Enquanto alguns países
aproveitam, quase para lá do que pareceria possível, todos os recursos que os
seus pequenos territórios podem conter, Portugal permite-se deixar desertificar
a maior parte do seu espaço.
Em três ou quatro zonas do
país se vão acumulando os seus habitantes e desenvolvendo as actividades
económicas, deixando o resto do território votado a um criminoso abandono a que
os nossos impreparados e ignorantes governantes o têm votado desde há várias décadas.
Não é possível que a maior
parte do território português não possua valores aproveitáveis, que valha a
pena trabalhar para que contribuam para a economia global do país. A verdade,
porém, é que são deixados pelos seus habitantes em fluxos migratórios que
aumentam a cada ano que passa, seduzidos por uma “economia fulgurante” que a
qualquer desprevenido faz crer ser o modo de bem viver sem grande esforço!
Mas a “economia fulgurante”
da vida acelerada mas sem vida, de muito dinheiro mas sem bens que lhe
correspondam, de valores hipotecados a interesses e a egoísmos desumanos, acabou
por mostrar todas as suas fraquezas, o engodo matreiro que é e encontra o país
na mais completa desordem.
Tudo está bem patente no
mapa que resulta do censo 2011, no qual facilmente nos damos conta do imenso
território abandonado com todos os recursos que contém, que nos mostra como
políticas desinteligentes favoreceram esse abandono.
Desde há muitos anos,
dezenas de anos, luto por um ordenamento do território que permita aproveitar
todos os seus recursos, mas sempre encontro nos políticos medíocres a reacção
com que se protegem do que julgam ser o esvaziamento de poderes que um
território ordenado e aproveitado pelos seus habitantes causaria.
E ao fim de tanto tempo,
quando vejo todos os prejuízos a que tais políticas dão azo, apetece-me
perguntar que raio de país é este que não sabe fazer a verdadeira manifestação
que seria a de querermos todo o território aproveitado e não apenas aquelas
partes que a certa gente convém ou que os nossos incapazes políticos conseguem
controlar.
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