Achar piada ao Alberto
João é uma coisa que aquela figura toscamente inconfundível até pode
justificar, mas considerá-lo um político e, para além disso, o “pai da Madeira”
é outra coisa que nenhuma análise séria sustentaria.
Mais parecido com um
catavento que muda de posição com a rapidez das rajadas, tenham elas a direcção
que tiverem, Alberto João tem um umbigo do tamanho do mundo, para além do qual
julga não haver mais nada.
Muitas vezes me pergunto
se este homem tem verdadeiros amigos ou, pelo contrário, tem amigos do que
representa e das vantagens que o seu programa de governo lhes possa trazer. Mas
não sei responder, por mais que a resposta me pareça óbvia.
Um político saberia como
se comportar em tempos com a gravidade dos que vivemos, teria as atitudes próprias
de quem nada tem a temer, como diz, nem renegaria fidelidades que, em outras circunstâncias, jurou.
É, perece-me, o que de
mais parecido talvez haja com um oportunista que, a cada momento, agita a bandeira que
mais lhe convém, faz o discurso que a situação mais recomenda e trata por
insultos o que devia merecer-lhe respeito.
Ainda, nem sequer,
entendeu a separação de poderes que fazem diferente do que agora renega, apoiando a demissão do governo, aquele
que o investiga e talvez o condene pelos erros que tenha cometido.
Mas, neste país em que
tantos erros passam sem reparo e tantos males são feitos sem condenação,
qualquer Alberto João pode parecer um rei aos olhos dos que o seu modo de
governar possa parecer benéfico, seja a razão qual for.
Enfim, é um personagem que
me desagrada, o tipo de pessoa que eu não gostaria de ser.
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