ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A ECONOMIA E A VIDA



Ontem terminei o dia com a notícia de que havia em Angola a primeira mulher africana milionária integrada no grupo dos mais ricos da Terra, com cerca de novecentos milhões de euros, e começo o dia, hoje, a escutar os pedidos da Cáritas que, para este ano, necessitará de um mínimo de mil milhões de euros para acudir às crianças em perigo de vida por esse mundo fora. Da lista dos países mais necessitados lembro-me de ter ouvido que as crianças do país do petróleo e dos diamantes necessitariam quatrocentos milhões!
E não pude deixar de relacionar alguns factos que colocam em conflito a economia e a vida.
Juntam-se fortunas excessivas onde morre muita criança à fome e defende-se a morte rápida dos idosos num dos países mais ricos do mundo, para bem da economia.
Será a Economia o cofre onde o “tio Patinhas” junta dinheiro para sentir o gozo de nele se rebolar e será a Vida apenas algo que faz sentido se tiver valor económico?
Parece-me que vai por esta via sórdida o entendimento das coisas que passou a baralhar todos os valores até colocar a Vida no nível mais baixo de uma escala onde as futilidades e os jogos de poder ocupam os lugares cimeiros.
Lembro-me de tantas coisas que li ao longo de muitos anos, escritas por homens sábios que previram que, um dia, as coisas seriam assim, que a Economia seria o monstro que tudo dominaria e seria ela a própria vida que outro valor não passaria a ter senão o de quanto pudesse comprar.
Uns ganham milhões porque é esse o seu “valor de mercado”, tentam outros sobreviver com as migalhas que caem das mesas recheadas dos que, com fartas iguarias, se empanturram, morrem crianças que a míngua faz doentes e desnutridas, querem matar-se idosos porque, se não produzem, não merecem viver!!!
Que isto tem os dias contados eu tenho a certeza porque um dia sobejará o dinheiro e faltará o que com ele comprar. Que o Homem disso se aperceba depressa, é a única esperança que tenho de que os meus netos e bisnetos possam viver num mundo decente!

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