ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 10 de março de 2013

A FILOSOFIA DA VIOLÊNCIA

(fotografia de "o Público)


Como diz a notícia, pode ser “mais uma voz que se ergue sobre o caminho seguido pelo país em crise” mas, quanto a mim, foi mais uma voz que não se ouviu quando o país para a crise caminhava!
As “previsões depois do jogo” são próprias de quem não consegue ver longe como se exige que veja quem queira governar um país ou deseje influenciar as mentalidades do seu povo.
Se José Gil que, sendo filósofo, deve estar atento ao que se passa para disso tirar ilações, não conseguiu ver o que muitos já apontavam como causa dos graves danos sociais que acabaram por acontecer sem que ele levantasse a sua voz, como poderá esperar que se dê crédito à “mudança profunda” que antevê na mentalidade pacífica dos portugueses, como se a mentalidade se pudesse mudar em dias, em semanas ou, até, em breves anos?
Não pensa o filósofo, com certeza, ter sido o único a fazer leituras do que se passou numa manifestação natural de quem sofre, mas da qual, atenta como sempre está, se aproveita uma oposição insidiosa e deturpadora que nunca será parte da solução do problema que enfrentamos, como nunca o são aqueles que se aproveitam do “quanto pior melhor”.
Sabe o filósofo que quem sofre sempre diz “ai”, mesmo sabendo não existir “ai” que alivie a dor de que apenas o adequado tratamento, tantas vezes bem doloroso ele também, pode eliminar a causa.
A par de gente que não vê senão na violência a solução seja para o que for, como certas conhecidas vozes por aí já clamam, também o filósofo vê as queixas naturais de todos nós como “a fase de um processo que pode dar violência”.
Não sou da sua opinião porque vejo os portugueses sempre determinados a vencer as suas crises e a ultrapassar os seus desafios, como os vejo ser um povo que já provou ser sábio nos momentos em que precisa mais de o ser.
O povo deve manifestar o seu entendimento das coisas e das soluções que julga merecer, deve soltar os seus “ais” pelas dores que sofre, mas jamais pode eximir-se das responsabilidades que lhe cabem no esforço para ultrapassar os problemas que o afectam. Mas sempre tem, também, o dever de clamar por justiça, para que a boa justiça seja feita!

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