Depois
de ouvir Seguro exigir do Governo o aumento do salário mínimo para
relançar a economia e de escutar a resposta do Primeiro Ministro
que, ao contrário do líder socialista, afirmou que, nas condições
actuais da economia portuguesa, sensato seria baixá-lo, o que apenas
não faria por ser já bastante baixo, um professor de Economia de
Coimbra veio dizer, alto e bom som, que o chefe do governo não faz
ideia de como funciona a economia!
Depois,
num daqueles programas que dão a voz aos ouvintes e no qual se
discutia este tema, ouvi Ferraz da Costa explicar, de um modo claro,
os efeitos negativos que um aumento do salário mínimo agora traria
para muitas empresas empregadoras de mão de obra pouco qualificada e
em precárias condições em consequência da crise que vivem, do que
resultaria, por certo, um aumento significativo do desemprego de
longa duração, como costuma ser os dos trabalhadores sem grandes
qualificações.
Logo
se seguiu o depoimento de alguém que se disse estudante e despejou
resultados de estudos feitos aqui e ali, os quais concluiam, de um
modo geral, pelas vantagens de aumentar o salário mínimo...
De
todos, foi Ferraz da Costa quem colocou na “função” todos os
parâmetros que a influenciam, pelo que as conclusões que tirou são,
sem dúvida, as mais sensatas e apoiam o princípio defendido pelo
Primeiro Ministro.
De
facto, de que valeria proporcionar a alguns mais um pequeno acréscimo
do poder de compra se seria mais elevado o número dos que, de todo,
o perderiam?
Que
Seguro enfrente a questão do modo como o fez, é natural quando se
tenha uma estratégia desestabilizadora do Governo e de conquista do
poder.
Que
um Professor de Economia de Coimbra diga a enormidade que disse e do
modo agreste e deselegante como o fez, mais reforça a minha ideia de
estarem os economistas à toa, fora da realidade de um Mundo que se
não rege pelas leis que inventaram mas pelas que a Natureza dita.
Que
um estudante debite resultados de estudos sem referir ou atender às
suas condições de validade, é um erro que, porventura, naquelas
circunstâncias, eu também cometeria. Excessos que a experiência,
depois, ajusta.
Tudo
isto mostra que não é fácil a arte de pensar, só resultando
disparates e precipitação quando se comete a leviandade de não
considerar todos os factores que possam influenciar o raciocínio que
fazemos.
Este
foi o erro do Professor de Coimbra e foi a virtude de Ferraz da
Costa.
Sem comentários:
Enviar um comentário