Depois
dos italianos cujos resultados eleitorais mostram bem a baralhação
em que a “crise” tem lançado o mundo, são agora os franceses
que se mostram desiludidos com o que fora a sua grande esperança
para revigorar a França e, dizia-se também, aliviar a Europa do
jugo Germânico.
Tão
pouco tempo depois, dois terços dos franceses consideram que
Hollande falhou, segundo a sondagem de “Le Parisien”. É uma
queda enorme que muito poucos julgariam possível, mas que as
verdadreiras causas da situação da França e do Mundo tornaram
inevitável.
Em
Itália, Monti sofreu o desgaste do trabalho duro que realizou para
evitar que o seu país resvalasse ainda mais na beira do precipício
em que se encontrava e da qual não muito se afastou.
Uma
coligação de Centro-Esquerda venceu, mas não o bastante para ter
maioria absoluta e foram, dizem os comentadores, dois “palhaços”
que o seguiram, só depois vindo quem voltara a fazer da Itália um
país credível.
Em
França, Hollande disse ter novas ideias, mobilizou o povo, mas a
crise não se acomodou nem às ideias nem ao entusiasmo que geraram.
Na
Holanda, o Governo prepara-se para cortar cerca de 4,5 mil milhões
de euros na despesa para reequilibrar as finanças, certa de que há
que cercear os gastos de modo a conformá-los com aquilo de que se
dispõe.
Parece
terem chegado à mesma conclusão que aqui insistimos em recusar.
De
um modo geral, a Europa está em recessão e não dá indícios de
que tal situação se inverta a curto prazo.
Mas
se olharmos para fora da Europa, a situação não é melhor. Em
muitos países a “crise” antecipou-se e fez profundos estragos e,
em outros, a crise permanente nem lhes permite distingui-la de uma
situação normal porque é assim que vivem permanentemente. As
economias emergentes descobriram tarde demais este mercado global sem
ética e sem regras em que os direitos humanos se não respeitam e as
economias se afundam.
Parece
que ninguém sabe, ao certo, o que fazer.
Enquanto
uns se esforçam para conter os efeitos de numa “crise” que,
afinal, já não oiço “prémios Nobel” dizer que é como esta ou
como aquela e que os mesmo remédios deveriam ser adoptados, outros
desesperam, manifestam-se e “querem a sua vida de volta”!
Aquela vida artificial que não há condições para fazer voltar.
Anda
louco o mundo, creio eu. E louco continuará até se dar conta de que
terá de trilhar novos caminhos.
Se
as manifestações de ontem, estrategicamente aproveitadas pelas
oposições que, no mais puro estilo de uma democracia leviana, pretendem a queda do Governo e nada mais reclamam do
que a vida que havia de volta, então não serviram para nada, porque a vida
do futuro será outra bem diferente!
Sem comentários:
Enviar um comentário