Diz o ditado que “quem
muito fala pouco acerta”, uma verdade que podemos confirmar todos os dias nesta
sociedade sacrificada por duras mas inevitáveis medidas de austeridade que
causam naturais fragilidades que muitos tentam manipular no sentido dos seus
interesses. Dizem-se autênticas barbaridades todos os dias sem que o Governo,
como conviria que fizesse, se disponha a atalhá-las com um discurso uniforme, firme,
claro e, sobretudo, acessível a todos os que, com todo o direito, querem
conhecer a situação do país e qual a esperança que podem ter no seu futuro.
Tornou-se monótono o
discurso neste país onde todos têm direito a dizer o que pensam, mas onde as
perigosas condições em que vivemos recomendam moderação no que seja dito. Exactamente
o contrário do que tem sido feito, tornando-se até, o falar, senão o modo de
vida de muita gente, pelo menos um rendimento extra que muito convém a quem o
tenha mas que, como se tornou hábito em Portugal, de reprodutivo nada tem. É
mais baralhativo, se quisermos aproveitar a terminação.
É precisamente o contrário
do que pensam os que pretendem fazer do Presidente da República um papagaio
que, de preferência, concorde com as ideias que defendem.
Não ponho em causa que o
Presidente não deixa de exercer a sua magistratura de influência do modo como
entenda que a deve fazer, em vez de contribuir para a confusão que tanto
alarido provoca. É desta contenção que o país necessita do último garante da
normalidade democrática, apesar do que digam os que gostavam que ele saísse a
terreiro a clamar contra o Governo ou, quem sabe, se integrasse nas
manifestações que o querem derrubar.
É necessário interpretar
os silêncios do Presidente e ter confiança na sua actuação para não deixar o
país cair na ingovernabilidade.
Mas a quem convirá a
ingovernabilidade?
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