Para quem, preocupado com
o futuro do país e com o seu próprio futuro, queira saber o que se passa
seguindo as discussões dos “representantes do povo” na Assembleia da República,
perde o seu tempo porque apenas escutará conversas de surdos em que cada um diz,
o mais alto que pode, o que lhe convém que seja ouvido. Assim se passa ao lado da análise
e da procura de soluções para os problemas que nos afectam, como seria dever
destes “representantes” fazerem.
Não sei o que ali fazem os
que deste modo procedem, se confrontam com aspereza no plenário, se abraçam cordialmente nos corredores
e, conforme as notícias que correm, convivem num bar onde pagam quase nada por
acepipes que os seus representados, muitos dos quais nem os conhecem, quase pagam por inteiro!
Nesta “democracia” que,
como alguns dizem, tem soluções para tudo, parece não haver nenhuma para acabar
com esta situação despudorada que nos custa muitos milhões e que, afinal, de
pouco serve nas condições em que funciona.
Esquecem-se os políticos
que muita coisa mudou e já não faz qualquer sentido discutir os regimes
políticos como o fazia Aristóteles nem discutir os problemas da sociedade como o fazia
Disraeli.
Hoje não faz qualquer sentido
discutir destes modos os regimes ou as soluções, porque apenas o conhecimento científico
da realidade, não a truculência verbal, pode encontrar as soluções que o
obscurantismo das “velhas tácticas políticas” nem consegue vislumbrar.
Eu sei que já por mais de
uma vez aqui me referi a este inesgotável tema, mas apetece-me dizer algo mais
sempre que, em mais uma tentativa, tento esclarecer-me vendo e ouvindo o que se
passa naquele areópago fora do tempo.
A Democracia e as suas
formas de representação carecem, claramente, de novas formas de encarar o mundo
real.
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