(capa de The Economist, 22.12.12)
Esta austeridade a que uma
crise já com cinco anos nos obriga, faz-me lembrar muitas vezes a história do
escocês que, para cortar nas despesas, pensou poder habituar o seu cavalo a não comer. Acabou por ser
infeliz na sua tentativa porque, quando estava já quase habituado, o cavalo
morreu!
Eu nem imagino como os
financeiros classificam esta crise que obriga tanta gente a passar fome. Talvez
como o escocês ou como aquele que olhava um monte de pedras a que chamava uma parede, a parede
que se podia fazer com elas mas que ninguém fazia. Porque eles não sabem fazer
paredes ou seja o que for para além de cortar no produto do trabalho das pessoas. Apenas brincam com os números e fazem umas contas
que, agora, até o “excel” faz por eles. O “excel” e outros programas preparados
para que umas máquinas estúpidas que não conhecem mais do que o “0” e o “1” e
apenas sabem somar, lhes digam o que devem fazer!
Sinto que é assim que se
governa no mundo dito desenvolvido, um número restrito de países dos quais alguns
já se encontram na falência e outros para lá vão caminhando. Dos não desenvolvidos nem falam as estatísticas...
Depois de muitos que, faz
tempo, já viam luzinhas ao fundo do túnel, também alguns as voltam agora a ver, como
o próprio ministro alemão das finanças, o herói de Gaspar, logo desmentidos
pela Chanceler alemã que, mais sensatamente, quero crer, diz que o futuro ainda vai ser muito
difícil.
A minha teoria, já todos a
conhecem, mesmo desde há anos quando já muitos eram optimistas. É a de que o futuro será
cada vez mais difícil se insistirmos no impossível regresso às atitudes que nos
conduziram até aqui.
A capa do “the economist”
(da qual reproduzo a parte que interessa), edição do natal 2012, é extremamente
elucidativa sobre o caminho que o mundo leva e, no seu interior, com base no que acontece na economia, diz ser fraca a
recuperação a nível mundial nas economias mais consolidadas e com sinais
preocupantes nas economias emergentes que não correspondem à expectativas que
criaram.
Mas, não sendo eu
economista, financeiro nem qualquer outra coisa que reduza o meu conhecimento a saberes
específicos que me ocultem a visão mais global e comum que consegue observar o quadro mais amplo
da realidade, não me envolvo nesses pormenores em que se enredam os “sábios” das finanças
que, mostram-no os factos, desconhecem as realidades que são a Natureza e a própria Vida.
Do que eu penso e das contradições
dos que julgam saber o que se passa e crêem poder influenciá-lo, retiro a
certeza de o mundo viver mais uma das convulsões que dão lugar a profundas
mudanças que a “inteligência humana”, hoje como outrora, parece não conseguir que se faça sem conflitos e sem grandes dores.
Por isso persisto no
perigo das políticas que se tomam pensando ser possível resistir à ausência do
indispensável à vida que, cada vez mais rapidamente, os “inteligentes” deste
mundo vão destruindo, como o escocês fez ao seu cavalo!
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