Seria natural, depois das
provas dadas por Portugal quanto à sua determinação em recuperar a credibilidade
junto dos mercados financeiros à custa de sacrifícios enormes do seu povo, que os
seus credores que a famigerada Troika representa tomassem a iniciativa de lhe suavizar
a austeridade que não consente avançar na recuperação económica a que o seu
esforço faz jus.
Em vez disso, dificultam as
coisas, arriscando consequências que podem ser demasiadamente graves como
sempre o são quando uma corda já muito tensa acaba por rebentar.
A solidariedade europeia
continua a ser uma utopia para os que esperavam da Europa o apoio que lhes
poderia dar nos seus esforços de desenvolvimento, mas se tornou, afinal, no
pesadelo da consciência de não passarem do que uma certa Europa necessitava
para dar peso a uma economia que o perdia cada vez mais na globalização que fez
emergir alguns potencialmente fortes concorrentes.
Mesquinha na sua forma de “ajudar”,
a Europa não passa de um agiota que nem os seus próprios interesses sabe
reconhecer na força que a solidariedade pode gerar, em vez da qual arrisca um
desmembramento que não poderá deixar de ser muito sofrido.
Depois de muito esforço,
Portugal e a Irlanda conseguem que os ministros das Finanças da União Europeia
cheguem, hoje em Bruxelas, a um acordo de princípio com vista à extensão dos
prazos para pagamento dos empréstimos concedidos nos seus programas de
assistência financeira.
Não me parece grande coisa
o que conseguiram e nem sequer imagino que “extensão” disto poderá resultar.
Veremos daqui a uns largos meses quando o Eurogrupo decidir.
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