ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 4 de março de 2013

O REGRESSO DE SOARES



Parece-me que, finalmente, entendi porque quando rebentaram aqueles petardos no Terreiro do Paço, naquele dia mais cheio do que na tarde de ontem, a primeira reacção de Soares foi sair da varanda em que, juntamente com Pinheiro de Azevedo e Sá Carneiro, se encontrava exposto. Para ele, haverá, sempre, lugar para distúrbios e agressões porque não julga a serenidade capaz de resolver problemas.
Apenas não saiu porque o “Velho Almirante” o segurou enquanto afirmava que o “povo é sereno”.
Curiosamente, eu estava lá, ali bem próximo…
Mas o povo português já deu mil provas de preferir a serenidade ao confronto físico pelo qual Soares parece esperar para repor o seu socialismo equivocado.
Pretende, agora, Soares instigar o “povo sereno” a que o não seja e, numa teoria de conflito como o são tantas outras de sua autoria, aconselha o Governo a demitir-se antes de o Tribunal Constitucional se pronuncie, em vez de aconselhar Seguro a participar na inevitável reforma do Estado Social, o que seria o modo de, em democracia, resolver esta importantíssima questão com benefício para todos.
Quanto a questões de legitimidade, eu perguntaria a Soares porque não dispensou, ainda, as mordomias que todos lhe pagamos e das quais não necessita para viver bem, enquanto tanta gente não tem um tostão para comer! Seria um bom exemplo de democracia.
E, mais ainda, relembro a Soares que a nossa democracia é representativa e tem na Assembleia da República, bem ou mal, o seu órgão máximo, onde as questões devem ser analisadas e discutidas, sem necessidade da turbulência das ruas onde as dificuldades que tantos sofrem se tornam presa fácil da demagogia de gente como Soares, em vez de ser esclarecido por quem, como ele, tem o dever de esclarecer. Se soubesse ou lhe conviesse.
Mas em Portugal os votos não se contam nas ruas. Contam-se nas urnas. Terão as "oposições" de fazer melhor, de fazer o trabalho que lhes compete que não é, quanto a mim, instigar o povo como quem atiça um cão...

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