte. Onde estava a manifestação contra a outra?
Agradou-me aquela tranquilidade porque uma manifestação contra a guerra só pode ser pacífica. Naturalmente.
De bom gosto me ligaria aos manifestantes se não fosse a falta de isenção que revelam.
A guerra não tem apenas uma parte. Onde estava a manifestação contra a outra?
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
O VALOR DOS NÚMEROS
Dizia-me um amigo advogado com muita experiência que, nos tribunais, só ainda não tinha visto vacas voarem. Foi do que me lembrei quando ouvi um ministro, o da Presidência ou seja do que for, dizer que a diferença entre as previsões do governo e da OCDE para o crescimento de Portugal era apenas de quatro décimas pois o primeiro admite que Portugal vai crescer 0,2%, enquanto o organismo internacional prevê um retrocesso correspondente a -0,2%.
Ao Sr ministro nunca ninguém, certamente, ensinou o valor dos números porque não sabe distinguir um valor positivo de outro negativo, isto é, nem faz ideia da diferença que entre os dois existe e que muito ultrapassa o valor aritmético para além do qual parece não conseguir ver!
Não me atrevo a falar das tendências associadas a um e a outro nem das consequências do crescimento e da recessão, pois não quero baralhar aquelas cabecinhas pensadoras que tão esgotadas devem estar por tanto trabalharem em prol de todos nós.
Nesta situação de enormes problemas em que nos encontramos, as declarações de um ministro que se dirige ao povo desvalorizando a diferença entre crescimento e recessão, como se tal não tivesse influência na vida de todos nós, é um desaforo que não deveria passar em claro.
Não entendo, depois de tantas manifestações de incompetência de que esta foi apenas mais uma, onde estão os 30% que ainda tencionam votar no Partido Socialista.
Ao Sr ministro nunca ninguém, certamente, ensinou o valor dos números porque não sabe distinguir um valor positivo de outro negativo, isto é, nem faz ideia da diferença que entre os dois existe e que muito ultrapassa o valor aritmético para além do qual parece não conseguir ver!
Não me atrevo a falar das tendências associadas a um e a outro nem das consequências do crescimento e da recessão, pois não quero baralhar aquelas cabecinhas pensadoras que tão esgotadas devem estar por tanto trabalharem em prol de todos nós.
Nesta situação de enormes problemas em que nos encontramos, as declarações de um ministro que se dirige ao povo desvalorizando a diferença entre crescimento e recessão, como se tal não tivesse influência na vida de todos nós, é um desaforo que não deveria passar em claro.
Não entendo, depois de tantas manifestações de incompetência de que esta foi apenas mais uma, onde estão os 30% que ainda tencionam votar no Partido Socialista.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
REAVALIAR. O QUE É E PARA QUE SERVE?
Não esperava ver discutido na Assembleia da República o significado de qualquer palavra, muito menos de uma que não apresenta qualquer dificuldade. “Reavaliar” é, simplesmente, avaliar de novo. E se avaliar é determinar o valor de qualquer coisa, facilmente se chegará ao significado mais cabal de “reavaliar”.
Mas não me parece que o significado da palavra seja a questão! Mais me parece que seja “para que serve reavaliar”?
No acordo para a viabilização do OE, o PSD impôs a condição de “reavaliação” de diversas iniciativas do governo, entre as quais os chamados grandes investimentos em obras públicas, onde a discussão sobre a execução imediata do TGV Lisboa – Madrid continua a alimentar o confronto entre os minoritários socialistas e todos os demais.
A “reavaliação” de obras públicas só poderá ter como objectivo o reajustamento da decisão de as executar ou do momento em que mais convém que sejam executadas.
Não consta que, no acordo, seja excepção o caso do troço “Poceirão - Caia” da linha de grande velocidade entre as duas capitais ibéricas que o governo, numa atitude óbvia para criar um facto consumado, se apressou a adjudicar contra o parecer, generalizado, de todas as demais forças políticas para além da que o suporta e de especialistas.
Sendo assim, a sua reavaliação terá de ser feita, ou o acordo não será cumprido.
Se, como o ministro das obras públicas (e que jeito tem Sócrates para escolher os ministros deste sector…) afirmou na AR, a obra vai avançar como previsto, é oportuno perguntar que reavaliação foi feita e quais as conclusões a que chegou? Ficou claro que o empreendimento é proveitoso e que é vantajoso executá-lo nesta altura de enormíssimas dificuldades financeiras?
Porém, depois dele, o ministro das finanças garantiu, também na AR, que o acordo vai ser cumprido, fazendo-o de modo que não exclui o cancelamento da empreitada pois referiu os custos que tal atitude terá. É óbvio que tais custos devem ser levados em conta, como o deverá ser a atitude de, contra tudo e contra todos, a empreitada ter sido, inoportunamente, adjudicada!
Curioso é que, na candidatura conjunta Portugal-Espanha para a organização do Mundial de Futebol, a execução do TGV Lisboa-Madrid até 2013 seja uma das garantias dadas!!!
Mas não me parece que o significado da palavra seja a questão! Mais me parece que seja “para que serve reavaliar”?
No acordo para a viabilização do OE, o PSD impôs a condição de “reavaliação” de diversas iniciativas do governo, entre as quais os chamados grandes investimentos em obras públicas, onde a discussão sobre a execução imediata do TGV Lisboa – Madrid continua a alimentar o confronto entre os minoritários socialistas e todos os demais.
A “reavaliação” de obras públicas só poderá ter como objectivo o reajustamento da decisão de as executar ou do momento em que mais convém que sejam executadas.
Não consta que, no acordo, seja excepção o caso do troço “Poceirão - Caia” da linha de grande velocidade entre as duas capitais ibéricas que o governo, numa atitude óbvia para criar um facto consumado, se apressou a adjudicar contra o parecer, generalizado, de todas as demais forças políticas para além da que o suporta e de especialistas.
Sendo assim, a sua reavaliação terá de ser feita, ou o acordo não será cumprido.
Se, como o ministro das obras públicas (e que jeito tem Sócrates para escolher os ministros deste sector…) afirmou na AR, a obra vai avançar como previsto, é oportuno perguntar que reavaliação foi feita e quais as conclusões a que chegou? Ficou claro que o empreendimento é proveitoso e que é vantajoso executá-lo nesta altura de enormíssimas dificuldades financeiras?
Porém, depois dele, o ministro das finanças garantiu, também na AR, que o acordo vai ser cumprido, fazendo-o de modo que não exclui o cancelamento da empreitada pois referiu os custos que tal atitude terá. É óbvio que tais custos devem ser levados em conta, como o deverá ser a atitude de, contra tudo e contra todos, a empreitada ter sido, inoportunamente, adjudicada!
Curioso é que, na candidatura conjunta Portugal-Espanha para a organização do Mundial de Futebol, a execução do TGV Lisboa-Madrid até 2013 seja uma das garantias dadas!!!
sábado, 13 de novembro de 2010
PREPOTÊNCIAS E DIREITOS HUMANOS
Aung San Suu Kyi, ex-secretária geral da Liga Nacional para a Democracia da Birmânia (Nyanmar), venceu as eleições em 1990 mas não ocupou o lugar de Primeiro-Ministro que, por direito, lhe pertencia porque uma Junta Militar o não permitiu e tomou conta do poder no país.
Desde então e apesar de lhe ter sido atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1991, esta activista dos direitos humanos passou a maioria do tempo, cerca de 17 anos, em prisão domiciliária sem qualquer comunicação com o exterior.
Foi hoje libertada esta resistente já com 65 anos, mas nada garante que os ditadores da Junta Militar a não voltem a privar de liberdade quando virem o seu poder, agora retomado em eleições fantoches, ameaçado.
Também Liu Xiaobo, de 55 anos, crítico literário, professor e activista dos direitos humanos, se encontra encarcerado na China em consequência das suas exigências de abertura democrática no seu país. A sua luta valeu-lhe o Prémio Nobel da Paz, mas de nada valem as pressões sobre um regime acusado de graves atropelos aos direitos humanos pela Amnistia Internacional.
São casos que deveriam envergonhar toda a Humanidade, aos quais se juntam outros de regimes ferozes que subjugam povos inteiros mas que ficam sem a reprovação clara e determinada da ONU que nada faz de positivo para os corrigir. Nas relações entre países, os valores económicos falam mais alto.
Desde então e apesar de lhe ter sido atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1991, esta activista dos direitos humanos passou a maioria do tempo, cerca de 17 anos, em prisão domiciliária sem qualquer comunicação com o exterior.
Foi hoje libertada esta resistente já com 65 anos, mas nada garante que os ditadores da Junta Militar a não voltem a privar de liberdade quando virem o seu poder, agora retomado em eleições fantoches, ameaçado.
Também Liu Xiaobo, de 55 anos, crítico literário, professor e activista dos direitos humanos, se encontra encarcerado na China em consequência das suas exigências de abertura democrática no seu país. A sua luta valeu-lhe o Prémio Nobel da Paz, mas de nada valem as pressões sobre um regime acusado de graves atropelos aos direitos humanos pela Amnistia Internacional.
São casos que deveriam envergonhar toda a Humanidade, aos quais se juntam outros de regimes ferozes que subjugam povos inteiros mas que ficam sem a reprovação clara e determinada da ONU que nada faz de positivo para os corrigir. Nas relações entre países, os valores económicos falam mais alto.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
TÊM AS CRISES UM LIMITE?
Esta crise que parece não ter mais fim possui, para além do seu tempo de duração que ainda ninguém foi capaz de determinar, a característica de ser mundial! Nenhuma outra crise anterior o fora.
Do que me pude aperceber ao longo do muito tempo que já por aqui ando e que a história das crises pode confirmar, é que o intervalo entre crises foi decrescendo ao longo do tempo, enquanto as áreas abrangidas se foram ampliando até que, como nesta, a crise abrange o mundo inteiro.
Outro pormenor a ter em conta é que o “mundo” directamente afectável por crises financeiras se foi tornando maior, com um enorme crescimento na última década quando países tão populosos como a China e a Índia se tornaram economias com muito peso no contexto mundial, mesmo que a maior parte das suas populações ainda não tenha sentido os seus benefícios.
O consumo crescente de recursos que uma população cada vez maior reclama e que tende a duplicar nos próximos anos, coloca outra questão que terá de voltar à ribalta das preocupações: a capacidade de suporte do nosso planeta.
Sendo que todos os recursos naturais são finitos, não será possível promover continuadamente o seu consumo como o actual modo de viver consumista exige. Este factor de desequilíbrio acentuar-se-á à medida que o número de consumidores e os níveis de consumo aumentam.
Por outro lado, como a “riqueza” global não pode exceder o valor dos recursos disponíveis há, necessariamente, um limite para o nível médio de consumo que, sem uma contenção que o racionalize, acabará, fatalmente, por decrescer, eventualmente através de um colapso desestabilizador.
Começa a ficar cada vez mais evidente a escassez de recursos, bem como os danos ambientais resultantes do consumo excessivo. Não tardará muito tempo para ficar provado que também as crises foram provocadas pelo consumismo que é indispensável ao crescimento.
Se for assim, será o fim da sociedade de consumo como a conhecemos, em consequência de uma crise global que apenas artificialmente poderá ter um fim.
Do que me pude aperceber ao longo do muito tempo que já por aqui ando e que a história das crises pode confirmar, é que o intervalo entre crises foi decrescendo ao longo do tempo, enquanto as áreas abrangidas se foram ampliando até que, como nesta, a crise abrange o mundo inteiro.
Outro pormenor a ter em conta é que o “mundo” directamente afectável por crises financeiras se foi tornando maior, com um enorme crescimento na última década quando países tão populosos como a China e a Índia se tornaram economias com muito peso no contexto mundial, mesmo que a maior parte das suas populações ainda não tenha sentido os seus benefícios.
O consumo crescente de recursos que uma população cada vez maior reclama e que tende a duplicar nos próximos anos, coloca outra questão que terá de voltar à ribalta das preocupações: a capacidade de suporte do nosso planeta.
Sendo que todos os recursos naturais são finitos, não será possível promover continuadamente o seu consumo como o actual modo de viver consumista exige. Este factor de desequilíbrio acentuar-se-á à medida que o número de consumidores e os níveis de consumo aumentam.
Por outro lado, como a “riqueza” global não pode exceder o valor dos recursos disponíveis há, necessariamente, um limite para o nível médio de consumo que, sem uma contenção que o racionalize, acabará, fatalmente, por decrescer, eventualmente através de um colapso desestabilizador.
Começa a ficar cada vez mais evidente a escassez de recursos, bem como os danos ambientais resultantes do consumo excessivo. Não tardará muito tempo para ficar provado que também as crises foram provocadas pelo consumismo que é indispensável ao crescimento.
Se for assim, será o fim da sociedade de consumo como a conhecemos, em consequência de uma crise global que apenas artificialmente poderá ter um fim.
domingo, 7 de novembro de 2010
CIRROSE HEPÁTICA
Segundo Carlos Monteverde, até há poucos dias coordenador do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, agora substituído por José Presa, a cirrose é uma doença que começa a afectar pessoas cada vez mais jovens.
A doença afecta já jovens com 13 e 14 anos, mostrando, assim, como o consumo precoce de álcool é perigoso.
São demasiadamente frequentes os casos em que a lei do consumo do álcool em lugares públicos não é respeitada, muitas vezes à frente de todos e sem que quem de direito intervenha como deve intervir.
Mas não é apenas o perigo de cirrose que torna o consumo de álcool perigoso, porque está provado ser a droga mais perigosa nos seus efeitos sociais.
Os fins de semana regados a álcool são uma praga em cuja eliminação cabe ao Estado, através dos agentes fiscalizadores, a responsabilidade maior.
Todos conhecem os lugares em que tais desmandos ocorrem e já tarda a intervenção dura que a situação exige.
Será que, neste país, as cabecinhas governantes não conseguem ocupar-se com mais nada para além do défice e da crise financeira?
A doença afecta já jovens com 13 e 14 anos, mostrando, assim, como o consumo precoce de álcool é perigoso.
São demasiadamente frequentes os casos em que a lei do consumo do álcool em lugares públicos não é respeitada, muitas vezes à frente de todos e sem que quem de direito intervenha como deve intervir.
Mas não é apenas o perigo de cirrose que torna o consumo de álcool perigoso, porque está provado ser a droga mais perigosa nos seus efeitos sociais.
Os fins de semana regados a álcool são uma praga em cuja eliminação cabe ao Estado, através dos agentes fiscalizadores, a responsabilidade maior.
Todos conhecem os lugares em que tais desmandos ocorrem e já tarda a intervenção dura que a situação exige.
Será que, neste país, as cabecinhas governantes não conseguem ocupar-se com mais nada para além do défice e da crise financeira?
sábado, 6 de novembro de 2010
UM MUNDO OU UM MODO DE VIDA EM EXTINÇÃO?
Que uma em cada cinco espécies de animais e de plantas estão em risco de extinção, é o alerta das Nações Unidas.
Esta situação é preocupante, pois não corresponde à normal evolução mas sim à perda sistemática de condições de habitat pela qual a intervenção humana é responsável.
A sobre-exploração de recursos que o crescimento económico continuado impõe, o constante acréscimo das áreas de ocupação humana em consequência da “explosão demográfica” que num curtíssimo período de tempo fez duplicar a população mundial e a poluição do ar, da terra e do mar afectam as condições de vida das espécies.
Apenas a decidida correcção das causas de extinção poderá dar esperança de recuperação das espécies ameaçadas, o que as meritórias acções isoladas de reprodução de animais em cativeiro ou de plantas em condições de protecção especial nunca conseguirão.
É o confronto entre o hiper-consumismo insaciável de recursos e um estilo de vida compatível com exploração sustentável que a continuação da vida impõe.
A actual crise económica mundial, não comparável a qualquer outra que jamais tenha ocorrido, é a prova da incompatibilidade entre um modo de vida de consumo despreocupado e o equilíbrio ambiental que a continuação da vida na Terra exige.
Esta situação é preocupante, pois não corresponde à normal evolução mas sim à perda sistemática de condições de habitat pela qual a intervenção humana é responsável.
A sobre-exploração de recursos que o crescimento económico continuado impõe, o constante acréscimo das áreas de ocupação humana em consequência da “explosão demográfica” que num curtíssimo período de tempo fez duplicar a população mundial e a poluição do ar, da terra e do mar afectam as condições de vida das espécies.
Apenas a decidida correcção das causas de extinção poderá dar esperança de recuperação das espécies ameaçadas, o que as meritórias acções isoladas de reprodução de animais em cativeiro ou de plantas em condições de protecção especial nunca conseguirão.
É o confronto entre o hiper-consumismo insaciável de recursos e um estilo de vida compatível com exploração sustentável que a continuação da vida impõe.
A actual crise económica mundial, não comparável a qualquer outra que jamais tenha ocorrido, é a prova da incompatibilidade entre um modo de vida de consumo despreocupado e o equilíbrio ambiental que a continuação da vida na Terra exige.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
A RESSACA
O OE foi viabilizado e, em resposta, os “mercados” aumentaram as taxas para a dívida a 10 anos para um máximo histórico que se aproxima muito dos 7%!
Afinal, a viabilização do Orçamento que, muitos diziam, era indispensável para a nossa imagem perante os que podem emprestar-nos dinheiro, não surtiu o efeito esperado. As pressões de tanta gente e da própria UE, às quais o PSD acabou por ceder, não terão sido os mais sensatos.
De facto, se eu fosse os “mercados” ficaria bem mais tranquilo com a reprovação do OE do que com aquilo que se passou pois, tanto pelos erros que já cometeu como pelo modo como não soube, nem poderia saber, defender o indefensável Orçamento, o governo não dá garantias de ser capaz de levar o país por bons caminhos.
Não sei se Passos Coelho será capaz de fazer tudo o que é necessário para reequilibrar Portugal, o que não é, de todo, fácil. Mas, concordando com a verdade “lapalissiana” de Cavaco Silva quando diz que só uma mudança na orientação económica poderá resolver os problemas concretos das pessoas que não serão solucionáveis com ilusões ou com utopias, ele será uma mudança e, por isso, uma esperança a ter em conta.
É óbvio que sem uma mudança profunda o caminho para o abismo continuará. A teimosia de um governo que se comporta como um poder absoluto mesmo sendo minoritário, não é segurança para ninguém. Porque o seria para os “mercados”?
A Sócrates, porém, é devido o reconhecimento de uma habilidade inigualável para gerir oportunidades, no que foi inexcedível tanto no momento das últimas eleições legislativas das quais saiu vencedor minoritário como no deixar correr do tempo até neutralizar a capacidade presidencial para dissolver a Assembleia da República e, assim, criar a situação insólita que levou tantos a pensar que o melhor seria deixá-lo continuar.
Mas o que nasce torto é difícil de endireitar. Foi evidente o “empenhamento” do ministro das finanças quando rompeu as negociações que retomou forçado. Foi notória a sua revolta interior quando, no Plenário da AR, afirmou o que todos já sabiam mas, simploriamente, esperavam esconder dos “mercados”: este acordo acabará dentro de seis meses.
O PSD também já o tinha dito quando afirmou que Sócrates teria de passar pela humilhação de ser demitido!
Enfim, tudo não passou de um arremedo de paródia que teve como desfecho o que nem PS nem PSD desejavam!
Afinal, quem o desejava?
Afinal, a viabilização do Orçamento que, muitos diziam, era indispensável para a nossa imagem perante os que podem emprestar-nos dinheiro, não surtiu o efeito esperado. As pressões de tanta gente e da própria UE, às quais o PSD acabou por ceder, não terão sido os mais sensatos.
De facto, se eu fosse os “mercados” ficaria bem mais tranquilo com a reprovação do OE do que com aquilo que se passou pois, tanto pelos erros que já cometeu como pelo modo como não soube, nem poderia saber, defender o indefensável Orçamento, o governo não dá garantias de ser capaz de levar o país por bons caminhos.
Não sei se Passos Coelho será capaz de fazer tudo o que é necessário para reequilibrar Portugal, o que não é, de todo, fácil. Mas, concordando com a verdade “lapalissiana” de Cavaco Silva quando diz que só uma mudança na orientação económica poderá resolver os problemas concretos das pessoas que não serão solucionáveis com ilusões ou com utopias, ele será uma mudança e, por isso, uma esperança a ter em conta.
É óbvio que sem uma mudança profunda o caminho para o abismo continuará. A teimosia de um governo que se comporta como um poder absoluto mesmo sendo minoritário, não é segurança para ninguém. Porque o seria para os “mercados”?
A Sócrates, porém, é devido o reconhecimento de uma habilidade inigualável para gerir oportunidades, no que foi inexcedível tanto no momento das últimas eleições legislativas das quais saiu vencedor minoritário como no deixar correr do tempo até neutralizar a capacidade presidencial para dissolver a Assembleia da República e, assim, criar a situação insólita que levou tantos a pensar que o melhor seria deixá-lo continuar.
Mas o que nasce torto é difícil de endireitar. Foi evidente o “empenhamento” do ministro das finanças quando rompeu as negociações que retomou forçado. Foi notória a sua revolta interior quando, no Plenário da AR, afirmou o que todos já sabiam mas, simploriamente, esperavam esconder dos “mercados”: este acordo acabará dentro de seis meses.
O PSD também já o tinha dito quando afirmou que Sócrates teria de passar pela humilhação de ser demitido!
Enfim, tudo não passou de um arremedo de paródia que teve como desfecho o que nem PS nem PSD desejavam!
Afinal, quem o desejava?
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
OS MELHORES E OS PIORES…
Para quem possa pensar que em Portugal não há gente capaz de fazer tão bem ou melhor do que os outros fazem e quando somos obrigados a reconhecer que, por incompetência de quem governa, estamos em condições de grande penúria financeira, pode ser surpreendente o facto de serem portugueses os responsáveis maiores de instituições financeiras como o FMI Europa e o maior banco inglês, o LLoyds Bank, com 30 milhões de clientes, quase 150 mil trabalhadores e com activos que são cerca de oito vezes o PIB português.
Não são lugares que se alcancem pela cor linda dos olhos, por cunhas ou por favores políticos. São lugares de grande responsabilidade para os quais são convidados os melhores.
Não são lugares que alguém possa alcançar com uma campanha política mais ou menos truculenta, nem para os quais seja convidado alguém pela sua verborreia e capacidade de fazer parecer que é o que lhe convém que fosse para, com isso, convencer os que por si não saibam pensar!
Não são lugares que se alcancem pela cor linda dos olhos, por cunhas ou por favores políticos. São lugares de grande responsabilidade para os quais são convidados os melhores.
Não são lugares que alguém possa alcançar com uma campanha política mais ou menos truculenta, nem para os quais seja convidado alguém pela sua verborreia e capacidade de fazer parecer que é o que lhe convém que fosse para, com isso, convencer os que por si não saibam pensar!
ATÉ QUE ENFIM ALGUÉM O ENTENDEU!
Podia ter dito que Manuela Ferreira Leite afirmou que “o país está em ruptura financeira”, como podia ter recordado que ela também deixou no ar a pergunta "como foi possível que o governo tivesse conduzido o país a um ponto tal?" ou, até, que "a história e os portugueses encarregar-se-ão de julgar quem, cegamente, nos conduziu a este ponto". Mas Sócrates preferiu referir, apenas, que ela afirmou que "é um OE inevitável", tentando que passassem despercebidas as razões para o ser. Assim pode suspirar “até que, enfim, alguém me entende”!!! E, supostamente pela voz de Manuela Ferreira Leite, faz a demonstração da inevitabilidade do orçamento corajoso que apresenta aos indefesos portugueses cuja culpa não é outra senão a de o terem feito Primeiro-Ministro.
Ridícula foi a intervenção final de um tal Santos Silva, conhecido artista da “malhação”, que procurou nas mitologias, citando as características das únicas divindades que parece conhecer, as razões para a viabilização de um OE já viabilizado, ainda que não em nome dos seus méritos mas do país que temos o dever de salvar e de reerguer após o cataclismo que o varreu.
Ridícula foi a intervenção final de um tal Santos Silva, conhecido artista da “malhação”, que procurou nas mitologias, citando as características das únicas divindades que parece conhecer, as razões para a viabilização de um OE já viabilizado, ainda que não em nome dos seus méritos mas do país que temos o dever de salvar e de reerguer após o cataclismo que o varreu.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
OS DIREITOS QUE (NÃO) TEMOS
Passos Coelho disse algo que merece ser reflectido: “os direitos apenas existem enquanto o Estado os puder garantir”. Esta é uma verdade que só não entende quem não quiser ou não souber pensar.
A verdade é que nos encontramos numa situação em que a garantia de alguns “direitos” está já em causa, do que é prova o Orçamento do Estado que vai ser aprovado na Assembleia da República.
O pior é que todos os demais “direitos” estão em causa também, enquanto a situação económico-financeira não estiver estabilizada.
É óbvio que a situação grave que nos afecta resulta de um Estado demasiado gastador porque assumiu excessivos compromissos, especialmente com um programa de obras públicas que nem os países mais ricos alguma vez tiveram a ousadia de promover.
Nos últimos anos passados a dívida externa portuguesa mais do que duplicou ultrapassando, em valores líquidos, o PIB anual e mais crescerá, ainda, pelos efeitos de inoportunas decisões que só a incompetência pode justificar.
Os resultados negativos de muitas empresas públicas, as ruinosas parcerias público-privadas, negócios como o do terminal de contentores do porto de Lisboa, a inoportuna adjudicação da construção do troço Poceirão-Caia do TGV Lisboa-Madrid, a negociação das portagens nas SCUT’s e outros muitos problemas que significam prejuízos do Estado, logo, encargos que os contribuintes terão de pagar, são provas concludentes da responsabilidade de quem não soube defender os interesses do país ou, em vez deles, defendeu outros.
Foi por tudo isto que me assustou o discurso que hoje ouvi do líder da bancada socialista na AR, reafirmando a oportunidade e a coragem do OE que o governo propõe e cuja viabilização negociou, em resposta a quem o considera um mau orçamento da responsabilidade exclusiva do governo do partido Socialista.
Será que estão estes senhores convencidos do que dizem? Não terão consciência dos disparates que fizeram? Julgam-se os donos da razão ou julgam-nos a todos parvos?
É, inevitavelmente, um pobre país aquele que tenha dirigentes como estes que vêem virtudes nos seus defeitos e, por isso, defendem a continuação dos erros que são causa das “corajosas” medidas que vão infernizar a nossa vida!
A verdade é que nos encontramos numa situação em que a garantia de alguns “direitos” está já em causa, do que é prova o Orçamento do Estado que vai ser aprovado na Assembleia da República.
O pior é que todos os demais “direitos” estão em causa também, enquanto a situação económico-financeira não estiver estabilizada.
É óbvio que a situação grave que nos afecta resulta de um Estado demasiado gastador porque assumiu excessivos compromissos, especialmente com um programa de obras públicas que nem os países mais ricos alguma vez tiveram a ousadia de promover.
Nos últimos anos passados a dívida externa portuguesa mais do que duplicou ultrapassando, em valores líquidos, o PIB anual e mais crescerá, ainda, pelos efeitos de inoportunas decisões que só a incompetência pode justificar.
Os resultados negativos de muitas empresas públicas, as ruinosas parcerias público-privadas, negócios como o do terminal de contentores do porto de Lisboa, a inoportuna adjudicação da construção do troço Poceirão-Caia do TGV Lisboa-Madrid, a negociação das portagens nas SCUT’s e outros muitos problemas que significam prejuízos do Estado, logo, encargos que os contribuintes terão de pagar, são provas concludentes da responsabilidade de quem não soube defender os interesses do país ou, em vez deles, defendeu outros.
Foi por tudo isto que me assustou o discurso que hoje ouvi do líder da bancada socialista na AR, reafirmando a oportunidade e a coragem do OE que o governo propõe e cuja viabilização negociou, em resposta a quem o considera um mau orçamento da responsabilidade exclusiva do governo do partido Socialista.
Será que estão estes senhores convencidos do que dizem? Não terão consciência dos disparates que fizeram? Julgam-se os donos da razão ou julgam-nos a todos parvos?
É, inevitavelmente, um pobre país aquele que tenha dirigentes como estes que vêem virtudes nos seus defeitos e, por isso, defendem a continuação dos erros que são causa das “corajosas” medidas que vão infernizar a nossa vida!
domingo, 31 de outubro de 2010
AS MORDOMIAS QUE PAGAMOS A QUEM AS NÃO MERECE
O semanário o Sol publica um artigo com o título “7,5 milhões de euros para salários de 46 gestores” onde se fala de vencimentos milionários e de magnânimas “ajudas” ao arrendamento e ao aluguer de carros, entre outras coisas nada conformes com a situação económico-financeira do país.
O artigo diz que “Só no ano passado, os gastos (salários e despesas) com 46 administradores de nove companhias tuteladas pelo Estado - ANA, STCP, EP, CTT, REFER, CP, ML, CARRIS E TAP - ascenderam aos 7,46 milhões de euros, ou seja, uma média de 162,2 mil euros mensais por gestor, segundo cálculos do SOL baseados nas contas anuais das empresas. Contas feiras, os gestores receberam seis vezes mais do que os trabalhadores das suas empresas, que auferiram 28 mil euros anuais”.
Maus adiante pode ler-se: “A aparente fartura do dia-a-dia destes gestores contrasta com a situação das suas empresas. Nos últimos quatro anos, o passivo destas nove companhias mais do que duplicou, de 13,3 mil milhões de euros em 2006 para 31,1 mil milhões de euros no final de 2009”.
Por isso eu volto a não entender em nome de qual saber ou competência especial esta gente recebe tão imorais remunerações!
Há, pois, muito para fazer para tornar Portugal um país competitivo sem haver necessidade de ser, como é hábito, à custa das pessoas que labutam para ganhar honradamente a sua vida.
O artigo diz que “Só no ano passado, os gastos (salários e despesas) com 46 administradores de nove companhias tuteladas pelo Estado - ANA, STCP, EP, CTT, REFER, CP, ML, CARRIS E TAP - ascenderam aos 7,46 milhões de euros, ou seja, uma média de 162,2 mil euros mensais por gestor, segundo cálculos do SOL baseados nas contas anuais das empresas. Contas feiras, os gestores receberam seis vezes mais do que os trabalhadores das suas empresas, que auferiram 28 mil euros anuais”.
Maus adiante pode ler-se: “A aparente fartura do dia-a-dia destes gestores contrasta com a situação das suas empresas. Nos últimos quatro anos, o passivo destas nove companhias mais do que duplicou, de 13,3 mil milhões de euros em 2006 para 31,1 mil milhões de euros no final de 2009”.
Por isso eu volto a não entender em nome de qual saber ou competência especial esta gente recebe tão imorais remunerações!
Há, pois, muito para fazer para tornar Portugal um país competitivo sem haver necessidade de ser, como é hábito, à custa das pessoas que labutam para ganhar honradamente a sua vida.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
OS CUSTO DA CULTURA… E OS ESGOTOS DE LISBOA
1. Quem poderia imaginar que a cultura fosse tão cara?
A direcção da Fundação Guimarães Capital da Cultura 2012 custa a módica quantia de 600.000 euros por mês em salários, sendo 16.000 para a directora, perfazendo 8 milhões ao longo do mandato!
O governo e o seu ministro das finanças têm considerado “trocos” o que se pouparia com cortes nestes tipos de despesas. Porém, pela amostra acima e considerando os milhares de fundações e outras instituições supérfluas que proporcionam “jobs for the boys”, não parece que sejam “trocos” daqueles que se encontram no fundo do bolso. Seria, por certo, uma verba enorme a que se pouparia acabando com todas as entidades sem préstimo e com estas remunerações imorais. E não seria por uma vez. Seria ano após ano.
Quando o salário médio no país não vai além de cerca de 750 euros mensais e mais de dez por cento da população activa não tem emprego, em nome de qual saber ou competência se justificam os salários que, através desta fundação e de tantas outras entidades inúteis ou de utilidade duvidosa, o Estado paga a tanta gente?
2. Há dias recebi, da Câmara Municipal de Lisboa, uma factura devida pela conservação dos esgotos. E paguei, claro está, porque os esgotos são importantes para a vida e para a segurança na cidade.
Sei do descuido que há nas limpezas que são necessárias após os períodos de estiagem. Mas, mesmo assim, foi com alguma surpresa que vi a situação criada pelas fortes chuvas de hoje na Baixa de Lisboa onde as inundações atingiram áreas onde não era habitual que tal sucedesse.
O efeito das marés não se faz ali sentir e, por isso, apenas as consequências da falta de limpeza em sarjetas e outros equipamentos de drenagem podem justificar o que se passou.
Afinal paguei o quê?
A direcção da Fundação Guimarães Capital da Cultura 2012 custa a módica quantia de 600.000 euros por mês em salários, sendo 16.000 para a directora, perfazendo 8 milhões ao longo do mandato!
O governo e o seu ministro das finanças têm considerado “trocos” o que se pouparia com cortes nestes tipos de despesas. Porém, pela amostra acima e considerando os milhares de fundações e outras instituições supérfluas que proporcionam “jobs for the boys”, não parece que sejam “trocos” daqueles que se encontram no fundo do bolso. Seria, por certo, uma verba enorme a que se pouparia acabando com todas as entidades sem préstimo e com estas remunerações imorais. E não seria por uma vez. Seria ano após ano.
Quando o salário médio no país não vai além de cerca de 750 euros mensais e mais de dez por cento da população activa não tem emprego, em nome de qual saber ou competência se justificam os salários que, através desta fundação e de tantas outras entidades inúteis ou de utilidade duvidosa, o Estado paga a tanta gente?
2. Há dias recebi, da Câmara Municipal de Lisboa, uma factura devida pela conservação dos esgotos. E paguei, claro está, porque os esgotos são importantes para a vida e para a segurança na cidade.
Sei do descuido que há nas limpezas que são necessárias após os períodos de estiagem. Mas, mesmo assim, foi com alguma surpresa que vi a situação criada pelas fortes chuvas de hoje na Baixa de Lisboa onde as inundações atingiram áreas onde não era habitual que tal sucedesse.
O efeito das marés não se faz ali sentir e, por isso, apenas as consequências da falta de limpeza em sarjetas e outros equipamentos de drenagem podem justificar o que se passou.
Afinal paguei o quê?
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
E AGORA?
Não sou oráculo nem posso concorrer com os muitos “inteligentes” que por aí andam a prognosticar, na maioria das vezes o que nunca sucede…
Começa por me parecer estranho que, quando um pequeno valor separava os dois negociadores – dizem que na ordem de duzentos milhões de euros – o PS rompa as negociações de um modo inflexível e intransigente como disse Teixeira dos Santos.
E agora?
Teixeira dos Santos esforçou-se por justificar o injustificável, adoptando um tom jocoso e agressivo que não costumava ser seu timbre, enquanto apontava e repisava razões que não convencem ninguém. Foi deprimente!
Por sua vez, Passos Coelho não dirá muito mais até decidir que, por isto e aquilo – ele saberá o que e como dizer – vai abster-se porque se votar contra criará um problema em cuja resolução não tem modo de intervir pelo que, chumbar o OE seria agravar as circunstâncias que já estão tão más.
O seu compromisso para com o povo português, ao qual não pode pedir, de novo, desculpas por concordar com mais um PEC que o empobrece, será o de que, logo que os preceitos constitucionais o consintam, lhe proporá assumir a responsabilidade de reconduzir o país a uma rota de tranquilidade social e económica. Assim ele seja capaz.
Esperemos que seja!
Começa por me parecer estranho que, quando um pequeno valor separava os dois negociadores – dizem que na ordem de duzentos milhões de euros – o PS rompa as negociações de um modo inflexível e intransigente como disse Teixeira dos Santos.
E agora?
Teixeira dos Santos esforçou-se por justificar o injustificável, adoptando um tom jocoso e agressivo que não costumava ser seu timbre, enquanto apontava e repisava razões que não convencem ninguém. Foi deprimente!
Por sua vez, Passos Coelho não dirá muito mais até decidir que, por isto e aquilo – ele saberá o que e como dizer – vai abster-se porque se votar contra criará um problema em cuja resolução não tem modo de intervir pelo que, chumbar o OE seria agravar as circunstâncias que já estão tão más.
O seu compromisso para com o povo português, ao qual não pode pedir, de novo, desculpas por concordar com mais um PEC que o empobrece, será o de que, logo que os preceitos constitucionais o consintam, lhe proporá assumir a responsabilidade de reconduzir o país a uma rota de tranquilidade social e económica. Assim ele seja capaz.
Esperemos que seja!
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
O GOVERNO É INCOMPETENTE? PAGA O ZÉ POVINHO!
As coisas já não são o que eram. É o que se diz. E não são mesmo porque, entre outras, a intransigência e a inflexibilidade nunca foram as atitudes mais adequadas a uma negociação! Negociar é, ou costumava ser, procurar aproximações de interesses ou de pontos de vista, denominadores comuns, o que nunca se conseguirá sem transigências e sem flexibilidade.
Sendo assim, apenas posso concluir que o PS aceitou negociar para tentar envolver o PSD na tragédia que serão as consequências de um OE como o que o governo socialista apresentou e quer impor.
Mesmo assim e no princípio de que “do mal o menos”, foi pena que as negociações não tenham resultado por intransigência e inflexibilidade de um governo responsável pela situação que ditou as exigências dos “mercados” que, em consequência, terá de satisfazer.
Mas a verdade é que não se pode, por malabarismos cínicos, transformar um governo minoritário num governo omnipotente que não aceita alterar o que decide.
O pior é que, todos já o sentimos em ocasiões passadas, as medidas orçamentais não serão suficientes e, até mesmo, serão penhor de uma recessão que as tornarão cada vez mais necessárias e penosas, quem sabe se num efeito insuportável de “bola de neve”.
Que o orçamento se destina a satisfazer os mercados, já todos percebemos, mas daí a afirmar que é o único orçamento que o pode fazer vai uma enorme distância. Aos mercados não interessa de onde venha o dinheiro para equilibrar as contas que o governo deixou, escandalosamente, derrapar, se dos trabalhadores e contribuintes se das clientelas políticas de que os “boys” e os “lobbies” socialistas” são a face mais visível!
A escolha do governo foi simples: paga o Zé Povinho!
Por fim a ridícula afirmação de que é indispensável a aprovação, tal como está apresentado, do OE que a incompetência de um governo tornou necessário sob pena de grave crise política e financeira, só pode significar que a continuidade do governo só será perniciosa para Portugal.
Sendo assim, apenas posso concluir que o PS aceitou negociar para tentar envolver o PSD na tragédia que serão as consequências de um OE como o que o governo socialista apresentou e quer impor.
Mesmo assim e no princípio de que “do mal o menos”, foi pena que as negociações não tenham resultado por intransigência e inflexibilidade de um governo responsável pela situação que ditou as exigências dos “mercados” que, em consequência, terá de satisfazer.
Mas a verdade é que não se pode, por malabarismos cínicos, transformar um governo minoritário num governo omnipotente que não aceita alterar o que decide.
O pior é que, todos já o sentimos em ocasiões passadas, as medidas orçamentais não serão suficientes e, até mesmo, serão penhor de uma recessão que as tornarão cada vez mais necessárias e penosas, quem sabe se num efeito insuportável de “bola de neve”.
Que o orçamento se destina a satisfazer os mercados, já todos percebemos, mas daí a afirmar que é o único orçamento que o pode fazer vai uma enorme distância. Aos mercados não interessa de onde venha o dinheiro para equilibrar as contas que o governo deixou, escandalosamente, derrapar, se dos trabalhadores e contribuintes se das clientelas políticas de que os “boys” e os “lobbies” socialistas” são a face mais visível!
A escolha do governo foi simples: paga o Zé Povinho!
Por fim a ridícula afirmação de que é indispensável a aprovação, tal como está apresentado, do OE que a incompetência de um governo tornou necessário sob pena de grave crise política e financeira, só pode significar que a continuidade do governo só será perniciosa para Portugal.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A JUSTIÇA QUE TEMOS
Para além da redundância que é dizer que a Justiça portuguesa é lenta, o Conselho da Europa também diz que, em relação à média europeia, Portugal tem um número excessivo de juízes que, ainda por cima, auferem vencimentos excessivos, quatro vezes a média nacional. Parece um contra-senso mas é o que temos. E não seria necessário o Conselho da Europa dizê-lo pois de tudo isto nós já sabíamos.
Por tudo isto é natural, pois, que a Justiça em Portugal seja cara, fora do alcance de muitos que a ela necessitariam de recorrer para defender interesses e direitos que são muito seus e alguém não respeitou. Por vezes o próprio Estado!
E quando tanto se fala do Estado Social, da saúde e do ensino gratuitos, teremos de falar da Justiça cara à qual, por ser assim, apenas poucos podem ter acesso. Em consequência, eu pergunto que Estado Social é este que não contempla a Justiça como um direito de todos e que, por isso e tal como os outros, deveria ser “tendencialmente gratuito”!
Mas descendo à Terra, a este mundo em que vivemos, a esta crise sem fim que, por incompetência de quem governa, obriga a sacrifícios cada vez maiores, a pergunta certa talvez seja: quando reconheceremos que não é a fazer vida de rico que poderemos garantir uma vida sem as carências generalizadas que fazem com que “meio mundo” quase não disponha de meios para viver condignamente?
Por tudo isto é natural, pois, que a Justiça em Portugal seja cara, fora do alcance de muitos que a ela necessitariam de recorrer para defender interesses e direitos que são muito seus e alguém não respeitou. Por vezes o próprio Estado!
E quando tanto se fala do Estado Social, da saúde e do ensino gratuitos, teremos de falar da Justiça cara à qual, por ser assim, apenas poucos podem ter acesso. Em consequência, eu pergunto que Estado Social é este que não contempla a Justiça como um direito de todos e que, por isso e tal como os outros, deveria ser “tendencialmente gratuito”!
Mas descendo à Terra, a este mundo em que vivemos, a esta crise sem fim que, por incompetência de quem governa, obriga a sacrifícios cada vez maiores, a pergunta certa talvez seja: quando reconheceremos que não é a fazer vida de rico que poderemos garantir uma vida sem as carências generalizadas que fazem com que “meio mundo” quase não disponha de meios para viver condignamente?
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
DEIXAR MORRER OU REESTRUTURAR?
Que, sem dúvida, teremos de cortar em algumas despesas sociais porque o país não tem dinheiro, foi o que, em suma, registei da última intervenção que ouvi do ministro das finanças.
Obviamente, sem dinheiro que o suporte, o Estado Social está condenado ao fracasso, por mais méritos que lhe sejam reconhecidos.
Há muito tempo, que se conta por dezenas de anos, já o “Estado Social” era causa de preocupações, entre as quais a da sua sustentabilidade a prazo. Num artigo de opinião que então li, dizia o autor que o problema deveria começar a ser debatido e resolvido enquanto não surgissem problemas sérios para evitar que, mais tarde, nos confrontássemos com alguns impossíveis de resolver.
Não era um político que manifestava tais preocupações. Aliás, jamais me dei conta de algum político que, em matéria de previsões, conseguisse ver muito além do seu nariz! Pelo contrário, era um desses estudiosos preocupados a quem os políticos nunca prestam atenção e chamam visionários.
Não tenho dúvidas de que o ministro das finanças falava muito a sério ao dizer o que disse, ainda que, com isso, esquecesse as críticas que o governo a que pertence fez ao PSD, acusando-o de querer, com a sua proposta de revisão constitucional, “destruir o Estado Social”.
É aqui que se me coloca a questão: deixar morrer ou reestruturar antes que tal suceda?
Estou de acordo com os que consideram o OE apresentado pelo governo como uma manta de retalhos, muito longe de ser um plano de futuro como deveria ser, com objectivos definidos em função dos efeitos das medidas tomadas, tal como estou de acordo com os que consideram definitivamente urgente saber quais as razões que ditaram o estado das finanças públicas que exige tão drásticas e descuidadas medidas.
É hora de exigir responsabilidades a quem as tenha, porque este é um caso perante o qual qualquer “freeport” ou “face oculta” não passa de um caso menor.
Obviamente, sem dinheiro que o suporte, o Estado Social está condenado ao fracasso, por mais méritos que lhe sejam reconhecidos.
Há muito tempo, que se conta por dezenas de anos, já o “Estado Social” era causa de preocupações, entre as quais a da sua sustentabilidade a prazo. Num artigo de opinião que então li, dizia o autor que o problema deveria começar a ser debatido e resolvido enquanto não surgissem problemas sérios para evitar que, mais tarde, nos confrontássemos com alguns impossíveis de resolver.
Não era um político que manifestava tais preocupações. Aliás, jamais me dei conta de algum político que, em matéria de previsões, conseguisse ver muito além do seu nariz! Pelo contrário, era um desses estudiosos preocupados a quem os políticos nunca prestam atenção e chamam visionários.
Não tenho dúvidas de que o ministro das finanças falava muito a sério ao dizer o que disse, ainda que, com isso, esquecesse as críticas que o governo a que pertence fez ao PSD, acusando-o de querer, com a sua proposta de revisão constitucional, “destruir o Estado Social”.
É aqui que se me coloca a questão: deixar morrer ou reestruturar antes que tal suceda?
Estou de acordo com os que consideram o OE apresentado pelo governo como uma manta de retalhos, muito longe de ser um plano de futuro como deveria ser, com objectivos definidos em função dos efeitos das medidas tomadas, tal como estou de acordo com os que consideram definitivamente urgente saber quais as razões que ditaram o estado das finanças públicas que exige tão drásticas e descuidadas medidas.
É hora de exigir responsabilidades a quem as tenha, porque este é um caso perante o qual qualquer “freeport” ou “face oculta” não passa de um caso menor.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
ERRADICAR A POBREZA: COMO PRETENDEM A UNIÃO EUROPEIA E A ONU FAZE-LO?
Neste Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e Exclusão Social cumpriu-se, em 17 de Outubro, o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza.
É pena que em problemas tão humanos, de tamanha importância e de todos os momentos, se dedique um dia ou um ano que seja para pensar neles, assim a modos de uma desobriga.
A pobreza é algo de terrível de que a Humanidade se devia envergonhar pelas estatísticas de horrores que lhe estão associadas.
Em todo o mundo a pobreza é uma realidade que, em algumas regiões do Globo, é a situação mais comum.
Aqui ficam alguns números relativos às pobreza num mundo habitado por cerca de 7.000 milhões de pessoas:
• 24.000 pessoas morrem de fome a cada dia que passa;
• Mais de 1.000 milhões de pessoas vivem na pobreza extrema, das quais a maioria são mulheres;
• Mais de 1.800 milhões de seres humanos não têm acesso a água potável;
• Mais de 1.000 milhões de pessoas não têm casa minimamente digna;
• Quase 1.000 milhões de pessoas estão mal nutridas, das quais 200 milhões são crianças com menos de 5 anos de idade;
• 2.000 milhões de pessoas sofrem de anemia por carência de ferro;
• Quase 1.000 milhões de pessoas não têm acesso a serviços básicos de saúde;
• 2.000 milhões de pessoas não têm acesso a medicamentos essenciais.
Mais desgraças se poderiam acrescentar a este rol já tão negro.
São louváveis os esforços de quantos a este problema se dediquem para o tentar minorar, mas não podem restar dúvidas de que todos os indicadores vão no sentido de, globalmente, se tornar cada vez maior.
É pena que em problemas tão humanos, de tamanha importância e de todos os momentos, se dedique um dia ou um ano que seja para pensar neles, assim a modos de uma desobriga.
A pobreza é algo de terrível de que a Humanidade se devia envergonhar pelas estatísticas de horrores que lhe estão associadas.
Em todo o mundo a pobreza é uma realidade que, em algumas regiões do Globo, é a situação mais comum.
Aqui ficam alguns números relativos às pobreza num mundo habitado por cerca de 7.000 milhões de pessoas:
• 24.000 pessoas morrem de fome a cada dia que passa;
• Mais de 1.000 milhões de pessoas vivem na pobreza extrema, das quais a maioria são mulheres;
• Mais de 1.800 milhões de seres humanos não têm acesso a água potável;
• Mais de 1.000 milhões de pessoas não têm casa minimamente digna;
• Quase 1.000 milhões de pessoas estão mal nutridas, das quais 200 milhões são crianças com menos de 5 anos de idade;
• 2.000 milhões de pessoas sofrem de anemia por carência de ferro;
• Quase 1.000 milhões de pessoas não têm acesso a serviços básicos de saúde;
• 2.000 milhões de pessoas não têm acesso a medicamentos essenciais.
Mais desgraças se poderiam acrescentar a este rol já tão negro.
São louváveis os esforços de quantos a este problema se dediquem para o tentar minorar, mas não podem restar dúvidas de que todos os indicadores vão no sentido de, globalmente, se tornar cada vez maior.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A NOVA REVOLUÇÃO FRANCESA
De França chegou-me a crítica de que Portugal “nem uma revolução de jeito soube fazer”, talvez por ter sido uma revolução sem a violência que as revoluções costumam ter. A verdade é que, mesmo assim, sem tiros, sem matar ninguém, o objectivo da revolução foi alcançado.
Não vejo que o mesmo resultado positivo possa ser alcançado em França, um país “civilizado” onde a falta de civismo anda na rua em manifestações e actos de selvajaria que, estou seguro, não têm qualquer razão de ser.
Não querem os franceses que a idade da reforma passe dos 60 para os 62 anos e, porque o governo Sarkosi baseado na realidade e na sua mais do que provável evolução a curto prazo o julgou necessário, cometem desacatos que nada têm de democráticos. De facto, que culpa terão os proprietários dos veículos que incendeiam, os donos das lojas que destroem, enfim, todos aqueles que gostariam de viver tranquilos e assim não podem viver?
Definitivamente, a liberdade, a igualdade e a fraternidade tornaram-se conceitos esquisitos por aquelas bandas.
A realidade demográfica a curto prazo mostrará aos franceses que a reforma aos 62 anos não bastará porque mais tempo de trabalho se tornará necessário para equilibrar as receitas com os custos do pagamento das pensões de uma cada vez maior população de reformados cuja esperança de vida claramente se dilatou.
O mais curioso destas atitudes, social e democraticamente reprováveis, num país que, tantas vezes, se afirmou por um avanço cultural notável, é que serão os que agora manifestam selvaticamente o seu desacordo aqueles que mais virão a sofrer com a ruptura financeira que o não prolongamento do tempo de trabalho activo e correspondentes contribuições inevitavelmente provocará.
Depois do célebre Maio 68 que nunca alguém, a não ser de modo “intelectual” confuso, explicou, a França parece ter ganho o gosto por estes surtos de violência e de instabilidade social que, certamente, a não beneficiará.
É de louvar a Senhora Ministra da Saúde por uma palestra que, há poucos dias, lhe ouvi e na qual, muito claramente, demonstrou a necessidade desta forma de solidariedade que consiste em prolongar o tempo de actividade um pouco mais para que os que já menos podem trabalhar tenham como viver condignamente.
Não vejo que o mesmo resultado positivo possa ser alcançado em França, um país “civilizado” onde a falta de civismo anda na rua em manifestações e actos de selvajaria que, estou seguro, não têm qualquer razão de ser.
Não querem os franceses que a idade da reforma passe dos 60 para os 62 anos e, porque o governo Sarkosi baseado na realidade e na sua mais do que provável evolução a curto prazo o julgou necessário, cometem desacatos que nada têm de democráticos. De facto, que culpa terão os proprietários dos veículos que incendeiam, os donos das lojas que destroem, enfim, todos aqueles que gostariam de viver tranquilos e assim não podem viver?
Definitivamente, a liberdade, a igualdade e a fraternidade tornaram-se conceitos esquisitos por aquelas bandas.
A realidade demográfica a curto prazo mostrará aos franceses que a reforma aos 62 anos não bastará porque mais tempo de trabalho se tornará necessário para equilibrar as receitas com os custos do pagamento das pensões de uma cada vez maior população de reformados cuja esperança de vida claramente se dilatou.
O mais curioso destas atitudes, social e democraticamente reprováveis, num país que, tantas vezes, se afirmou por um avanço cultural notável, é que serão os que agora manifestam selvaticamente o seu desacordo aqueles que mais virão a sofrer com a ruptura financeira que o não prolongamento do tempo de trabalho activo e correspondentes contribuições inevitavelmente provocará.
Depois do célebre Maio 68 que nunca alguém, a não ser de modo “intelectual” confuso, explicou, a França parece ter ganho o gosto por estes surtos de violência e de instabilidade social que, certamente, a não beneficiará.
É de louvar a Senhora Ministra da Saúde por uma palestra que, há poucos dias, lhe ouvi e na qual, muito claramente, demonstrou a necessidade desta forma de solidariedade que consiste em prolongar o tempo de actividade um pouco mais para que os que já menos podem trabalhar tenham como viver condignamente.
sábado, 16 de outubro de 2010
OS "PEC" E O CAVALO DO ESCOCÊS
Os sucessivos "PEC" de que o Orçamento do Estado, ontem ou hoje apresentado, é apenas mais um e, por certo, não o último, fez saltar, da minha arca das recordações, uma das muitas anedotas que o meu pai me contou.
Utilizava-as, a propósito, para ilustrar ideias que desejava que ficassem bem marcadas.
Um dia, quando me falava das más consequências que os excessos sempre trazem, foi esta a que me contou:
Um escocês, daqueles que fazem jus à fama de “poupadinho” que este povo tem, comprou um cavalo. Mas depressa se deu conta de que alimentá-lo não era assim tão barato…
Começou a cortar na ração do animal com a intenção de o habituar a não comer, até que quase não se alimentava.
Pouco tempo depois, o bicho finou-se...
Surpreendido e desolado, o escocês exclamou – Azar! Agora que quase estava habituado é que morreu!
PS: Depois, encontrei na net uma fotografia de um frango depenado a que chamaram "contribuinte 2013 - depenado mas de cabeça erguida". Será que vai durar muito tempo?
Utilizava-as, a propósito, para ilustrar ideias que desejava que ficassem bem marcadas.
Um dia, quando me falava das más consequências que os excessos sempre trazem, foi esta a que me contou:
Um escocês, daqueles que fazem jus à fama de “poupadinho” que este povo tem, comprou um cavalo. Mas depressa se deu conta de que alimentá-lo não era assim tão barato…
Começou a cortar na ração do animal com a intenção de o habituar a não comer, até que quase não se alimentava.
Pouco tempo depois, o bicho finou-se...
Surpreendido e desolado, o escocês exclamou – Azar! Agora que quase estava habituado é que morreu!
PS: Depois, encontrei na net uma fotografia de um frango depenado a que chamaram "contribuinte 2013 - depenado mas de cabeça erguida". Será que vai durar muito tempo?
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
QUEM SE CURA… NÃO SE REGALA, NEM TEM BOM FUTURO QUEM VIVE DE EXPEDIENTE
Muitas vezes ouvi este dito quando era rapazinho com a rebeldia própria da pouca idade e avesso às xaropadas que, quando adoentado, me impingiam.
Penso que ele se pode aplicar, também, à doença grave de que sofre este país que, em vez de mezinhas, necessita de tratamento profundo.
Mezinhas e nada mais é o que me parece que são as medidas avulsas de vez em quando tomadas ainda que, mesmo assim, muito penalizadoras. Não são, de todo, o tratamento de que Portugal carece para, em vez de passar a vida a penar, se cure de vez, dimensionando a sua economia e o seu modo de vida às suas reais capacidades.
Não pode fazer vida de rico quem o não é porque, muito rapidamente, sofrerá as consequências. Um país a correr riscos de bancarrota teve e pretende continuar a ter “luxos” a que países mais ricos se não permitiram nem permitem. Entre outras e sobretudo, a gestão das Obras Públicas tem sido uma verdadeira aberração e a culpada da maioria desses “luxos” dos quais uma minoria é o verdadeiro beneficiário.
Também me lembro quando, acabadinho de chegar a Lisboa há quase sessenta anos, descobri um modo de vida que, por completo, desconhecia: “viver de expediente”, coisa que, lá para as Beiras de onde vim, ninguém então fazia ideia do que fosse!
Pois, bem vistas as coisas, é de expedientes que vivemos neste país que, em vez de se organizar, trabalhar e zelar pelos seus interesses, vai “esfolando” os seus cidadãos para preencher os buracos que o governo, com a mania das grandezas e apesar de avisado, foi cavando ao longo dos últimos anos.
Não é esta, por certo, a altura mais conveniente para tomar a medida certa que seria romper com um modelo de gestão desastroso, porque apenas dentro de quase meio ano poderá haver eleições legislativas. Mas é necessário que tal atitude seja, muito rapidamente, tomada.
Aproveitar as circunstâncias para tentar colocar o ónus do dever patriótico na Oposição que acusa de graves danos por não se ter decidido a aprovar o Orçamento de Estado que o governo ainda não tinha apresentado não é manobra que se desconheça. Mas é preocupante que dela se não aperceba, definitiva e completamente, um país que tem andado adormecido.
Penso que ele se pode aplicar, também, à doença grave de que sofre este país que, em vez de mezinhas, necessita de tratamento profundo.
Mezinhas e nada mais é o que me parece que são as medidas avulsas de vez em quando tomadas ainda que, mesmo assim, muito penalizadoras. Não são, de todo, o tratamento de que Portugal carece para, em vez de passar a vida a penar, se cure de vez, dimensionando a sua economia e o seu modo de vida às suas reais capacidades.
Não pode fazer vida de rico quem o não é porque, muito rapidamente, sofrerá as consequências. Um país a correr riscos de bancarrota teve e pretende continuar a ter “luxos” a que países mais ricos se não permitiram nem permitem. Entre outras e sobretudo, a gestão das Obras Públicas tem sido uma verdadeira aberração e a culpada da maioria desses “luxos” dos quais uma minoria é o verdadeiro beneficiário.
Também me lembro quando, acabadinho de chegar a Lisboa há quase sessenta anos, descobri um modo de vida que, por completo, desconhecia: “viver de expediente”, coisa que, lá para as Beiras de onde vim, ninguém então fazia ideia do que fosse!
Pois, bem vistas as coisas, é de expedientes que vivemos neste país que, em vez de se organizar, trabalhar e zelar pelos seus interesses, vai “esfolando” os seus cidadãos para preencher os buracos que o governo, com a mania das grandezas e apesar de avisado, foi cavando ao longo dos últimos anos.
Não é esta, por certo, a altura mais conveniente para tomar a medida certa que seria romper com um modelo de gestão desastroso, porque apenas dentro de quase meio ano poderá haver eleições legislativas. Mas é necessário que tal atitude seja, muito rapidamente, tomada.
Aproveitar as circunstâncias para tentar colocar o ónus do dever patriótico na Oposição que acusa de graves danos por não se ter decidido a aprovar o Orçamento de Estado que o governo ainda não tinha apresentado não é manobra que se desconheça. Mas é preocupante que dela se não aperceba, definitiva e completamente, um país que tem andado adormecido.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O TRIPLO BURACO
No facebook deparei-me com uma questão que, embora jocosa, me deu que pensar. Alguém perguntava: se foi de quase três meses o tempo para retirar 33 pessoas de um buraco, quanto mais será necessário para retirar 10 milhões?
Este problema que uma regra de três simples resolveria, não é, porém, tão simples assim porque o tamanho conta e os mineiros chilenos estavam, apenas, a pouco mais de 600 metros de profundidade, abaixo da qual não podiam cair mais.
Connosco, a questão é mais complexa.
Não sei a qual dos três buracos nacionais o autor da questão se quis referir. Mas admitamos que foi àquele que mais preocupa os agiotas, a dívida externa.
Portugal tinha, em 2004, uma dívida externa da ordem de 60% do PIB, valor considerado razoável e, até, inferior ao da maioria dos países.
Desde que o governo Sócrates tomou conta deste país ao qual fez crer que era rico, Portugal endividou-se até um valor superior ao PIB, se considerarmos apenas valores líquidos porque com juros... nem quero fazer a conta. Isto significa que, apesar do acréscimo do PIB (uns 14%), a dívida externa aumentou cerca de 80%!
Tendo em conta que as medidas de austeridade que o OE nos vai impor se destinam a colmatar outro buraco, o do défice das contas públicas, que os juros externos estão a cerca do dobro daqueles antes praticados e que das ditas medidas de austeridade advirá uma recessão, a dívida externa aumentará com certeza.
Não é possível solver tamanha dívida sem uma negociação que a reescalone em moldes razoáveis, sem necessidade das condições de empobrecimento geral que as medidas de austeridade implicam. Para isso seria necessária a solidariedade da UE que, de todo, não existe. Outros poderes mais altos se levantam!
Por isso, não estranho as pressões patéticas dos banqueiros nem de Durão Barroso para que o OE seja viabilizado, porque uns e o outro defendem interesses bem conhecidos. Já estranho, porém, a posição de certos “economistas” que não conseguem descortinar outra saída que não seja a do buraco global em que, definitivamente, nos enterraremos.
São, pois, três os buracos em que caímos por obra e graça de um socialismo esquisito que, depois, diz defender o Estado Social! Só não diz quem vai pagá-lo.
Este problema que uma regra de três simples resolveria, não é, porém, tão simples assim porque o tamanho conta e os mineiros chilenos estavam, apenas, a pouco mais de 600 metros de profundidade, abaixo da qual não podiam cair mais.
Connosco, a questão é mais complexa.
Não sei a qual dos três buracos nacionais o autor da questão se quis referir. Mas admitamos que foi àquele que mais preocupa os agiotas, a dívida externa.
Portugal tinha, em 2004, uma dívida externa da ordem de 60% do PIB, valor considerado razoável e, até, inferior ao da maioria dos países.
Desde que o governo Sócrates tomou conta deste país ao qual fez crer que era rico, Portugal endividou-se até um valor superior ao PIB, se considerarmos apenas valores líquidos porque com juros... nem quero fazer a conta. Isto significa que, apesar do acréscimo do PIB (uns 14%), a dívida externa aumentou cerca de 80%!
Tendo em conta que as medidas de austeridade que o OE nos vai impor se destinam a colmatar outro buraco, o do défice das contas públicas, que os juros externos estão a cerca do dobro daqueles antes praticados e que das ditas medidas de austeridade advirá uma recessão, a dívida externa aumentará com certeza.
Não é possível solver tamanha dívida sem uma negociação que a reescalone em moldes razoáveis, sem necessidade das condições de empobrecimento geral que as medidas de austeridade implicam. Para isso seria necessária a solidariedade da UE que, de todo, não existe. Outros poderes mais altos se levantam!
Por isso, não estranho as pressões patéticas dos banqueiros nem de Durão Barroso para que o OE seja viabilizado, porque uns e o outro defendem interesses bem conhecidos. Já estranho, porém, a posição de certos “economistas” que não conseguem descortinar outra saída que não seja a do buraco global em que, definitivamente, nos enterraremos.
São, pois, três os buracos em que caímos por obra e graça de um socialismo esquisito que, depois, diz defender o Estado Social! Só não diz quem vai pagá-lo.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
APROVAR OU NÃO O ORÇAMENTO?
Não é fácil ordenar as ideias quando se ouvem coisas tão díspares como as que dizem “políticos” e “pensadores” que por aí andam a encher colunas de jornais e telas de televisão.
Até alguns que já não se movem pela ribalta se colocam em bicos de pés para dizer coisas que, por vezes, perecem rematados disparates!
Por sua vez, a Assembleia da República perde a noção do respeito que deve ao povo português, não evitando discursos que agridem a sua inteligência, desperdiçando o tempo que se destinaria a pensar seriamente e a participar na solução dos problemas de Portugal.
Ultrapassando a verborreia dos “partidos de cassete” incapazes de mais do que bem conhecidos juízos de valor repetidos à exaustão, para uns, a reprovação do Orçamento do Estado (OE) que o governo impõe sem discussão, será uma tragédia; quem não o aprovar cometerá, por isso, um crime de lesa-Pátria. Outros, porém, pensam que é chegada a hora de não perder mais tempo para começar a reconstruir o país, redimensionando-o à medida das suas reais capacidades e em função dos seus interesses.
Duas questões aqui se colocam. Será uma tragédia se o OE não for aprovado? E se tal acontecer, quem será o criminoso?
À primeira nunca será possível responder de modo a não merecer contestação, porque não se poderá fazer a prova. Siga-se o caminho que se seguir, não haverá como voltar atrás para testar o outro.
À segunda será a democracia que responde, mostrando se é ou não uma prática democrática não aceitar a crítica e rejeitar a negociação, mesmo quando se finge que se deseja.
Tem um governo minoritário direito a que seja aprovado o seu OE ou será sua obrigação negociá-lo para o tornar consensual?
Em conclusão, quando Portugal mais precisa de toda a sua energia, força e inteligência para corrigir os efeitos de disparates repetidos ao longo de demasiado tempo a seguir um caminho que não é o seu, cada um pensa nos seus interesses, no modo de não perder o poder que domina ou de alcançar o que não tem.
O pior de tudo é que os portugueses parecem ter esquecido o “gesto curto mas eloquente que Bordalo imortalizou no barro” e deixam que brincadeiras perigosas perdurem tempo demais.
Até alguns que já não se movem pela ribalta se colocam em bicos de pés para dizer coisas que, por vezes, perecem rematados disparates!
Por sua vez, a Assembleia da República perde a noção do respeito que deve ao povo português, não evitando discursos que agridem a sua inteligência, desperdiçando o tempo que se destinaria a pensar seriamente e a participar na solução dos problemas de Portugal.
Ultrapassando a verborreia dos “partidos de cassete” incapazes de mais do que bem conhecidos juízos de valor repetidos à exaustão, para uns, a reprovação do Orçamento do Estado (OE) que o governo impõe sem discussão, será uma tragédia; quem não o aprovar cometerá, por isso, um crime de lesa-Pátria. Outros, porém, pensam que é chegada a hora de não perder mais tempo para começar a reconstruir o país, redimensionando-o à medida das suas reais capacidades e em função dos seus interesses.
Duas questões aqui se colocam. Será uma tragédia se o OE não for aprovado? E se tal acontecer, quem será o criminoso?
À primeira nunca será possível responder de modo a não merecer contestação, porque não se poderá fazer a prova. Siga-se o caminho que se seguir, não haverá como voltar atrás para testar o outro.
À segunda será a democracia que responde, mostrando se é ou não uma prática democrática não aceitar a crítica e rejeitar a negociação, mesmo quando se finge que se deseja.
Tem um governo minoritário direito a que seja aprovado o seu OE ou será sua obrigação negociá-lo para o tornar consensual?
Em conclusão, quando Portugal mais precisa de toda a sua energia, força e inteligência para corrigir os efeitos de disparates repetidos ao longo de demasiado tempo a seguir um caminho que não é o seu, cada um pensa nos seus interesses, no modo de não perder o poder que domina ou de alcançar o que não tem.
O pior de tudo é que os portugueses parecem ter esquecido o “gesto curto mas eloquente que Bordalo imortalizou no barro” e deixam que brincadeiras perigosas perdurem tempo demais.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
O INCONTORNÁVEL DÉFICE…
Confesso que nunca me dei bem com estas coisas do “quem recebe deve, quem entrega tem a haver”, quero eu dizer com a “contabilidade” simples que outrora se usava para saber como iam as finanças. Ora, se mal me dei com a simplicidade de contas ao alcance de qualquer comum mortal, como iria eu entender-me com a complexidade da moderna “engenharia financeira” que mais me parece magia do que realidade? Engenheiro fui eu que teve de resolver alguns problemas bem bicudos, mas nunca as soluções que adoptei tiveram nada de mágico.
Então, estes problemas do défice e da dívida externa que, à primeira vista, tão simples me pareciam, deixam-me perplexo pois não o serão de todo porque, afinal, não só ninguém parece saber como resolvê-los, como não encontro, entre os que dizem saber, consenso sobre como fazê-lo.
Mas, perante problemas tão sérios, creio ser natural a perplexidade de quem toda a vida teve de lidar com “leis” que deram muito trabalho a descobrir e, por isso, se não sente à vontade para entender aquelas que ninguém descobre!
Vivo há já dezenas de anos na esperança de poder alargar o cinto, pelo menos para o “furo” que usava quando a vida era menos complicada, quando se era mais feliz sem o consumismo desalmado que o crescimento económico impõe.
Agora vivo no temor de um cinto sem espaço para mais furos porque não compreendo como iremos sair do imbróglio que criámos.
Diz o FMI que teremos de suportar as exigências drásticas da austeridade ainda que, por efeitos dela, tenhamos certa uma recessão!
Diz o Banco de Portugal que uma medida excepcional, a de transferir o “fundo de pensões” da PT para o Estado, no valor de 2,6 (dois vírgula seis e não dois ponto seis) milhões de euros pode não ser bastante para que se atinja o objectivo do défice marcado para o final deste ano!
Diz o Primeiro Ministro que apenas recorreu a essa medida extraordinária porque, com surpresa, terá de pagar um submarino que custa cerca de 500 milhões! Ou dois que sejam…
Não conseguiu o Primeiro Ministro explicar porque sempre que disse que não iria subir os impostos acabou por subi-los nem, apesar de dizer que, desta vez, as contas foram feitas de uma forma mais conservadora foi capaz de garantir não haver nova subida porque “sempre fará o que for o melhor para o país”.
O melhor para o país! Ora deixa-me pensar… Se para reduzir o défice são indispensáveis medidas de austeridade que vão provocar recessão, que reduzem o poder de compra que vai fazer decrescer a produção que vai provocar mais desemprego que vai aumentar as prestações sociais que vão engordar o défice…
Bem, desisto!Não acredito que não possa haver outro caminho senão um bêco sem saída.
Então, estes problemas do défice e da dívida externa que, à primeira vista, tão simples me pareciam, deixam-me perplexo pois não o serão de todo porque, afinal, não só ninguém parece saber como resolvê-los, como não encontro, entre os que dizem saber, consenso sobre como fazê-lo.
Mas, perante problemas tão sérios, creio ser natural a perplexidade de quem toda a vida teve de lidar com “leis” que deram muito trabalho a descobrir e, por isso, se não sente à vontade para entender aquelas que ninguém descobre!
Vivo há já dezenas de anos na esperança de poder alargar o cinto, pelo menos para o “furo” que usava quando a vida era menos complicada, quando se era mais feliz sem o consumismo desalmado que o crescimento económico impõe.
Agora vivo no temor de um cinto sem espaço para mais furos porque não compreendo como iremos sair do imbróglio que criámos.
Diz o FMI que teremos de suportar as exigências drásticas da austeridade ainda que, por efeitos dela, tenhamos certa uma recessão!
Diz o Banco de Portugal que uma medida excepcional, a de transferir o “fundo de pensões” da PT para o Estado, no valor de 2,6 (dois vírgula seis e não dois ponto seis) milhões de euros pode não ser bastante para que se atinja o objectivo do défice marcado para o final deste ano!
Diz o Primeiro Ministro que apenas recorreu a essa medida extraordinária porque, com surpresa, terá de pagar um submarino que custa cerca de 500 milhões! Ou dois que sejam…
Não conseguiu o Primeiro Ministro explicar porque sempre que disse que não iria subir os impostos acabou por subi-los nem, apesar de dizer que, desta vez, as contas foram feitas de uma forma mais conservadora foi capaz de garantir não haver nova subida porque “sempre fará o que for o melhor para o país”.
O melhor para o país! Ora deixa-me pensar… Se para reduzir o défice são indispensáveis medidas de austeridade que vão provocar recessão, que reduzem o poder de compra que vai fazer decrescer a produção que vai provocar mais desemprego que vai aumentar as prestações sociais que vão engordar o défice…
Bem, desisto!Não acredito que não possa haver outro caminho senão um bêco sem saída.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
VOTA NO TIRIRICA!
Nem imaginava que as eleições brasileiras fossem assim tão bem dispostas.
Achei, a um tempo, estranhos e bizarros os personagens e mais estranha ainda a forma como se apresentam aos eleitores.
Com tantos números, só com “cábulas” alguém consegue entender-se no meio daqueles milhares de concorrente estranhos e numerados.
Ri ao escutar um após outro mas confesso que o que mais me chamou a atenção foi o Tiririca cujo número era uma capicua perfeita, o 2222.
Um personagem fantástico que retrata bem o que a maioria dos políticos, mais ou menos, hoje em dia me parece.
Reconhecendo que nem tinha ideia do que faz um deputado “federau” em Brasília, o candidato mascarado de palhaço solicitava o voto com um ar bem sério, num “pregão” que não vou esquecer tão cedo: “vota no Tiririca! Se está mau, pió num ficaaaaa….”
Ora é isso mesmo que me fez sentir pena de não ter podido votar naquelas eleições, pois o Tiririca seria o meu preferido! Só a garantia de não ficar pior já me proporcionava algum conforto nesta minha terra onde o mal nunca é bastante e o pior está sempre para vir, sobretudo depois de Sócrates anunciar que tudo vai bem, que fomos quem mais cresceu na Europa, que o desemprego decresceu, que o TGV nos colocará na modernidade, que não vão aumentar os impostos…
Valha-me Deus, o Homem parece o serviço mentirológico dos anos 40!
E já que vai haver eleições, não haverá por aí quem possa dar as mesmas garantias que fizeram o Tiririca ser o candidato mais votado em todos os Estados do Brasil?
Achei, a um tempo, estranhos e bizarros os personagens e mais estranha ainda a forma como se apresentam aos eleitores.
Com tantos números, só com “cábulas” alguém consegue entender-se no meio daqueles milhares de concorrente estranhos e numerados.
Ri ao escutar um após outro mas confesso que o que mais me chamou a atenção foi o Tiririca cujo número era uma capicua perfeita, o 2222.
Um personagem fantástico que retrata bem o que a maioria dos políticos, mais ou menos, hoje em dia me parece.
Reconhecendo que nem tinha ideia do que faz um deputado “federau” em Brasília, o candidato mascarado de palhaço solicitava o voto com um ar bem sério, num “pregão” que não vou esquecer tão cedo: “vota no Tiririca! Se está mau, pió num ficaaaaa….”
Ora é isso mesmo que me fez sentir pena de não ter podido votar naquelas eleições, pois o Tiririca seria o meu preferido! Só a garantia de não ficar pior já me proporcionava algum conforto nesta minha terra onde o mal nunca é bastante e o pior está sempre para vir, sobretudo depois de Sócrates anunciar que tudo vai bem, que fomos quem mais cresceu na Europa, que o desemprego decresceu, que o TGV nos colocará na modernidade, que não vão aumentar os impostos…
Valha-me Deus, o Homem parece o serviço mentirológico dos anos 40!
E já que vai haver eleições, não haverá por aí quem possa dar as mesmas garantias que fizeram o Tiririca ser o candidato mais votado em todos os Estados do Brasil?
domingo, 3 de outubro de 2010
DIA INTERNACIONAL DO IDOSO
O passado dia 1 de Outubro foi dedicado ao idoso mas, a menos a habitual falta de consideração e de respeito que os mais novos cada vez mais revelam pelos mais velhos, nada me pareceu fora do habitual nem me dei conta de qualquer reflexão adequada ao evento.
A comunicação social, como de costume, quase reduz a questão da terceira idade à velhice desvalida, com realce para a solidão e para o abandono, e pouco mais. Este é um problema sério para o qual a sociedade terá de encontrar solução rapidamente. Mas o cada vez mais elevado número de idosos a par do decréscimo de nascimentos, o que vai transformando a “pirâmide” etária numa “árvore” com caule cada vez mais alto e mais fino, coloca problemas determinantes para o modo de viver em sociedade.
Em Portugal o número de idosos é já superior ao de crianças, sendo previsível que mais para meio do século a relação seja já de três a quatro para um, com tendência para aumentar rapidamente.
Nos últimos anos a população decresceu fortemente abaixo dos vinte e cinco anos, enquanto cresceu significativamente acima dos sessenta.
Este não é um fenómeno apenas português porque por toda a Europa a situação é semelhante, o que vai transformando o “Velho Continente” num Continente cada vez mais velho.
Governar sem levar em consideração esta “dinâmica etária” corresponderá a não fazer as previsões correctas e, consequentemente, a não preparar o país (e a Europa) para uma situação a que corresponderão problemas bem diferentes dos que agora se colocam, nomeadamente no domínio da solidariedade social.
A comunicação social, como de costume, quase reduz a questão da terceira idade à velhice desvalida, com realce para a solidão e para o abandono, e pouco mais. Este é um problema sério para o qual a sociedade terá de encontrar solução rapidamente. Mas o cada vez mais elevado número de idosos a par do decréscimo de nascimentos, o que vai transformando a “pirâmide” etária numa “árvore” com caule cada vez mais alto e mais fino, coloca problemas determinantes para o modo de viver em sociedade.
Em Portugal o número de idosos é já superior ao de crianças, sendo previsível que mais para meio do século a relação seja já de três a quatro para um, com tendência para aumentar rapidamente.
Nos últimos anos a população decresceu fortemente abaixo dos vinte e cinco anos, enquanto cresceu significativamente acima dos sessenta.
Este não é um fenómeno apenas português porque por toda a Europa a situação é semelhante, o que vai transformando o “Velho Continente” num Continente cada vez mais velho.
Governar sem levar em consideração esta “dinâmica etária” corresponderá a não fazer as previsões correctas e, consequentemente, a não preparar o país (e a Europa) para uma situação a que corresponderão problemas bem diferentes dos que agora se colocam, nomeadamente no domínio da solidariedade social.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
OS “TROCOS” E A INSÓNIA DE TEIXEIRA DOS SANTOS
Às críticas que ouviu pelos cortes que fez na despesa, sobretudo às que fizeram notar a ausência de outros que corresponderiam a casos de maus contratos e parcerias, organismos excessivos, controlo de desperdícios, etc, Teixeira dos Santos respondeu tratar-se de “trocos” pois, para a resolução dos problemas que temos, não bastam centenas de milhões porque serão necessários milhares de milhões de euros.
Parece, numa apreciação rápida, que poderá ter razão. Mas, reflectindo melhor, verificaremos que foi o desperdício de várias dezenas ou centenas de milhões durante anos e anos que deram lugar à necessidade dos milhares de milhões que o Ministro das Finanças vai buscar aos salários de trabalhadores da função pública, ao cancelamento de benefícios fiscais e à arrecadação de mais impostos, deste modo reduzindo, consideravelmente, o nível de vida de que depende a dinâmica económica.
Não sou partidário desta economia baseada no consumismo que não pode crescer indefinidamente mas já atingiu níveis incompatíveis com uma boa gestão dos recursos naturais e, cada vez mais, afecta os equilíbrios ambientais necessários à vida. Apesar disso, não creio que seja possível ou desejável corrigir abruptamente este sistema de economia em permanente crise porque, por essa via, será uma catástrofe e não uma correcção o que se alcançará.
O Ministro das Finanças já deu provas de não ser capaz da gestão equilibrada que exige previsões que nunca soube fazer, do que resultou uma sucessão de programas de austeridade, na qual, por certo, este agora apresentado não será o último. Com ele o ministro evitou a sua insónia, deixando para a maior parte de nós as preocupações que nos não vão deixar dormir descansados!
Parece, numa apreciação rápida, que poderá ter razão. Mas, reflectindo melhor, verificaremos que foi o desperdício de várias dezenas ou centenas de milhões durante anos e anos que deram lugar à necessidade dos milhares de milhões que o Ministro das Finanças vai buscar aos salários de trabalhadores da função pública, ao cancelamento de benefícios fiscais e à arrecadação de mais impostos, deste modo reduzindo, consideravelmente, o nível de vida de que depende a dinâmica económica.
Não sou partidário desta economia baseada no consumismo que não pode crescer indefinidamente mas já atingiu níveis incompatíveis com uma boa gestão dos recursos naturais e, cada vez mais, afecta os equilíbrios ambientais necessários à vida. Apesar disso, não creio que seja possível ou desejável corrigir abruptamente este sistema de economia em permanente crise porque, por essa via, será uma catástrofe e não uma correcção o que se alcançará.
O Ministro das Finanças já deu provas de não ser capaz da gestão equilibrada que exige previsões que nunca soube fazer, do que resultou uma sucessão de programas de austeridade, na qual, por certo, este agora apresentado não será o último. Com ele o ministro evitou a sua insónia, deixando para a maior parte de nós as preocupações que nos não vão deixar dormir descansados!
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
FALANDO DO PORTUGAL MAL CONHECIDO
Quando, em Bruxelas, um Olli qualquer elogia as medidas de austeridade que a incompetência do governo português tornou necessárias e depois daquele humilhante relatório em que a OCDE nos diz como devemos governar-nos, duas notícias de repercussão mundial, fui procurar aquelas que não são realçadas em títulos de caixa alta.
Dentre as publicadas hoje, três me dão conta de que, para além de políticos desqualificados, há neste Portugal gente de grande mérito e valor que muito poucos louvam e ainda menos conhecem.
Dois jovens estudantes de Odemira alcançaram, na Final Europeia de Jovens Cientistas, um brilhante terceiro lugar; Depois de o ser nos transplantes hepáticos com dador cadáver, Portugal é já, também, líder mundial nos transplantes renais, enquanto se coloca no limiar da auto-suficiência nesta arte cirúrgica; O programa português e-escola, agora denominado e-scholl, vai ser implementado em vinte países, num programa liderado pela União Internacional de Telecomunicações.
Mais ainda, a Entidade Reguladora do Sector da Água e Resíduos comunica que em 98% dos sistemas de abastecimento de água são cumpridas as normas de qualidade impostas, o que, com toda a certeza, nos coloca em plano mundial destacado.
De outras coisas mais poderia aqui falar para mostrar que, para além da política em que a incompetência é distinguida e das finanças onde são as varas podres que mais crescem, somos um povo com méritos que nos permitem ombrear com outro povo qualquer.
Dentre as publicadas hoje, três me dão conta de que, para além de políticos desqualificados, há neste Portugal gente de grande mérito e valor que muito poucos louvam e ainda menos conhecem.
Dois jovens estudantes de Odemira alcançaram, na Final Europeia de Jovens Cientistas, um brilhante terceiro lugar; Depois de o ser nos transplantes hepáticos com dador cadáver, Portugal é já, também, líder mundial nos transplantes renais, enquanto se coloca no limiar da auto-suficiência nesta arte cirúrgica; O programa português e-escola, agora denominado e-scholl, vai ser implementado em vinte países, num programa liderado pela União Internacional de Telecomunicações.
Mais ainda, a Entidade Reguladora do Sector da Água e Resíduos comunica que em 98% dos sistemas de abastecimento de água são cumpridas as normas de qualidade impostas, o que, com toda a certeza, nos coloca em plano mundial destacado.
De outras coisas mais poderia aqui falar para mostrar que, para além da política em que a incompetência é distinguida e das finanças onde são as varas podres que mais crescem, somos um povo com méritos que nos permitem ombrear com outro povo qualquer.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
E SE O FMI ENTRAR…
Aparecem, por vezes, nesses programas de “antena aberta” uns “especialistas” que dizem barbaridades, como não poderia ser outra coisa o produto de uma ignorância mal disfarçada em números e datas que possuem às dúzias nas suas bases de dados.
Acabo de ouvir, num desses programas, uma “convidada” afirmar, a propósito da possibilidade de não ser aprovado o OE, que “sendo assim, o melhor seria dizer ao FMI que não somos capazes de nos governar, venham cá fazê-lo por nós”.
Ora, toda a gente deveria saber que o FMI não governa ninguém. Quando entra, o FMI faz o “arresto” dos bens “penhorados” pela dívida soberana que os governos de Sócrates fizeram subir em flecha, pois o seu objectivo não é o de governar e, no que nos impuser, nunca colocará o interesse dos portugueses acima dos de quem se sente obrigado a defender, dos de quem compra “dívida portuguesa” e ate já o faz assumindo, descaradamente, o papel de agiotas que cobram juros elevadíssimos.
Nesta política de querer salvar o país condenando o seu povo, o governo não encontra alternativas à colecta agressiva de impostos que não param de subir, porque não é capaz de acabar com os compromissos de tantos tachos que criou nos tão famosos “jobs for the boys” que tantos milionários sem mérito já produziram.
Parece-me possível dizer não ao “estrangulamento” dos cidadãos por impostos que, relativamente ao seu nível de vida, são os mais penalizadores da Europa, sem que o FMI meta o bedelho na nossa casa já sem crédito.
Afino pelo diapasão de quem diz que não nos será possível perder mais um ano, depois de tantos já perdidos!
Acabo de ouvir, num desses programas, uma “convidada” afirmar, a propósito da possibilidade de não ser aprovado o OE, que “sendo assim, o melhor seria dizer ao FMI que não somos capazes de nos governar, venham cá fazê-lo por nós”.
Ora, toda a gente deveria saber que o FMI não governa ninguém. Quando entra, o FMI faz o “arresto” dos bens “penhorados” pela dívida soberana que os governos de Sócrates fizeram subir em flecha, pois o seu objectivo não é o de governar e, no que nos impuser, nunca colocará o interesse dos portugueses acima dos de quem se sente obrigado a defender, dos de quem compra “dívida portuguesa” e ate já o faz assumindo, descaradamente, o papel de agiotas que cobram juros elevadíssimos.
Nesta política de querer salvar o país condenando o seu povo, o governo não encontra alternativas à colecta agressiva de impostos que não param de subir, porque não é capaz de acabar com os compromissos de tantos tachos que criou nos tão famosos “jobs for the boys” que tantos milionários sem mérito já produziram.
Parece-me possível dizer não ao “estrangulamento” dos cidadãos por impostos que, relativamente ao seu nível de vida, são os mais penalizadores da Europa, sem que o FMI meta o bedelho na nossa casa já sem crédito.
Afino pelo diapasão de quem diz que não nos será possível perder mais um ano, depois de tantos já perdidos!
A HISTÓRIA DE UM PAÍS QUE QUIS SER RICO!
Nas suas conjecturas sobre os regimes políticos, Aristóteles concluiu que, em teoria, todos eram bons nos seus propósitos mas divergentes nos seus efeitos pela natural tendência do Homem para a prepotência e apego ao poder.
Talvez por isso, o grande político inglês do Século XX, Wistom Churchil, considerou a democracia como o pior dos regimes com excepção dos demais conhecidos.
Passados os tempos aúreos da democracia representativa que privilegia o número, quando as coisas mais importantes se passavam no Parlamento, onde homens como Disraeli se tornaram notados pelo seu poder de argumentação, e quando a convicção era mais importante do que o conhecimento, este regime que tornou infames todos os demais tem sofrido críticas, algumas das quais pela dificuldade que sente de, por vezes, deles se destacar de modo claro.
Hoje, tomar decisões implica estar em dia com o saber sobre as questões a decidir o que, infelizmente, nem sempre é o caso. O estilo “disraeliano” continua a imperar nas atitudes de quem se esforça por fazer crer que é, aquilo que mais lhe conviria que fosse, em vez de procurar conhecer a realidade e decidir em conformidade com ela.
Mas hoje, as margens de erro consentidas são muito menores, pelo que os erros cometidos têm consequências cada vez mais graves e difíceis de reparar.
A democracia necessita de ser renovada juntando à boa cultura democrática os saberes de que necessita para decidir bem, o que conflitua com as disputas de poder que lhe são próprias e, vezes demais, fazem prevalecer o mau princípio de que os fins justificam os meios. A nossa realidade actual bem o demonstra.
Está em cena o “circo da ruína” que vai destruir Portugal.
A continuar assim, um dia se contará a “história de um país que quis ser rico”.
Talvez por isso, o grande político inglês do Século XX, Wistom Churchil, considerou a democracia como o pior dos regimes com excepção dos demais conhecidos.
Passados os tempos aúreos da democracia representativa que privilegia o número, quando as coisas mais importantes se passavam no Parlamento, onde homens como Disraeli se tornaram notados pelo seu poder de argumentação, e quando a convicção era mais importante do que o conhecimento, este regime que tornou infames todos os demais tem sofrido críticas, algumas das quais pela dificuldade que sente de, por vezes, deles se destacar de modo claro.
Hoje, tomar decisões implica estar em dia com o saber sobre as questões a decidir o que, infelizmente, nem sempre é o caso. O estilo “disraeliano” continua a imperar nas atitudes de quem se esforça por fazer crer que é, aquilo que mais lhe conviria que fosse, em vez de procurar conhecer a realidade e decidir em conformidade com ela.
Mas hoje, as margens de erro consentidas são muito menores, pelo que os erros cometidos têm consequências cada vez mais graves e difíceis de reparar.
A democracia necessita de ser renovada juntando à boa cultura democrática os saberes de que necessita para decidir bem, o que conflitua com as disputas de poder que lhe são próprias e, vezes demais, fazem prevalecer o mau princípio de que os fins justificam os meios. A nossa realidade actual bem o demonstra.
Está em cena o “circo da ruína” que vai destruir Portugal.
A continuar assim, um dia se contará a “história de um país que quis ser rico”.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
O CINTO BEM APERTADO... AI Ó JOSÉ FICA-TE BEM!
As recomendações de austeridade da OCDE não devem ter surpreendido ninguém, tal como não surpreenderam o governo que as negociou.
Naquela sessão de apresentação foi visível a satisfação do Ministro das Finanças por este precioso apoio de uma instituição “credível” – como diz o Presidente da República - e só faltaram as palmas para transformar o evento numa gala!
Não ponho em causa as medidas que a OCDE considera necessárias em função dos objectivos europeus. Nada nem ninguém nos salvará de mais um violento apertão de cinto que as circunstâncias actuais nos impõem.
Neste contexto, porém, não são as medidas sugeridas a questão mais importante de esclarecer porque útil será, em termos de experiência para futuro, saber o que as tornou necessárias.
Os socialistas, os mais hábeis a criar factos políticos e a tirar partido das circunstâncias, não terão dúvidas de que foram Durão Barroso e Santana Lopes os responsáveis.
Mas não será estranho que num breve intervalo de 2 anos, em quinze anos de governo que começaram com António Guterres, tanto se tenham degradado as finanças nacionais?
É altura para recordar o “pântano” em que Guterres disse não querer afogar-se quando se demitiu do seu cargo de Primeiro-Ministro. Então muita gente se interrogou sobre o significado de tal afirmação. Agora parece evidente!
Além disto e seja o que for que tenha acontecido, Sócrates e o seu Ministro das Finanças não foram modestos quando se vangloriaram de haver saneado, definitivamente, as finanças portuguesas ao ser atingido um défice de 3%. Depois disso sabemos o que sucedeu.
Então, para saber no que ficamos, para conhecer a causa de mais este apertão de cinto para que se não repita, uma questão deve ser esclarecida: foi Guterres quem brincou com o país ao demitir-se por um “pântano” que não existia ou foi Sócrates que se vangloriou por um êxito que não alcançou?
Naquela sessão de apresentação foi visível a satisfação do Ministro das Finanças por este precioso apoio de uma instituição “credível” – como diz o Presidente da República - e só faltaram as palmas para transformar o evento numa gala!
Não ponho em causa as medidas que a OCDE considera necessárias em função dos objectivos europeus. Nada nem ninguém nos salvará de mais um violento apertão de cinto que as circunstâncias actuais nos impõem.
Neste contexto, porém, não são as medidas sugeridas a questão mais importante de esclarecer porque útil será, em termos de experiência para futuro, saber o que as tornou necessárias.
Os socialistas, os mais hábeis a criar factos políticos e a tirar partido das circunstâncias, não terão dúvidas de que foram Durão Barroso e Santana Lopes os responsáveis.
Mas não será estranho que num breve intervalo de 2 anos, em quinze anos de governo que começaram com António Guterres, tanto se tenham degradado as finanças nacionais?
É altura para recordar o “pântano” em que Guterres disse não querer afogar-se quando se demitiu do seu cargo de Primeiro-Ministro. Então muita gente se interrogou sobre o significado de tal afirmação. Agora parece evidente!
Além disto e seja o que for que tenha acontecido, Sócrates e o seu Ministro das Finanças não foram modestos quando se vangloriaram de haver saneado, definitivamente, as finanças portuguesas ao ser atingido um défice de 3%. Depois disso sabemos o que sucedeu.
Então, para saber no que ficamos, para conhecer a causa de mais este apertão de cinto para que se não repita, uma questão deve ser esclarecida: foi Guterres quem brincou com o país ao demitir-se por um “pântano” que não existia ou foi Sócrates que se vangloriou por um êxito que não alcançou?
sábado, 25 de setembro de 2010
SÓCRATES QUER SAIR PELA PORTA GRANDE!
Depois de tantas ocasiões em que a saída pela “esquerda baixa” era a hipótese mais evidente, Sócrates tenta virar o jogo a seu favor e livrar-se deste “frete” de governar um país exaurido por tantos disparates que fez, saindo pela “porta grande”.
Já terá esgotado todos os truques possíveis, o último dos quais, perante a ingenuidade dos adversários, quase teve a magia das grandes ilusões de David Copperfield ao fazer desaparecer um avião, atravessar a muralha da China, eu sei lá que mais.
Rasteirou o PSD que, sem técnicas de equilíbrio, se espalhou ao comprido, situação de que tenta livrar-se agora.
Montando um sistema de enredadas confusões, apresentadas com a “ingenuidade” de quem apenas diz inquestionáveis verdades, o “Grupo de Sócrates” talvez se tenha inspirado no “bullying” que abusa de vítimas incapazes de defender-se.
Duas realidades lamentáveis pelo abuso de uns e pela fragilidade que outros revelam nesta luta pelo poder que, pelas ambições cada vez mais excessivas, perverte a democracia e prejudica os cidadãos.
Para Sócrates, “o mundo muda numa semana” em vez de ir mudando como o indicam os sinais que os governantes devem ir lendo para, oportunamente, se prepararem para enfrentar as dificuldades que se aproximem. Por isso a insistência deste governo em dolorosas técnicas curativas que a falta de prevenção não permitiu evitar.
Sócrates tenta sair tal como entrou: a aumentar impostos depois de afirmar o contrário!
Faz lembrar as quase desaparecidas “pescadinhas de rabo na boca” que, talvez por serem tão apreciadas, poderão dar-lhe a vitória em eleições que se sigam. Mas será que ele a deseja?
Já terá esgotado todos os truques possíveis, o último dos quais, perante a ingenuidade dos adversários, quase teve a magia das grandes ilusões de David Copperfield ao fazer desaparecer um avião, atravessar a muralha da China, eu sei lá que mais.
Rasteirou o PSD que, sem técnicas de equilíbrio, se espalhou ao comprido, situação de que tenta livrar-se agora.
Montando um sistema de enredadas confusões, apresentadas com a “ingenuidade” de quem apenas diz inquestionáveis verdades, o “Grupo de Sócrates” talvez se tenha inspirado no “bullying” que abusa de vítimas incapazes de defender-se.
Duas realidades lamentáveis pelo abuso de uns e pela fragilidade que outros revelam nesta luta pelo poder que, pelas ambições cada vez mais excessivas, perverte a democracia e prejudica os cidadãos.
Para Sócrates, “o mundo muda numa semana” em vez de ir mudando como o indicam os sinais que os governantes devem ir lendo para, oportunamente, se prepararem para enfrentar as dificuldades que se aproximem. Por isso a insistência deste governo em dolorosas técnicas curativas que a falta de prevenção não permitiu evitar.
Sócrates tenta sair tal como entrou: a aumentar impostos depois de afirmar o contrário!
Faz lembrar as quase desaparecidas “pescadinhas de rabo na boca” que, talvez por serem tão apreciadas, poderão dar-lhe a vitória em eleições que se sigam. Mas será que ele a deseja?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
NO TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM
Nas cada vez mais chatas, repetitivas e pouco imaginativas discussões na Assembleia da República é mais do que certo, quando o governo é acusado por ter feito (ou não ter feito) isto ou aquilo, ouvir-se uma resposta que, de tão velha, já tem barbas: O senhor não se lembra de, quando o seu partido era governo, ter feito (ou não ter feito), ter dito (ou não ter dito) isto ou aquilo?
Logo me vem à lembrança aquela cena de uma fábula em que o lobo mau, já sem outros argumentos, acaba por acusar o inocente cordeiro: se não foste tu foi o teu pai!
E eu que pensava que já não vivíamos nos tempos em que os animais falavam… ou vivemos?
Que doloroso é ter de escutar estes desagradáveis diálogos de surdos para no fim ficarmos a saber que vamos ter de pagar mais impostos!
Será que estes senhores não sabem, mesmo, fazer melhor?
Logo me vem à lembrança aquela cena de uma fábula em que o lobo mau, já sem outros argumentos, acaba por acusar o inocente cordeiro: se não foste tu foi o teu pai!
E eu que pensava que já não vivíamos nos tempos em que os animais falavam… ou vivemos?
Que doloroso é ter de escutar estes desagradáveis diálogos de surdos para no fim ficarmos a saber que vamos ter de pagar mais impostos!
Será que estes senhores não sabem, mesmo, fazer melhor?
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
QUEM É CULPADO DA CRISE QUE FAZ AUMENTAR O DESEMPREGO, QUE FAZ AUMENTAR A POBREZA, QUE...
É mais do que óbvio que o desemprego vai continuar a aumentar, como diz a Senhora Ministra do Trabalho; E vão continuar as falências de empresas, como poderia dizer o Senhor Ministro da Economia; Como vai aumentar o número dos que a cada dia vão sentindo mais e mais dificuldade em satisfazer as suas necessidades mais básicas, como poderia dizer, também, a Senhora Ministra da Solidariedade Social; Como tantas outras coisas desagradáveis vão acontecer e das quais a “crise” será sempre culpada. E, sendo assim, de quem poderemos queixar-nos? Da Senhora Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social? Do Senhor Ministro da Economia? Do Senhor Ministro das Finanças? Do próprio Senhor Primeiro-Ministro?
Deixem-me pensar… quem será que origina as crises? Os milhões que se deixam seduzir pela publicidade agressiva e enganadora que é consentida e consomem, consomem, consomem, mesmo que disso não tenham necessidade ou aqueles que têm por obrigação estar atentos e não deixar a economia resvalar por caminhos perigosos mas que, por palavras e por obras, até a incentivam a ir por aí?
Portugal, o país com maior densidade de auto-estradas da Europa, quiçá do mundo (!), onde há mais telemóveis a funcionar do que habitantes, que outras estatísticas de grandeza consumista colocam nos topos, está a ficar de tanga.
Por culpa da crise? Obviamente, dirão os Senhores Ministros da Economia, das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social, o Primeiro-Ministro!
Quem será o “sacristão” que diz “amen”?
Deixem-me pensar… quem será que origina as crises? Os milhões que se deixam seduzir pela publicidade agressiva e enganadora que é consentida e consomem, consomem, consomem, mesmo que disso não tenham necessidade ou aqueles que têm por obrigação estar atentos e não deixar a economia resvalar por caminhos perigosos mas que, por palavras e por obras, até a incentivam a ir por aí?
Portugal, o país com maior densidade de auto-estradas da Europa, quiçá do mundo (!), onde há mais telemóveis a funcionar do que habitantes, que outras estatísticas de grandeza consumista colocam nos topos, está a ficar de tanga.
Por culpa da crise? Obviamente, dirão os Senhores Ministros da Economia, das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social, o Primeiro-Ministro!
Quem será o “sacristão” que diz “amen”?
terça-feira, 21 de setembro de 2010
É NO APROVEITAR QUE ESTÁ O GANHO...
Um dito que tantas vezes ouvi à minha avó nos tempos difíceis da minha infância, mas que hoje, tanto ou mais do que então, se justifica.
Li que o Presidente da República havia afirmado que "um país que não consegue explorar(*), sustentavelmente, os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros". E não posso estar mais de acordo porque, afinal, num mundo tão carenciado ninguém tem o direito de ser perdulário ou esbanjador.
A verdade, porém, é que desperdiçamos demasiado e, pior do que isso, adquirimos, sem o sermos, hábitos de ricos que nos levaram a esta situação de penúria em que nos encontramos.
Desde há muito tempo que deixamos certas actividades para os outros, para os imigrantes, talvez convencidos de que somos bons demais para fazer certos trabalhos que consideramos menores. Há muito que abandonamos os campos porque é duro o trabalho de arrancar o sustento da terra. Há muito que…
Vai ser um esforço árduo para arrepiar caminho e voltar aos velhos hábitos de trabalho e de poupança, ao aproveitamento do que temos, incluindo uma vasta parte do território continental e do mar que temos abandonados.
Portugal é um país a precisar de um povo que o saiba engrandecer, que seja capaz de, aproveitando o que o seu país tem para lhe dar, criar boas condições de vida.
Todos nós precisamos de perder o mau hábito de pensar nas “obrigações” que julgamos que todos têm para connosco, de superar com trabalho as ajudas que recebamos e de acabar com as lamúrias ridículas com que, por tudo e por nada, reclamamos apoios para fazer seja o que for!
A grande verdade é que é do fruto do nosso trabalho que teremos de viver e não das ajudas que, por esmola ou solidariedade, nos possam dar.
É fácil compreender porque estamos em crise e porque continuaremos em crise, apesar de o governo se ver forçado, pelas circunstâncias, a perder as atitudes de novo-riquismo que têm caracterizado a sua governação.
(*) prefiro, por mais adequado, o termo aproveitar. Porém, o “sustentavelmente” que se lhe segue, reencaminha para o aproveitamento.
Li que o Presidente da República havia afirmado que "um país que não consegue explorar(*), sustentavelmente, os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros". E não posso estar mais de acordo porque, afinal, num mundo tão carenciado ninguém tem o direito de ser perdulário ou esbanjador.
A verdade, porém, é que desperdiçamos demasiado e, pior do que isso, adquirimos, sem o sermos, hábitos de ricos que nos levaram a esta situação de penúria em que nos encontramos.
Desde há muito tempo que deixamos certas actividades para os outros, para os imigrantes, talvez convencidos de que somos bons demais para fazer certos trabalhos que consideramos menores. Há muito que abandonamos os campos porque é duro o trabalho de arrancar o sustento da terra. Há muito que…
Vai ser um esforço árduo para arrepiar caminho e voltar aos velhos hábitos de trabalho e de poupança, ao aproveitamento do que temos, incluindo uma vasta parte do território continental e do mar que temos abandonados.
Portugal é um país a precisar de um povo que o saiba engrandecer, que seja capaz de, aproveitando o que o seu país tem para lhe dar, criar boas condições de vida.
Todos nós precisamos de perder o mau hábito de pensar nas “obrigações” que julgamos que todos têm para connosco, de superar com trabalho as ajudas que recebamos e de acabar com as lamúrias ridículas com que, por tudo e por nada, reclamamos apoios para fazer seja o que for!
A grande verdade é que é do fruto do nosso trabalho que teremos de viver e não das ajudas que, por esmola ou solidariedade, nos possam dar.
É fácil compreender porque estamos em crise e porque continuaremos em crise, apesar de o governo se ver forçado, pelas circunstâncias, a perder as atitudes de novo-riquismo que têm caracterizado a sua governação.
(*) prefiro, por mais adequado, o termo aproveitar. Porém, o “sustentavelmente” que se lhe segue, reencaminha para o aproveitamento.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
POUCA-TERRA, POUCA-CABEÇA...
Sou beirão e gosto da minha Terra como de nenhuma outra.
Mas gosto muito do Alentejo, também.
Gosto daquela terra imensa ensolarada de que um poeta disse um dia “não tem sombra senão a que vem do Céu”.
Ali me deliciei apreciando pedaços de maravilhas em Évora, em Monsaraz em Marvão… ; Extasiei-me com as revelações de passados mais ou menos distantes em dolmans, menhires e ruínas romanas;
Vi, no Badocha, animais selvagens um tanto fora de contexto, mas...;
Em Serpa comi queijo que me fez lembrar o da minha Serra, gosto de migas e até como gaspacho se não tiver pepino;
Adoçam-me a alma os cantares daquelas gentes a quem uma simples rama de oliveira tão artisticamente inspira!
Mas a serenidade desta terra será, em breve, sacudida pela velocidade estonteante de um TGV em cuja construção urgente alguém insistiu porque a aparência de sucesso a isso obrigava. Ou talvez não, porque o troço que já constroem pode não ligar, tão cedo, a coisa nenhuma.
Mesmo assim, o Alentejo ganhará um novo motivo de atracção, um lugar extenso onde, como em miúdos, poderemos correr ao longo dos carris gritando: pouca-terra, pouca-terra, pouca-cabeça, pouca-cabeça… talvez para esquecermos as dores de um “orçamento” de cortes profundos e impostos violentos que, por estes "pequenos luxos", as famosas empresas de “rating” nos impõem para não tornarem ainda mais caro o dinheiro que cada vez menos temos.
Mas gosto muito do Alentejo, também.
Gosto daquela terra imensa ensolarada de que um poeta disse um dia “não tem sombra senão a que vem do Céu”.
Ali me deliciei apreciando pedaços de maravilhas em Évora, em Monsaraz em Marvão… ; Extasiei-me com as revelações de passados mais ou menos distantes em dolmans, menhires e ruínas romanas;
Vi, no Badocha, animais selvagens um tanto fora de contexto, mas...;
Em Serpa comi queijo que me fez lembrar o da minha Serra, gosto de migas e até como gaspacho se não tiver pepino;
Adoçam-me a alma os cantares daquelas gentes a quem uma simples rama de oliveira tão artisticamente inspira!
Mas a serenidade desta terra será, em breve, sacudida pela velocidade estonteante de um TGV em cuja construção urgente alguém insistiu porque a aparência de sucesso a isso obrigava. Ou talvez não, porque o troço que já constroem pode não ligar, tão cedo, a coisa nenhuma.
Mesmo assim, o Alentejo ganhará um novo motivo de atracção, um lugar extenso onde, como em miúdos, poderemos correr ao longo dos carris gritando: pouca-terra, pouca-terra, pouca-cabeça, pouca-cabeça… talvez para esquecermos as dores de um “orçamento” de cortes profundos e impostos violentos que, por estes "pequenos luxos", as famosas empresas de “rating” nos impõem para não tornarem ainda mais caro o dinheiro que cada vez menos temos.
sábado, 18 de setembro de 2010
ORGIAS DE TEMPO PERDIDO
Pergunto-me, muitas vezes, quantos prejuízos, para o país, resultam das casmurrices dos políticos para quem tudo se avalia em termos de vitória ou de derrota pessoal, pelo que se envolvem em disputadas batalhas verbais, sem cuidar de saber dos danos que, pelas confusões que geram e pelo tempo que desperdiçam, todos possamos sofrer.
Na maioria dos discursos em que é evidente a preocupação de mostrar que o outro ainda é pior, raramente alguém se afirma pela positiva e ninguém se dispõe a ceder às exigências de um esforço para alcançar o bem comum que, apesar disso, todos dizem ser seu propósito alcançar.
É quase hilariante assistir a uma discussão política que, aconteça onde acontecer, não raras vezes mais parece uma conversa de surdos ou de tontos, com as questões envolvidas por floreados que as deturpam, as respostas iludidas com despropositadas afirmações que não consentem refutação e conclusões que a nada conduzem. Não passa, por isso, de verborreia estéril, de tempo precioso perdido em desatinos, de distracção dos problemas reais que o país necessita ver urgentemente encarados e resolvidos, porque o futuro não espera.
É, algumas vezes, uma “malhação” idiota que substitui a discussão séria de ideias e de problemas sérios que os deviam preocupar.
É este o grande problema da herança do parlamentarismo disraeliano, quando o grande político era aquele que conseguia provar o impossível de provar, defender o indefensável e, assim, alcançar o objectivo pessoal ou partidário pretendido, muito aplaudido por uma multidão descuidada que vibra com estas diatribes que a distraem dos problemas reais.
Na maioria dos discursos em que é evidente a preocupação de mostrar que o outro ainda é pior, raramente alguém se afirma pela positiva e ninguém se dispõe a ceder às exigências de um esforço para alcançar o bem comum que, apesar disso, todos dizem ser seu propósito alcançar.
É quase hilariante assistir a uma discussão política que, aconteça onde acontecer, não raras vezes mais parece uma conversa de surdos ou de tontos, com as questões envolvidas por floreados que as deturpam, as respostas iludidas com despropositadas afirmações que não consentem refutação e conclusões que a nada conduzem. Não passa, por isso, de verborreia estéril, de tempo precioso perdido em desatinos, de distracção dos problemas reais que o país necessita ver urgentemente encarados e resolvidos, porque o futuro não espera.
É, algumas vezes, uma “malhação” idiota que substitui a discussão séria de ideias e de problemas sérios que os deviam preocupar.
É este o grande problema da herança do parlamentarismo disraeliano, quando o grande político era aquele que conseguia provar o impossível de provar, defender o indefensável e, assim, alcançar o objectivo pessoal ou partidário pretendido, muito aplaudido por uma multidão descuidada que vibra com estas diatribes que a distraem dos problemas reais.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O HOMEM DO PÍFARO!
Não é fácil, olhando para um animal ou para uma planta, vê-los crescer em pouco tempo. Mas com a dívida portuguesa é diferente, pois cresce mais num minuto do que eu consegui amealhar em toda uma longa vida de trabalho.
Por isso, quando leio nos jornais, vejo nas televisões, escuto no café e no barbeiro que a dívida atinge valores exorbitantes, que pagamos os juros mais altos pelo dinheiro de que necessitamos, que o perigo de ruptura é cada vez maior e que a intervenção do FMI já está próxima… confesso que fico preocupado. Preocupado demais, tão preocupado que só me resta uma solução: acreditar em Sócrates e, como ele, ter a certeza de que é assim que Portugal vai crescer, gastando mais e mais, gastando o que não tem, o que não pode gastar e que exorbitam os alarmistas, porque tudo está controlado!
Fico aliviado mas, depois, vem-me à ideia uma “estória” que me contaram há muitos anos.
Há muito tempo, na Grécia antiga, uma enorme multidão assistia a uma peça de teatro quando deflagra um incêndio. A multidão precipita-se para as saídas mas uma voz forte e bem timbrada grita: acalmem-se, eu sou o Homem do pífaro!
A multidão acalmou mas as chamas não paravam de crescer. Uma vez e outra a multidão agita-se e tenta escapar mas sempre se ouve a voz que grita: acalmem-se, não tenham medo, eu sou o Homem do pífaro!
Mas as chamas acabam por provocar a derrocada do teatro de onde ninguém escapou…
Dois mil anos mais tarde, numas escavações e no meio de muita ossada, foram encontradas provas inequívocas de que, afinal, não era o Homem do Pífaro!
Por isso, quando leio nos jornais, vejo nas televisões, escuto no café e no barbeiro que a dívida atinge valores exorbitantes, que pagamos os juros mais altos pelo dinheiro de que necessitamos, que o perigo de ruptura é cada vez maior e que a intervenção do FMI já está próxima… confesso que fico preocupado. Preocupado demais, tão preocupado que só me resta uma solução: acreditar em Sócrates e, como ele, ter a certeza de que é assim que Portugal vai crescer, gastando mais e mais, gastando o que não tem, o que não pode gastar e que exorbitam os alarmistas, porque tudo está controlado!
Fico aliviado mas, depois, vem-me à ideia uma “estória” que me contaram há muitos anos.
Há muito tempo, na Grécia antiga, uma enorme multidão assistia a uma peça de teatro quando deflagra um incêndio. A multidão precipita-se para as saídas mas uma voz forte e bem timbrada grita: acalmem-se, eu sou o Homem do pífaro!
A multidão acalmou mas as chamas não paravam de crescer. Uma vez e outra a multidão agita-se e tenta escapar mas sempre se ouve a voz que grita: acalmem-se, não tenham medo, eu sou o Homem do pífaro!
Mas as chamas acabam por provocar a derrocada do teatro de onde ninguém escapou…
Dois mil anos mais tarde, numas escavações e no meio de muita ossada, foram encontradas provas inequívocas de que, afinal, não era o Homem do Pífaro!
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
O “ATAQUE” AO ESTADO SOCIAL: REPENSÁ-LO OU DEIXÁ-LO MORRER?
A Srª Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, foi muito clara na sua afirmação das dificuldades que ameaçam o Estado social como “os cortes de despesa pública nos países europeus demonstram…”
Mais diz a Srª Ministra que “os défices públicos estão a obrigar a repensar o financiamento” referindo-se ao Estado social que, sem qualquer dúvida, sentirá cada vez mais dificuldades até se tornar inviável, a menos que sejam encontradas novas formas para o viabilizar.
A comprová-lo está, por exemplo, a iniciativa do Ministério da Saúde que vai decidir mais uma descida administrativa nos preços dos medicamentos, ao mesmo tempo que fará baixar, também, o valor das comparticipações na sua aquisição, o que se somará à anulação dos benefícios fiscais com despesas de saúde que o governo anunciou.
Ana Jorge e o governo confirmam, deste modo, o que Gabriela Canavilhas havia afirmado, bem como tornam ainda mais claras as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde que, além de não conseguir alcançar todos os seus propósitos nos cuidados de saúde que lhe compete prestar, não consegue evitar que aumente a sua já enorme dívida a quem o fornece.
Não é preciso ir mais longe para demonstrar como se tornou mais do que óbvia e urgente a necessidade de repensar o Estado Social para o não deixar morrer.
Sendo assim, como culpar os que pretendem repensá-lo de o quererem destruir?
Há muito que me não restam quaisquer dúvidas de que, para os políticos, fazer parecer que é, aquilo que lhes convém que fosse, é o artifício mais imediato perante dificuldades que se lhes apresentem. Por isso, não é essa atitude que me surpreende mas sim o facto de ela continuar a ter o bom acolhimento de um público distraído que não pensa o seu futuro porque só pensa no imediato.
Mais diz a Srª Ministra que “os défices públicos estão a obrigar a repensar o financiamento” referindo-se ao Estado social que, sem qualquer dúvida, sentirá cada vez mais dificuldades até se tornar inviável, a menos que sejam encontradas novas formas para o viabilizar.
A comprová-lo está, por exemplo, a iniciativa do Ministério da Saúde que vai decidir mais uma descida administrativa nos preços dos medicamentos, ao mesmo tempo que fará baixar, também, o valor das comparticipações na sua aquisição, o que se somará à anulação dos benefícios fiscais com despesas de saúde que o governo anunciou.
Ana Jorge e o governo confirmam, deste modo, o que Gabriela Canavilhas havia afirmado, bem como tornam ainda mais claras as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde que, além de não conseguir alcançar todos os seus propósitos nos cuidados de saúde que lhe compete prestar, não consegue evitar que aumente a sua já enorme dívida a quem o fornece.
Não é preciso ir mais longe para demonstrar como se tornou mais do que óbvia e urgente a necessidade de repensar o Estado Social para o não deixar morrer.
Sendo assim, como culpar os que pretendem repensá-lo de o quererem destruir?
Há muito que me não restam quaisquer dúvidas de que, para os políticos, fazer parecer que é, aquilo que lhes convém que fosse, é o artifício mais imediato perante dificuldades que se lhes apresentem. Por isso, não é essa atitude que me surpreende mas sim o facto de ela continuar a ter o bom acolhimento de um público distraído que não pensa o seu futuro porque só pensa no imediato.
UNIVERSO: OBRA DE DEUS OU DO NADA?
Está anunciado mais um livro de Stephen Howking, o celebérrimo físico inglês, nascido em 1942, que tem vivido a sua já longa vida numa cadeira de rodas. Uma mente brilhante que tem contribuído para alguns avanços da Ciência e que, agora, parece afastar Deus do processo de criação do Universo que atribui a um “feliz acaso”, sendo o “big-bang uma consequência inevitável das leis da Física”!
Não será por isto que passarei a admirar menos Stephen Howking, mas também não será por ser ele a afirmá-lo que aceito como verdade que “não há lugar para Deus nas teorias da criação do Universo”.
Teorias são teorias e não ciência porque, para o serem, terão de ser confirmadas! Esta é a razão de ser da Ciência que, apesar disso, não produz verdades absolutas.
Mas, na Física, o nada é nada e ponto final.
Mais coerente me parece Einstein na sua fórmula universal que a toda a matéria faz corresponder uma energia numa proporção que o quadrado de uma “constante universal” define.
Se a energia apenas se “vê” pelos seus efeitos, seja qual for a sua forma, poderá, no seu “estado puro” ser tomada como nada ou como Deus, tornando-se, depois, no princípio de tudo a que as leis das Física se aplicam. Mas, nada não é, com certeza!
Finalmente, se o “big-bang” resultou de um acaso ou de uma vontade… é matéria para outra discussão.
Não será por isto que passarei a admirar menos Stephen Howking, mas também não será por ser ele a afirmá-lo que aceito como verdade que “não há lugar para Deus nas teorias da criação do Universo”.
Teorias são teorias e não ciência porque, para o serem, terão de ser confirmadas! Esta é a razão de ser da Ciência que, apesar disso, não produz verdades absolutas.
Mas, na Física, o nada é nada e ponto final.
Mais coerente me parece Einstein na sua fórmula universal que a toda a matéria faz corresponder uma energia numa proporção que o quadrado de uma “constante universal” define.
Se a energia apenas se “vê” pelos seus efeitos, seja qual for a sua forma, poderá, no seu “estado puro” ser tomada como nada ou como Deus, tornando-se, depois, no princípio de tudo a que as leis das Física se aplicam. Mas, nada não é, com certeza!
Finalmente, se o “big-bang” resultou de um acaso ou de uma vontade… é matéria para outra discussão.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
REGIONALIZAÇÃO E REVISÃO CONSTITUCIONAL
Poucas pessoas se recordarão do que foi a experiência de regionalização que Passos Coelho agora propõe que seja reeditada e, de novo, no Algarve.
Acredito que a experiência então feita pudesse ter tido mais sucesso se feita com maiores cuidados. Mas foi um falhanço completo e do qual nem sequer conclusões esclarecedoras foram retiradas, tanto que só muitos anos depois a regionalização que a Constituição impõe (?) voltou a ser matéria de discussão, sujeita a referendo e reprovada!
Diz Passos Coelho que uma experiência inicial e a regionalização progressiva seriam o modo ideal para levar a cabo a imposição constitucional nunca cumprida.
Não só pela experiência de vida que tenho como pela própria experiência falhada que antes referi, duvido desta técnica para regionalizar.
Em primeiro lugar questiono as razões que levam a crer que o Algarve deva ser, em si mesmo, uma região administrativa. Talvez sim, talvez não!
Criar uma região, ou antes, um conjunto de regiões, não se faz numa noite de insónia em que, sobre um mapa, se vão definindo fronteiras.
A divisão regional deve ser estudada globalmente para que as regiões definidas resultem equilibradas e com capacidade competitiva entre si, o que requer elaborados estudos que não existem ainda.
Regionalizar ou não regionalizar é uma decisão política, mas a regionalização é, maioritariamente, uma questão que exige outras visões e outros saberes.
Para evitar que a regionalização seja a “divisão” territorial que não deve ser, não pode ser feita região a região mas no todo do território, ainda que a progressiva, mas simultânea, atribuição de meios e de competências possa ser uma boa técnica de optimização.
Acredito que a experiência então feita pudesse ter tido mais sucesso se feita com maiores cuidados. Mas foi um falhanço completo e do qual nem sequer conclusões esclarecedoras foram retiradas, tanto que só muitos anos depois a regionalização que a Constituição impõe (?) voltou a ser matéria de discussão, sujeita a referendo e reprovada!
Diz Passos Coelho que uma experiência inicial e a regionalização progressiva seriam o modo ideal para levar a cabo a imposição constitucional nunca cumprida.
Não só pela experiência de vida que tenho como pela própria experiência falhada que antes referi, duvido desta técnica para regionalizar.
Em primeiro lugar questiono as razões que levam a crer que o Algarve deva ser, em si mesmo, uma região administrativa. Talvez sim, talvez não!
Criar uma região, ou antes, um conjunto de regiões, não se faz numa noite de insónia em que, sobre um mapa, se vão definindo fronteiras.
A divisão regional deve ser estudada globalmente para que as regiões definidas resultem equilibradas e com capacidade competitiva entre si, o que requer elaborados estudos que não existem ainda.
Regionalizar ou não regionalizar é uma decisão política, mas a regionalização é, maioritariamente, uma questão que exige outras visões e outros saberes.
Para evitar que a regionalização seja a “divisão” territorial que não deve ser, não pode ser feita região a região mas no todo do território, ainda que a progressiva, mas simultânea, atribuição de meios e de competências possa ser uma boa técnica de optimização.
A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL E A POLÍTICA
Somos hoje sete mil milhões de habitantes em todo o Planeta. Não passaríamos de dois mil e quinhentos milhões quando eu nasci, no primeiro terço do século vinte, o que significa que a população mundial quase triplicou desde então.
Não fosse este brutal acréscimo, só por si, um problema que cria preocupações de sustentabilidade, circunstâncias há que o complicam como a diferente distribuição da população pelos Continentes e dentro destes, para além da alteração da estrutura etária que cada vez mais se afasta da que tende a perpetuar uma espécie.
Apesar da ainda forte natalidade na Ásia, na África e nas Américas Central e do Sul, a população mundial tende rapidamente a envelhecer, prevendo-se que cerca do já próximo ano 2030 os indivíduos com mais de sessenta anos sejam, em média, 30% da população total quando, no início deste século não iam além de 10%. Para esta média, a contribuição da Velha Europa é de muito próximo de 50%!
A situação mundial agravar-se-á até meados do século, segundo o estudo desenvolvido pelo Instituto Demográfico de Viena e pela Universidade do Estado de Nova Iorque.
Estas mudanças tão significativas não podem deixar de influenciar o modo como encaramos o futuro e, inevitavelmente, o nosso modo de viver.
Problemas alimentares e de saúde tornar-se-ão cada vez mais difíceis de resolver, sobretudo se insistirmos em definir as respectivas políticas sem perspectivar os efeitos de um crescimento populacional que, segundo se estima, ainda neste século atingirá doze ou catorze mil milhões de seres humanos!
Se a tudo isto somarmos a degradação ambiental que resultará da utilização cada vez maior dos recursos naturais e as migrações inevitáveis a partir das regiões mais pobres ou exauridas, não será difícil prever a enormidade dos problemas que nos esperam.
Com as políticas que prosseguimos e as leis que temos não estaremos preparados para tamanha afronta e a estabilidade social tornar-se-á um mito quando todos lutarem por coisa nenhuma!
Ontem vi um documentário da National Geographic que, à semelhança do que Al Gore fez em relação às mudanças climáticas, perspectivou um futuro terrível, desta vez pelas consequências da falta de água a que os consumos de população excessiva conduzirá.
Para além dos excessos que, em ambos os casos, a perspectiva contém, possuem o mérito enorme de alertarem para um futuro que, a não ser muito cuidado, será catastrófico!
É mais um aviso aos políticos que, na sua quase geral ignorância científica, os não entenderão, continuando a defender quiméricas políticas de abundância, a traçar planos maquiavélicos de dominação, a fazer disparates que a Humanidade pagará bem caros.
Não fosse este brutal acréscimo, só por si, um problema que cria preocupações de sustentabilidade, circunstâncias há que o complicam como a diferente distribuição da população pelos Continentes e dentro destes, para além da alteração da estrutura etária que cada vez mais se afasta da que tende a perpetuar uma espécie.
Apesar da ainda forte natalidade na Ásia, na África e nas Américas Central e do Sul, a população mundial tende rapidamente a envelhecer, prevendo-se que cerca do já próximo ano 2030 os indivíduos com mais de sessenta anos sejam, em média, 30% da população total quando, no início deste século não iam além de 10%. Para esta média, a contribuição da Velha Europa é de muito próximo de 50%!
A situação mundial agravar-se-á até meados do século, segundo o estudo desenvolvido pelo Instituto Demográfico de Viena e pela Universidade do Estado de Nova Iorque.
Estas mudanças tão significativas não podem deixar de influenciar o modo como encaramos o futuro e, inevitavelmente, o nosso modo de viver.
Problemas alimentares e de saúde tornar-se-ão cada vez mais difíceis de resolver, sobretudo se insistirmos em definir as respectivas políticas sem perspectivar os efeitos de um crescimento populacional que, segundo se estima, ainda neste século atingirá doze ou catorze mil milhões de seres humanos!
Se a tudo isto somarmos a degradação ambiental que resultará da utilização cada vez maior dos recursos naturais e as migrações inevitáveis a partir das regiões mais pobres ou exauridas, não será difícil prever a enormidade dos problemas que nos esperam.
Com as políticas que prosseguimos e as leis que temos não estaremos preparados para tamanha afronta e a estabilidade social tornar-se-á um mito quando todos lutarem por coisa nenhuma!
Ontem vi um documentário da National Geographic que, à semelhança do que Al Gore fez em relação às mudanças climáticas, perspectivou um futuro terrível, desta vez pelas consequências da falta de água a que os consumos de população excessiva conduzirá.
Para além dos excessos que, em ambos os casos, a perspectiva contém, possuem o mérito enorme de alertarem para um futuro que, a não ser muito cuidado, será catastrófico!
É mais um aviso aos políticos que, na sua quase geral ignorância científica, os não entenderão, continuando a defender quiméricas políticas de abundância, a traçar planos maquiavélicos de dominação, a fazer disparates que a Humanidade pagará bem caros.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
O ROMANTISMO ACABOU...
Uns dizem que a crise vai passando, outros afirmam que são ainda necessárias mais medidas de austeridade para a debelar, enquanto para alguns ela jamais chegará ao fim.
Neste Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social e já próximo do Dia Internacional para Irradicação da Pobreza, o que, na realidade, vemos, é um mundo em convulsão com o desemprego em níveis nunca dantes tão sentidos, com desempregados que, pelas mais diversas razões, jamais irão reaver os seus empregos a par de outros que nem o primeiro conseguem, além de uma população cada vez mais idosa e dependente.
Por sua vez, o mercado paralelo, vulgo “mercado negro”, cresce e lá vai permitindo a sobrevivência de alguns…
Mas, o que mais me preocupa neste regime em que vivemos, é ver chegado o momento em que a mão de obra, definitivamente, sobeja!
Sempre foi este um dos efeitos das crises que, ao longo do tempo, se foram vivendo. Mas um “sistema” ainda aberto, com espaço imenso para explorar, ia permitindo novas iniciativas agora cada vez mais difíceis à medida que o “sistema” se reduz à dimensão desta “aldeia global” em que vivemos.
Neste clima de crise de que alguns vão conseguindo sair com mais ou menos sucesso, nota-se a recuperação e, até, o crescimento de algumas empresas sem a necessidade de readmitir as centenas ou os milhares de empregados que antes dispensaram.
Não se pode continuar a pensar e a agir do mesmo modo quando as circunstâncias tão radicalmente se alteram. Próximo está o tempo em que os pensionistas serão a enorme maioria que os activos cada vez menos conseguirão suportar.
E a propósito dos serviços gratuitos que o Estado garante, ou pretende garantir, é bom não esquecer o que disse Fidel de Castro em resposta à pergunta se o “regime cubano” seria para exportar: “já nem em Cuba funciona”!
O romantismo acabou. O mundo tem de cair na realidade!
Neste Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social e já próximo do Dia Internacional para Irradicação da Pobreza, o que, na realidade, vemos, é um mundo em convulsão com o desemprego em níveis nunca dantes tão sentidos, com desempregados que, pelas mais diversas razões, jamais irão reaver os seus empregos a par de outros que nem o primeiro conseguem, além de uma população cada vez mais idosa e dependente.
Por sua vez, o mercado paralelo, vulgo “mercado negro”, cresce e lá vai permitindo a sobrevivência de alguns…
Mas, o que mais me preocupa neste regime em que vivemos, é ver chegado o momento em que a mão de obra, definitivamente, sobeja!
Sempre foi este um dos efeitos das crises que, ao longo do tempo, se foram vivendo. Mas um “sistema” ainda aberto, com espaço imenso para explorar, ia permitindo novas iniciativas agora cada vez mais difíceis à medida que o “sistema” se reduz à dimensão desta “aldeia global” em que vivemos.
Neste clima de crise de que alguns vão conseguindo sair com mais ou menos sucesso, nota-se a recuperação e, até, o crescimento de algumas empresas sem a necessidade de readmitir as centenas ou os milhares de empregados que antes dispensaram.
Não se pode continuar a pensar e a agir do mesmo modo quando as circunstâncias tão radicalmente se alteram. Próximo está o tempo em que os pensionistas serão a enorme maioria que os activos cada vez menos conseguirão suportar.
E a propósito dos serviços gratuitos que o Estado garante, ou pretende garantir, é bom não esquecer o que disse Fidel de Castro em resposta à pergunta se o “regime cubano” seria para exportar: “já nem em Cuba funciona”!
O romantismo acabou. O mundo tem de cair na realidade!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
AS 7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
AS 7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
E DEPOIS DO CONCURSO!
A Serra da Estrela ficou de fora das 7 maravilhas naturais de Portugal. Parece incrível, mas é verdade. Ali, onde existem recantos de sonho a par de formas e paisagens belas e imponentes, falta a iniciativa de se dar a conhecer.
Na intervenção que, de um modo pessoal, resolvi ter no concurso que os açoreanos dominaram, dirigi-me a milhares de pessoas a quem o que lhes dizia e mostrava enchia de espanto, pois desconheciam que para além das Penhas da Saúde e da Torre pudesse haver na Serra algo mais que valesse a pena.
Da Covilhã ou de Seia, vias com características adequadas conduzem, naturalmente, à Torre. Pouca gente ou ninguém se apercebe de uma estrada estreita e perigosa que conduz a Manteigas, de uma placa discreta que lhes diria, se dela se apercebessem, que fica a 17 quilómetros. De resto, que iriam fazer ali? Nada lhes diz que se poderiam deslumbrar com a paisagem maravilhosa do Vale Glaciar do Zêzere, que poderiam visitar o pedaço de paraíso que é o Covão da Ametade, que se poderiam dessedentar com a água leve e fresquíssima da Fonte Paulo Luís Martins e outras coisas que, sem dúvida, os encantariam.
Os manteiguenses entregaram-se nas mãos do “parque” que fez da sua Terra um enclave fora do mundo, sem nada com que valha a pena perder tempo. Parecem querer continuar a esconder-se atrás das altas montanhas que os circundam para se proteger sabe-se lá de que!
Ainda não entenderam que vale a pena dar para receber.
Aos poucos se foi perdendo tudo sem que alguém pareça capaz de o recuperar.
Perdem-se em “desejos” fantasiosos de túneis, de teleféricos ou em outras quimeras, esquecendo o mais elementar dos princípios: “quem do seu não cuida, o Diabo o leva”.
E DEPOIS DO CONCURSO!
A Serra da Estrela ficou de fora das 7 maravilhas naturais de Portugal. Parece incrível, mas é verdade. Ali, onde existem recantos de sonho a par de formas e paisagens belas e imponentes, falta a iniciativa de se dar a conhecer.
Na intervenção que, de um modo pessoal, resolvi ter no concurso que os açoreanos dominaram, dirigi-me a milhares de pessoas a quem o que lhes dizia e mostrava enchia de espanto, pois desconheciam que para além das Penhas da Saúde e da Torre pudesse haver na Serra algo mais que valesse a pena.
Da Covilhã ou de Seia, vias com características adequadas conduzem, naturalmente, à Torre. Pouca gente ou ninguém se apercebe de uma estrada estreita e perigosa que conduz a Manteigas, de uma placa discreta que lhes diria, se dela se apercebessem, que fica a 17 quilómetros. De resto, que iriam fazer ali? Nada lhes diz que se poderiam deslumbrar com a paisagem maravilhosa do Vale Glaciar do Zêzere, que poderiam visitar o pedaço de paraíso que é o Covão da Ametade, que se poderiam dessedentar com a água leve e fresquíssima da Fonte Paulo Luís Martins e outras coisas que, sem dúvida, os encantariam.
Os manteiguenses entregaram-se nas mãos do “parque” que fez da sua Terra um enclave fora do mundo, sem nada com que valha a pena perder tempo. Parecem querer continuar a esconder-se atrás das altas montanhas que os circundam para se proteger sabe-se lá de que!
Ainda não entenderam que vale a pena dar para receber.
Aos poucos se foi perdendo tudo sem que alguém pareça capaz de o recuperar.
Perdem-se em “desejos” fantasiosos de túneis, de teleféricos ou em outras quimeras, esquecendo o mais elementar dos princípios: “quem do seu não cuida, o Diabo o leva”.
O PROCESSO CASA PIA
O JULGAMENTO DO SÉCULO!
Dizem que a procissão ainda vai no adro, agora que foram lidas as condenações dos vários arguidos, à excepção de uma, em consequência de uma recente alteração na lei!
Foram condenados sem um acórdão que diga porque, em função de que provas dadas como provadas o foram!
Provas legalmente recolhidas e devidamente comprovadas mostrariam que o arguido cometeu, indubitavelmente, o crime de que foi acusado e, por isso, é condenado a determinada pena! Esta parece-me a lógica comum que, nem sempre, como na prática deste tribunal, o é.
Temo que, com tantas confusões que não foram sanadas de acordo com promessas feitas, alegadamente por dificuldades informáticas, possa, mesmo, haver alguns riscos de nulidade.
Entretanto, esforçam-se os “condenados” por mostrar o modo como algumas provas foram, quanto a si, indevidamente obtidas. Esta antecipação pode criar um estado de espírito dominante na percepcção do que para o júri ficou provado e para os condenados não passa de um emorme erro judiciário.
Carlos Cruz, para não falar de outros, mostra no seu site “Provas da Verdade” muito material que aqueles que desejarem formar um juízo devem consultar, porém sem deixarem de ler os fundamentos que o júri tornará públicos e considerou serem prova bastante para o condenar.
Não tenho a mínima dúvida de que mais grave do que matar alguém será condená-lo a viver uma vida de pesada mágoa e revolta, na lembrança de uma juventude perdida e abusada. É um crime muito grave para o qual o perdão e a prescrição jamais deviam ter lugar. É por isso que o julgamento de tais casos deveriam ser particularmente cuidados e envolver todos sobre quem pesassem acusações.
É por isso que, quando se afirma que muitos ficaram sem castigo por força da prescrição, não podemos deixar de sentir uma enorme revolta. Dizem tratar-se de gente em cargos que exigem responsabilidade! Ainda por cima…
Até pode ser assim por força de uma lei que, não há muito tempo ainda, pouca atenção prestava a crimes desta natureza.Mas porque os não há-de condenar a opinião pública ao desprezo que merecem?
A Justiça dos homens não é infalível, pois todos sabemos que sempre houve inocentes condenados e criminosos absolvidos.
E se é verdade que é mais grave a condenação de um inocente do que a absolvição de um criminoso, então há que tudo fazer para que a Justiça evite situações dúbias como estas que, ao longo de muito tempo ainda nos atormentarão.
Condenar os que praticam tais actos é importante e urgente, mas deixar pontas soltas e dúvidas razoáveis não é, certamente, o que se espera de um tribunal.
Dizem que a procissão ainda vai no adro, agora que foram lidas as condenações dos vários arguidos, à excepção de uma, em consequência de uma recente alteração na lei!
Foram condenados sem um acórdão que diga porque, em função de que provas dadas como provadas o foram!
Provas legalmente recolhidas e devidamente comprovadas mostrariam que o arguido cometeu, indubitavelmente, o crime de que foi acusado e, por isso, é condenado a determinada pena! Esta parece-me a lógica comum que, nem sempre, como na prática deste tribunal, o é.
Temo que, com tantas confusões que não foram sanadas de acordo com promessas feitas, alegadamente por dificuldades informáticas, possa, mesmo, haver alguns riscos de nulidade.
Entretanto, esforçam-se os “condenados” por mostrar o modo como algumas provas foram, quanto a si, indevidamente obtidas. Esta antecipação pode criar um estado de espírito dominante na percepcção do que para o júri ficou provado e para os condenados não passa de um emorme erro judiciário.
Carlos Cruz, para não falar de outros, mostra no seu site “Provas da Verdade” muito material que aqueles que desejarem formar um juízo devem consultar, porém sem deixarem de ler os fundamentos que o júri tornará públicos e considerou serem prova bastante para o condenar.
Não tenho a mínima dúvida de que mais grave do que matar alguém será condená-lo a viver uma vida de pesada mágoa e revolta, na lembrança de uma juventude perdida e abusada. É um crime muito grave para o qual o perdão e a prescrição jamais deviam ter lugar. É por isso que o julgamento de tais casos deveriam ser particularmente cuidados e envolver todos sobre quem pesassem acusações.
É por isso que, quando se afirma que muitos ficaram sem castigo por força da prescrição, não podemos deixar de sentir uma enorme revolta. Dizem tratar-se de gente em cargos que exigem responsabilidade! Ainda por cima…
Até pode ser assim por força de uma lei que, não há muito tempo ainda, pouca atenção prestava a crimes desta natureza.Mas porque os não há-de condenar a opinião pública ao desprezo que merecem?
A Justiça dos homens não é infalível, pois todos sabemos que sempre houve inocentes condenados e criminosos absolvidos.
E se é verdade que é mais grave a condenação de um inocente do que a absolvição de um criminoso, então há que tudo fazer para que a Justiça evite situações dúbias como estas que, ao longo de muito tempo ainda nos atormentarão.
Condenar os que praticam tais actos é importante e urgente, mas deixar pontas soltas e dúvidas razoáveis não é, certamente, o que se espera de um tribunal.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
CORTES CEGOS NAS DESPESAS
É notória a intenção do Ministério da Saúde para reduzir significativamente as despesas com a saúde. É pena que, em certos casos, o faça sem os cuidados necessários para não prejudicar os doentes, tomando atitudes à revelia dos profissionais de saúde e das situações dos doentes como acontece, por exemplo, ao alterar datas de consultas e de outros actos sem qualquer critério médico, numa atitude lesiva dos direitos dos cidadãos.
Falta o dinheiro em Portugal, circunstância que impõe critérios para reduzir gastos. Certamente! Mas, perante o descontrolo das despesas do Estado em muitos domínios como as que resultam de meios excessivos em certos Órgãos de Soberania, da existência de instituições dispensáveis ou susceptíveis de serem redimensionadas, de benefícios excessivos pelo desempenho de certas funções, entre outros, como justificar esta economia cega na saúde dos portugueses?
Neste confronto, é igualmente incompreensível a insistência no vultuoso endividamento a que algumas infra-estruturas por muito contestadas vão obrigar mas dos quais Sócrates e os seus ministros das Obras Públicas não prescindem, apesar do acréscimo sucessivo dos juros que lhe correspondem.
A dívida externa portuguesa atingiu valores excessivos que mais do que duplicaram nos últimos anos e levam as instituições financeiras a colocar reservas sobre a capacidade de Portugal para cumprir com os respectivos compromissos. Esta é, aliás, uma das principais razões da dimensão da crise financeira em Portugal.
Apenas para falar em coisas menores e até ridículas perante a dimensão dos problemas que se nos colocam, as despesas com arranjos florais nas instalações do Estado e muitas “despesas de representação” chegariam para satisfazer as necessidades básicas de muitos dos cada vez mais numerosos pobres, além de correspondem a um fausto incompatível com o baixo nível de vida no país!
terça-feira, 29 de junho de 2010
MORRER DO MAL E DA CURA
Este país perdeu a cabeça e prepara-se para perder a razão de ser se não corrigir, muito rapidamente, o modo como pretende resolver uma crise sem solução se o objectivo é que as coisas voltem a ser como eram.
Se, como facilmente se constata, as condições de vida pioram em vez de melhorarem e se multiplicam, dia a dia, as exigências aos contribuintes para que paguem mais e mais para satisfazer a gula de uma administração pública que não consegue controlar-se e aumenta os gastos em vez de reduzi-los, é óbvio que o governo não está a cumprir o seu dever de zelar pelo bem-estar e pela qualidade de vida dos cidadãos, estando, pelo contrário, a espoliá-los.
Para além de um PEC – Plano de Estabilidade e Crescimento – que de estabilidade e crescimento nada tem porque não passa de um pacote de medidas que aumentam as contribuições dos cidadãos para fazer face a uma despesa pública que não pára de crescer, diversas medidas avulsas vão reforçando o controlo do Estado que, deste modo, se vai tornando num repugnante a fascizante “Big Brother”.
Em consequência, temos um país cada vez mais dividido entre o que os cidadãos sentem no seu dia a dia e as “convicções” do governo traduzidas em declarações falaciosas e sem confirmação que já passaram por sermos o país com melhores condições para resistir à crise, por sermos o campeão europeu do crescimento económico, por conseguirmos reduzir a pobreza e o desemprego, entre outras “patranhas” cada vez menos convincentes.
O pior é que a estas iniciativas do governo, cada vez mais incoerentes, não contrapõe a oposição atitudes firmes para as impedir. Afinal parece que ninguém quer tomar nos braços o doente para o tratar, decerto por recear ser contaminado. E assim, de assalto em assalto, vamos todos ficando sem referências para tomar decisões, sentindo como foi inútil ter poupado qualquer coisa que agora nos querem levar.
Curioso é que, ao mesmo tempo em que a pobreza aumentou, tenha crescido o número de milionários no país!
Inquietante é que aos culpados dos descalabros dos BPN e BPP não sejam decididamente reconhecidas as culpas que lhes cabem e aplicadas as correspondentes sanções! Revoltante é que tanta gente esteja certa de que trilhamos maus caminhos e se julgue ser preferível manter as coisas como estão a mudá-las para encontrar o caminho que mais convém. Será porque os calendários dos interesses e das necessidades não coincidem?
Eu estou cada vez mais baralhado ao pensar como se vai sair deste buraco fundo que a ganância cavou se os pressupostos da “ciência económica” estão todos alterados, o que tem como consequência que as “leis” que os economistas estabeleceram se não aplicam nos “cenários” que a “crise” criou.
É por isso que parece não haver soluções que resultem bem numa crise que reage a cada intervenção criando problemas ainda maiores.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
O erro de Sócrates
28 Junho 2010
Sinto-me, sem dúvida, preocupado com o rumo que este país leva. Custa-me a entender como se pretende governar ao arrepio da sensatez, contra o que a maioria entende que deveria ser o caminho a seguir e numa táctica de “fuga para a frente” quando pouco ou nada se saberá dos tempos que se aproximam. Por isso, temerariamente se trilham caminhos desconhecidos, cujos perigos se não medem nem se acautelam.
Depois de se ter comparado esta “crise” a outras já vividas e se concluir que, afinal, não existem quaisquer semelhanças quer nas causas quer nas dimensões, é já evidente que os economistas não têm bases para fazer as extrapolações que nos poderiam dar pistas sobre o que vai acontecer. Porém, quanto a mim, eles apenas não concluirão que o futuro não será nada do que as suas teorias económicas podem prever, porque nelas nunca foi considerada a hipótese da impossibilidade do crescimento contínuo. É uma falha clamorosa a de considerar poder-se ir além de barreiras naturais, poder desperdiçar e exaurir recursos em nome do crescimento, consumir para além do razoável e não saber valorizar senão o que o dinheiro possa comprar.
Daí a sobrevalorização do dinheiro que, antes da crise, parecia crescer a cada dia por artes que a todos faziam crer que poderiam ser ricos. O endividamento era incentivado e a miragem de lucros rápidos levaram a comprar “gato por lebre”, acumulando “papeis” que, como se veio a verificar, pouco mais valiam do que nada! A falência do Banco Lehman Brothers e a descoberta do logro tipo “Dona Branca” à escala mundial, foram o começo do desmoronamento do castelo de cartas que, afinal, era a finança mundial.
A Europa está cheia de problemas e todos os países, sem excepção, têm de fazer reformas e cortes significativos. Por isso me preocupa a ligeireza do governo e, sobretudo, do Primeiro-Ministro que diz sentir-se só a puxar pelas energias do país, quando tem como política a construção de grandes infra-estruturas que não correspondem às necessidades do país neste momento em que a pobreza cresce e a dívida externa se encontra já em níveis altamente preocupantes.
Ainda bem que Sócrates está sozinho a puxar o país para o abismo de que, mesmo assim, perigosamente nos aproximamos.
Um exercício de lógica simples dir-nos-á que a atitudes iguais corresponderão consequências iguais, pelo que este será o erro de Sócrates quando pretende preparar o futuro segundo as mesmas regras que conduziram à crise!!!
Sinto-me, sem dúvida, preocupado com o rumo que este país leva. Custa-me a entender como se pretende governar ao arrepio da sensatez, contra o que a maioria entende que deveria ser o caminho a seguir e numa táctica de “fuga para a frente” quando pouco ou nada se saberá dos tempos que se aproximam. Por isso, temerariamente se trilham caminhos desconhecidos, cujos perigos se não medem nem se acautelam.
Depois de se ter comparado esta “crise” a outras já vividas e se concluir que, afinal, não existem quaisquer semelhanças quer nas causas quer nas dimensões, é já evidente que os economistas não têm bases para fazer as extrapolações que nos poderiam dar pistas sobre o que vai acontecer. Porém, quanto a mim, eles apenas não concluirão que o futuro não será nada do que as suas teorias económicas podem prever, porque nelas nunca foi considerada a hipótese da impossibilidade do crescimento contínuo. É uma falha clamorosa a de considerar poder-se ir além de barreiras naturais, poder desperdiçar e exaurir recursos em nome do crescimento, consumir para além do razoável e não saber valorizar senão o que o dinheiro possa comprar.
Daí a sobrevalorização do dinheiro que, antes da crise, parecia crescer a cada dia por artes que a todos faziam crer que poderiam ser ricos. O endividamento era incentivado e a miragem de lucros rápidos levaram a comprar “gato por lebre”, acumulando “papeis” que, como se veio a verificar, pouco mais valiam do que nada! A falência do Banco Lehman Brothers e a descoberta do logro tipo “Dona Branca” à escala mundial, foram o começo do desmoronamento do castelo de cartas que, afinal, era a finança mundial.
A Europa está cheia de problemas e todos os países, sem excepção, têm de fazer reformas e cortes significativos. Por isso me preocupa a ligeireza do governo e, sobretudo, do Primeiro-Ministro que diz sentir-se só a puxar pelas energias do país, quando tem como política a construção de grandes infra-estruturas que não correspondem às necessidades do país neste momento em que a pobreza cresce e a dívida externa se encontra já em níveis altamente preocupantes.
Ainda bem que Sócrates está sozinho a puxar o país para o abismo de que, mesmo assim, perigosamente nos aproximamos.
Um exercício de lógica simples dir-nos-á que a atitudes iguais corresponderão consequências iguais, pelo que este será o erro de Sócrates quando pretende preparar o futuro segundo as mesmas regras que conduziram à crise!!!
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