O povo, tem, sem dúvida, o
direito de se manifestar contra esta austeridade que sofre! Tem o direito de
pedir que se faça melhor para a tornar menos pesada e, sobretudo, exigir a
solidariedade que se espera de uma Europa que afirma ser essa a razão pela qual
existe.
A todos cabe a
responsabilidade de manifestar o desacordo por medidas que sacrificam seres
humanos como se fossem coisas que, perdidas hoje, se recuperam amanhã, neste
gigantesco “jogo de monopólio” que a “economia apressada e egoísta” montou.
A Economia fechou-se em si
mesma e deixou cair todos os laços que a poderiam humanizar. Caiu no ridículo
mundo do “tio Patinhas” cujo prazer maior é rebolar-se no dinheiro que acumula
no seu cofre recheado do que sobeja da vida miserável que leva!
Todos temos o direito de
nos revoltar contra a escravidão a que os Gurus das finanças nos sujeitam em
nome de valores convencionais a que não corresponde qualquer riqueza de facto.
Temos o dever de lutar contra a mentira que nos espolia e faz do que, com
trabalho, produzimos, o alimento dos que brincam às “bolsas”, provocam as
crises e delapidam os bens naturais que cada vez se tornam mais escassos.
É certo que todos fomos
cúmplices, enganados pelas atitudes que conduziram Portugal, a Europa e o Mundo a esta
situação de penúria que nos vale esta vida dura que temos de viver. Mas não é culpa
que se compare à dos que tiveram a arte de nos fazer entrar no seu jogo de
espoliação que desumanamente nos sugou a vida e de tantos e tantos já foi
coveiro.
Mas não me esqueço dos que
da nossa indignação se aproveitam para melhor alcançarem os fins políticos que
têm por meta.Não é a sua manifestação mas aproveitam-se dela.
Por isso apenas me associo
ao povo que, serenamente, manifeste o seu desagrado, lute pelo direito de não
ser mais espoliado e pretenda, em vez da vida que o perdeu, voltar ao trabalho
que lhe possa dar aquilo de que necessita para viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário