Que
perigo verá Seguro na participação do PS na reforma do Estado que,
já se sabe, inevitavelmente obrigará a reduzir despesas que as
nossas receitas não possam suportar?
Receará
ter de concordar com o inevitável ou teme deixar-se convencer por
razões que não são as suas?
Penso
e volto a pensar e não entendo a razão que sempre adianta que é a
de não se querer ligar a um processo de destruição do Estado
Social!
E
é nisto que os meus receios se centram, se tornam maiores, mais
temerosos porque me dá e entender não ser Seguro capaz de impor as
suas razões, se as têm, no confronto com outros que parecem ter razões
diferentes.
Ou,
apenas, terá medo do princípio democrático de ser a discussão e o
confronto de ideias o caminho para as melhores soluções?
Não
vejo como sem participar poderá salvar-se da acusação de deixar
destruir o Estado Social sem nada fazer para o impedir.
Aliás,
nas cartas que enviou ao Presidente da Comissão Europeia, Durão
Barroso, e à presidente do FMI Christine Lagarde, Seguro manifestou
os seus receios, aqueles que aos quatro ventos apregoa, e recebeu de
ambos a mesma e óbvia resposta, a de que esperam que participe na
indispensável reforma do Estado, importante para o futuro do país,
em vez de à margem dela se manter. A fazer campanha eleitoral, digo
eu!
Falta,
ainda, uma resposta às cartas que enviou. A do presidente do BCE
que, quase juraria, o deverá aconselhar no mesmo sentido de
participar em vez de dificultar a reforma de que Portugal
carece para ter futuro.
Se
as coisas não são assim, afinal o que é democracia? Um sucessão
de pequenas ditaduras em que ninguém cede ás razões que outros
possam ter?
E
será que poderá, na escassez a que tanta cegueira deixou que
chegasse, o mundo continuar a viver de projectos de curto prazo, do
faz e desfaz a que a alternância dá lugar, sobretudo quando a maior
prova de afirmação é dizer que os outros estão errados e desfazer
o que fizeram?
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