ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 11 de março de 2013

AS PATRANHAS DE SEGURO

Começa a parecer-me excessivo o discurso de Seguro que vai já para lá da razoabilidade mínima que  o discurso de um político deve ter, mesmo quando disputa o poder. Mais, até, quando e sua ânsia de poder excede o seu dever de respeitar os interesses nacionais que são os de todos nós.
Por isso, deveria o discurso de Seguro ser de salvação nacional, um discurso encorajador que nos pudesse ajudar a suportar melhor os sacrifícios que governos desgovernados nos obrigam a fazer e a procurar melhores soluções para os problemas que os causam.
O Governo percebeu uma parte do problema do futuro porque tem de enfrentar as contas que do Estado que lhe dizem, muito claramente, que Portugal não pode continuar a viver no faz-de-conta em que vivia.
Mas Seguro, o líder do maior partido da oposição nem sequer entendeu que Portugal está particularmente vulnerável no meio de um crise global que todo o mundo sofre e que isso afecta o nosso país também.
O discurso do miserabilismo não vale a pena e muito menos vale dizer que estamos agora pior do que no início da crise que está a seguir um percurso que, tudo indica, não a fará melhorar enquanto não entendermos ser outro o caminho a seguir, bem diferente do que estamos a tentar recuperar.
Jamais haverá sossego enquanto não ajustarmos o nosso ritmo de vida àquele que podemos manter. Nós, os portugueses, e todo o mundo que não vai parar de sentir mais crise enquanto não mudar de vida.
Há mais de quatro anos que afirmo, mesmo contra o que disseram alguns Prémios Nobel da Economia cujos erros o seu silêncio mostra que já terão compreendido, que se não trata de uma crise semelhante a qualquer outra, mas DA CRISE que põe termo a um modo louco de viver. É um fim de ciclo que será tanto mais doloroso quanto mais tarde admitirmos que o seja, pois não há mudança sem dores.
É deplorável que os políticos não entendam o que se passa e deixem os gurus da economia, as bolsas, os bancos de investimento e as empresas de notação financeira continuar a brincar este jogo cujas consequências serão, a cada dia que passa, mais funestas.
Depois de anos e anos a contrapor argumentos às causas da aceleração das alterações climáticas cuja gravidade a natureza nos mostra com maior frequência que, como desde há muito se sabe, o crescimento económico excessivo promove, os Estados Unidos tiveram de ceder às evidências e reconhecer a necessidade de o combater.
Será, pois, inevitável, reconhecer agora os efeitos dolorosos que tal combate vai ter, mas sem o qual haveremos de sofrer efeitos bem piores ainda.
Porque não aprendem os políticos. Porque não abre os olhos Seguro? Porque mente aos portugueses?

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