Passos Coelho aceitou o pedido
de demissão do Secretário de Estado da Administração Local Paulo Júlio que,
quando dirigia a Câmara de Penela terá, eventualmente, favorecido um familiar
num concurso. Coisa que levaria Cristo a dizer que quem nunca o tenha feito…
Apesar disso, parece-me
bem que tenha pedido a demissão para que as suspeitas que, sobre si, recaem,
não afectem um governo que carece da maior tranquilidade para enfrentar os
graves problemas do país e a medíocre Oposição que tem. Será substituído,
obviamente, pois não há insubstituíveis.
Mas não entendo por qual
razão Miguel Relvas se mantém de pedra e cal como ministro, depois de tudo o
que com ele sucedeu e de todos os incómodos e problemas que ao governou já
causou.
É como se o Governo, já
tão curto, se pudesse dar ao luxo de ter menos um ministro que, nem sequer,
deixa que a Oposição o oiça no caso da RTP. Em vez disso, dá-lhe umas dezenas
de milhões para reestruturar a empresa e… seja o que Deus quiser que saia
daquela cabecinha estranha.
Os assuntos que, em
princípio, Relvas deveria cuidar têm andado, mais ou menos, ao abandono porque
a credibilidade de Relvas se anulou e, até, qualquer coisa que faça, poderá
inquinar os propósitos que pudesse ter.
Lembro-me de como o seu
modo apressado de indicar Seara como candidato à Câmara de Lisboa criou
incómodos e, até, fez temer pela decisão final do candidato anunciado;
lembro-me das confusões imensas que a eventual privatização da RTP tem causado
e de mais coisas que me levam a perguntar por qual razão Passos mantém o
governo coxo quando necessita dele o mais escorreito possível. Poderia
aproveitar esta oportunidade para o despachar, também.
Não conheço Relvas de lado
algum nem, pelo que tenho visto das suas intervenções, me parece aquele
indivíduo sabedor, perspicaz e digno de confiança que um governo deve ter. É a
minha opinião que outro valor não tem para além disso…
Mas que alguém se tenha
prestado ao que Relvas se prestou para ter para ter um ridículo título de
doutor, já é coisa que nem eu nem muito boa gente consegue que lhe passe na
garganta.
Por isso me apeteceu
parafrasear Almada Negreiros e escrever “fora o Relvas, fim!”
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