A um casal com poucos meios materiais foram retirados sete filhos, destinados a futura adopção, por uma razão que o Tribunal justifica deste modo: “a decisão que foi tomada funda-se unicamente na existência de perigo concreto e objectivo para os menores, quanto à satisfação das suas necessidades básicas de protecção e de cuidados básicos relativos à sua saúde e segurança”.
Para além de outros
argumentos, como o da mãe que acusa o tribunal de a obrigar a laquear as
trompas, se de facto existiu, o importante neste caso, quanto a mim, é a
conclusão que posso tirar quanto à utilidade dos tribunais em casos como este,
a qual pode inferir-se das respostas a estas perguntas:
1 - que problema o
tribunal resolveu?
2 – que problemas o
tribunal causou?
O Tribunal não resolveu
qualquer problema social que, porventura, existisse, porque o único era o do
desconforto causado por falta de meios materiais de um casal, mas do qual não
existe a mínima prova de, alguma vez, não ter dado aos seus filhos a atenção, o
amor e os cuidados que lhes era devidos.
Este problema, quanto a
mim, não se resolve retirando aos pais os “encargos naturais” que a vida e o
amor lhes deu, mas criando condições para que, dentro dos moldes da
solidariedade social a que todos nos obrigamos, minimizar o peso desses
encargos e fortalecer a família.
Em vez disso, o Tribunal destrói
o que de mais importante existia, os laços familiares fortes que nem as
dificuldades abalavam, o que é, no mínimo, bárbaro porque não respeita os
valores de uma família.
O tribunal não resolveu nenhum
problema e, em vez disso, criou diversos que são a dor dos pais a quem roubaram
os filhos e a dor e a desorientação dos filhos a quem, a troco de um pouco de
pão, tiraram os pais que eles amam!
Quando as crianças são,
cada vez mais, uma preciosidade para o futuro do país e da Humanidade, como
será que se pode admitir que o problema, natural e corrente nestes dias de
austeridade, o de ter filhos a quem as circunstâncias não permitem dar o
bastante, seja motivo para destruir uma família?
A desqualificação da
família é um facto desde há muito, desde quando casar não é um acto responsável
mas um capricho, quando uma dificuldade não une as pessoas mas as afasta,
quando é natural e tão fácil mudar para “outro” como uma “coquete” mudar de
vestido ou de sapatos e uma menina mimada mudar de boneca!
Então, em tempos destes
que criam mentalidades destas, qual é o problema de destruir uma família em vez
de a ajudar? Nenhum, como este Tribunal nos mostrou.
Entretanto, casos há de
verdadeiro perigo que não parecem merecer tanta “preocupação” das “técnicas”
que aconselham os juízes que fazem coisas como esta e me chateiam!
Para terminar, deixo aqui um pensamento de Victor HUgo: "Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família." Onde a verdadeira solidariedade existe, acrescento eu!
Para terminar, deixo aqui um pensamento de Victor HUgo: "Quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família." Onde a verdadeira solidariedade existe, acrescento eu!
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