ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 5 de março de 2013

UMA EUROPA DE FAZ DE CONTA



Seria natural, depois das provas dadas por Portugal quanto à sua determinação em recuperar a credibilidade junto dos mercados financeiros à custa de sacrifícios enormes do seu povo, que os seus credores que a famigerada Troika representa tomassem a iniciativa de lhe suavizar a austeridade que não consente avançar na recuperação económica a que o seu esforço faz jus.
Em vez disso, dificultam as coisas, arriscando consequências que podem ser demasiadamente graves como sempre o são quando uma corda já muito tensa acaba por rebentar.
A solidariedade europeia continua a ser uma utopia para os que esperavam da Europa o apoio que lhes poderia dar nos seus esforços de desenvolvimento, mas se tornou, afinal, no pesadelo da consciência de não passarem do que uma certa Europa necessitava para dar peso a uma economia que o perdia cada vez mais na globalização que fez emergir alguns potencialmente fortes concorrentes.
Mesquinha na sua forma de “ajudar”, a Europa não passa de um agiota que nem os seus próprios interesses sabe reconhecer na força que a solidariedade pode gerar, em vez da qual arrisca um desmembramento que não poderá deixar de ser muito sofrido.
Depois de muito esforço, Portugal e a Irlanda conseguem que os ministros das Finanças da União Europeia cheguem, hoje em Bruxelas, a um acordo de princípio com vista à extensão dos prazos para pagamento dos empréstimos concedidos nos seus programas de assistência financeira.
Não me parece grande coisa o que conseguiram e nem sequer imagino que “extensão” disto poderá resultar. Veremos daqui a uns largos meses quando o Eurogrupo decidir.

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