Há já bastante tempo que a
falta de empregos se faz notar, como seria natural que um dia acontecesse.
Concorrem para isso
factores diversos, para os quais os mais atentos têm vindo a alertar desde há
dezenas de anos. O que esses observadores dizem há muito tempo é fruto da
análise das alterações que o nosso cada vez mais acelerado e excessivamente consumptivo
modo de viver não pode deixar de causar num meio que o não suporta.
Além disso, são diversos
os efeitos que esta economia excessivamente ambiciosa provoca tanto no meio
natural como no meio social onde os comportamentos e as exigências competitivas
alteraram profundamente a pirâmide etária cuja base se estreita perigosamente nos
chamados países economicamente evoluídos.
É duro de dizer e ainda
pior de suportar a ideia de que, depois de um curto período de excessos, à escala da Humanidade, mas
bastantes para exaurir muitos recursos naturais, aproximamo-nos do
fim de um caminho de facilidades para entrar numa vereda escarpada e cheia de
dificuldades que cada um terá de subir mobilizando as suas próprias forças e imaginação.
A prova está na fome que a
escassez e a falta de empregos causam, sendo o desemprego um fenómeno
transversal que afecta todos e tira perspectivas de futuro aos jovens que não
conseguem, sequer, o seu primeiro emprego.
Na Europa, o “velho
continente” onde o Estado Social teve o seu berço, é crítica a sorte desta
gente que tem dificuldade em encarar o futuro com esperança.
Entre os jovens (dos 15
aos 24 anos), o desemprego subiu para 23,6% na UE e para 24,2% no espaço dos
países da moeda única. Na Grécia, em Novembro último, o nível de desemprego
jovem subiu para 59,4% enquanto em Espanha a taxa estava, em Janeiro, nos
55,5%, em Itália nos 38,7% e em Portugal nos 38,6%, conforme o gabinete de
estatísticas Eurostat.
Não me parece, pelo que
esta situação revela, que emigrar dentro da Europa seja verdadeira solução para
o desemprego jovem. Quanto ao resto do mundo, não me parece que a situação que
se caracteriza pela redução do crescimento económico nas economias que
ultimamente mais cresceram tenda a melhorar.
Parece, pois, urgente,
mudar de caminho.
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