ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 14 de março de 2013

HAVERÁ AQUELA LINHA QUE… ?



Por formação, habituei-me a condicionar as minhas análises pelas referências que me permitam situá-las. Aliás, as referências são o que nos permite fazer comparações, avaliar situações e tomar as decisões adequadas.
Por isso, quando chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general Luís Araújo, considera que "há uma linha a partir da qual as Forças Armadas deixam de funcionar", sob pena de se "desarticularem ou passarem a funcionar mal", eu não consigo imaginar do que esteja a falar porque nem sei o que seja que se pede às Forças Armadas numa situação de emergência financeira.
O quadro operativo das FA e os meios necessários para o fazer funcionar estão inevitavelmente interligados e, naturalmente, deles depende o orçamento que lhes seja disponibilizado.
Nas condições actuais de reduzidas disponibilidades financeiras, impõe-se definir qual deles, o quadro operacional ou o orçamento, se deve constituir a referência em relação à qual o outro deve ser ajustado.
Parece-me ser do mais básico bom senso que, em emergência financeira, seja o quadro operacional ajustado às disponibilidades e não o contrário, porque cada país só poderá, em cada momento, ter as FA que as suas capacidades lhe consentirem. Diferente disto é mera alucinação.
Não existe, pois, aquela linha a partir da qual as FA deixam de funcionar, a menos que tenha de admitir que não são as chefias militares capazes dos ajustamentos que as circunstâncias impuserem para que a funcionalidade seja garantida.
Como em todos os demais sectores acontece, também as FA se devem conformar com as alterações que a “crise” torna inevitáveis, em vez de, como algumas entidades o fazem de modo irresponsável, reclamarem ser a excepção que não são, porque é sua missão serem responsáveis.

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