É natural que o povo
português, como o faria outro qualquer, seja contra os “cortes” que o Governo diz serem
necessários e outros dizem não o ser.
Também me afectam os “cortes”,
até ao ponto de condicionar as minhas despesas que, com eles, terão de ser ainda mais
comedidas. É natural, pois, que o facto me interesse e me leve a pensar no
sentido que possam fazer.
Pese, embora, a vontade
que teria de poder compreender os argumentos que dizem não ser o "corte" necessário, não vejo como
evitá-lo numa administração que, sistematicamente, tem gasto mais do que
recebe. É isso, afinal, aquele défice orçamental que quase sempre temos visto
ser negativo anos e anos seguidos, o que significa um acumular de dívida que,
com outros compromissos levianamente assumidos, acabaram por exceder a
capacidade de nos endividarmos e tornou inevitável o pedido de ajuda que fizemos.
Não sei porque nos
surpreendemos com as imposições que nos fazem os que, condicionadamente, se propuseram
ajudar-nos e, também, com a indispensabilidade de equilibrar o orçamento deficitário que nos empobrece. São
aspectos tão simples da questão que custa a crer que não sejam bem compreendidos.
Mas esta atitude de cortar tem, para
além da baixa do nível de vida a que dá lugar, outras consequências se pretendermos voltar a viver melhor. Depois deste equilíbrio, nada nos impedirá
de recuperar uma forma mais desafogada de viver se nesse sentido trabalharmos,
se aumentarmos uma produtividade que, ao longo de muito tempo, não parou de
decrescer, estando entre as mais reduzidas da Europa. Estará nas nossas mãos,
na nossa vontade, melhorar a situação em que o reequilíbrio nos deixar. Mas
isso significa trabalho reprodutivo, iniciativa e risco, atitudes mal aceites pelos que
defendem as “conquistas virtuais”, o “trabalho (apenas) com direitos”, os subsídios e
outras conveniências que, sem trabalho de verdade, se não podem garantir a
ninguém.
Gestões descuidadas
fizeram escolhas e tomaram decisões que nos deixaram encargos medonhos para o futuro próximo, os quais
teremos de pagar, apesar da reprodutividade quase nula que têm, o que tornará o
nosso esforço de recuperação ainda maior.
Mas é a realidade da qual, por não ter sido vista a tempo, não vejo agora como fugir.
Mas é a realidade da qual, por não ter sido vista a tempo, não vejo agora como fugir.
Terei de aceitá-la, apenas
impondo a condição de os esforços, as contribuições serem equitativas e
justas.
Finalmente, que a todos
seja imposto o dever de trabalhar!
Veremos que notícias terá para nós, na próxima segunda-feira, o ministro das finanças...
Veremos que notícias terá para nós, na próxima segunda-feira, o ministro das finanças...
Era capaz de compreender os cortes se todos os portuguêses fossem atingidos. Como posso eu aceitar quando descontei cerca de 53 anos para uma cambada de desgovernados me andarem agora a cortar aquilo que tanto me custou a angariar. Porque não metem na prisão e lhes confiscam os bens a todos os ladrões que contribuíram para este estado miserável em que se encontra o país.Porque não cortam todas as mordomias aos políticos, gestores e administradores e não acabam de vez com as pensões vitalícias aos políticos adqueridas com 4,8 e doze anos. há muito por onde cortar mas o governo entende cortar nos trabalhadores, pensionistas e reformados. Os governantes que tenham vergonha e mandem para a prisão com o arrasto dos seus bens aos responsáveis e fraudulentos do BCP, BPN e BPP. Então talvez os que agora estão a pagar por aquilo que nunca fizeram compreedam os sacrifícios pedidos.
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