ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O CORTE!



É evidente que quando se gasta mais do que o que se ganha, o resultado é a falência que, mais cedo ou mais tarde, ha-de chegar! Uma conta simples de fazer e um resultado que não deixa dúvidas a uns mas que, para outros, está errada porque, para o que for preciso, “o dinheiro sempre há-de vir de algum lado”, como se julga na filosofia social-demagógica, onde os “pais” das grandes utopias sociais sempre reclamam quando se torna evidente não haver condições materiais para as realizar como as sonharam.
Num país subdesenvolvido onde acumular riqueza em vez de investir no progresso era a norma, o “revolução” encontrou meios para satisfazer todos os caprichos das suas doutrinas quiméricas, como se determinadas benesses fossem simplesmente devidas em vez de terem de ser alcançadas, mantidas e melhoradas com persistência e trabalho!
Assim se “monta” um Estado Social que a todos garante a satisfação das suas necessidades, sem a contenção e o controlo que deveria ter para ser sustentável. Nestas condições, só pode ser um Estado Social falhado, para mal de todos nós.
Quando o buraco se revela assustador, as medidas necessárias para o controlar não podem deixar de ser dolorosas porque desfazem expectativas, retiram benesses e obrigam a redobrar os esforços para garantir os rendimentos necessários. No caso de um Estado, os rendimentos são obtidos pelos impostos, tanto mais elevados quanto maior for o buraco a tapar. É daqui que provêem a austeridade que vivemos e os elevados impostos que pagamos. E assim terá de ser até que a situação fique equilibrada e possamos, de novo, retomar a normalidade e começar o esforço de desenvolvimento que nos permita viver cada vez melhor.
Nesse momento, será indispensável estarem harmonizadas as despesas com os rendimentos, o que significa a necessidade de reduzir o nível de vida insuportável do qual resultou a falência, até um valor que não cause desequilíbrios, ao que, muitos, chamam política de empobrecimento quando é, realmente, uma política de reequilíbrio. É evidente que tal obriga a harmonizar impostos e regalias sociais. A menos os esforços de racionalização que devem ser feitos, será sempre maiores estas, mais elevados aqueles.
Daí a necessidade do “tal” corte na despesa que, segundo as contas do Governo, terá de atingir 4,5 mil milhões de euros.
Poderia e deveria o Governo ter sido mais célere e eficaz em medidas que pudessem amenizar a austeridade que sofremos, ter sido mais sensível ao sofrimento que a austeridade causa e, também, mais justo e equitativo nos pedidos dos esforços que pede. Nisto o critico. Mas que não pode deixar de fazer o corte na despesa que a exiguidade dos recursos disponíveis exige, é a mais pura e indesmentível verdade.
Como faze-lo é a questão para cuja solução a social-demagogia se não mostra disponível mas da qual o tempo lhe mostrará que terá de suportar as consequências. Dos outros que devem julgar que nadamos em dinheiro ou não devemos cumprir obrigações, já me desabituei de falar.
Quanto a um relatório que o FMI apresentou e divulgou como proposta para o “corte”, não será, necessariamente, o que será feito, mas não andará muito longe. Infelizmente.

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