ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 7 de março de 2013

A DIFÍCIL ARTE DE PENSAR

Depois de ouvir Seguro exigir do Governo o aumento do salário mínimo para relançar a economia e de escutar a resposta do Primeiro Ministro que, ao contrário do líder socialista, afirmou que, nas condições actuais da economia portuguesa, sensato seria baixá-lo, o que apenas não faria por ser já bastante baixo, um professor de Economia de Coimbra veio dizer, alto e bom som, que o chefe do governo não faz ideia de como funciona a economia!
Depois, num daqueles programas que dão a voz aos ouvintes e no qual se discutia este tema, ouvi Ferraz da Costa explicar, de um modo claro, os efeitos negativos que um aumento do salário mínimo agora traria para muitas empresas empregadoras de mão de obra pouco qualificada e em precárias condições em consequência da crise que vivem, do que resultaria, por certo, um aumento significativo do desemprego de longa duração, como costuma ser os dos trabalhadores sem grandes qualificações.
Logo se seguiu o depoimento de alguém que se disse estudante e despejou resultados de estudos feitos aqui e ali, os quais concluiam, de um modo geral, pelas vantagens de aumentar o salário mínimo...
De todos, foi Ferraz da Costa quem colocou na “função” todos os parâmetros que a influenciam, pelo que as conclusões que tirou são, sem dúvida, as mais sensatas e apoiam o princípio defendido pelo Primeiro Ministro.
De facto, de que valeria proporcionar a alguns mais um pequeno acréscimo do poder de compra se seria mais elevado o número dos que, de todo, o perderiam?
Que Seguro enfrente a questão do modo como o fez, é natural quando se tenha uma estratégia desestabilizadora do Governo e de conquista do poder.
Que um Professor de Economia de Coimbra diga a enormidade que disse e do modo agreste e deselegante como o fez, mais reforça a minha ideia de estarem os economistas à toa, fora da realidade de um Mundo que se não rege pelas leis que inventaram mas pelas que a Natureza dita.
Que um estudante debite resultados de estudos sem referir ou atender às suas condições de validade, é um erro que, porventura, naquelas circunstâncias, eu também cometeria. Excessos que a experiência, depois, ajusta.
Tudo isto mostra que não é fácil a arte de pensar, só resultando disparates e precipitação quando se comete a leviandade de não considerar todos os factores que possam influenciar o raciocínio que fazemos.
Este foi o erro do Professor de Coimbra e foi a virtude de Ferraz da Costa.


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