O
pedido do Provedor de Justiça, Alfredo de Sousa, junta-se aos do
Presidente da República, do PS, do PCP e do BE para que o Tribunal
Constitucional proceda à fiscalização sucessiva do OE2013.
Todos
os pedidos coincidem na injustiça que é pedir aos reformados e
pensionistas um suplemento de contribuição cujos fundamentos não
podem, senão, ser fruto da simples avidez de receitas, sem qualquer
princípio de equidade e de justiça, ainda que, depois, difiram nas suas intenções.
Recebem-se
pensões e reformas pelas mais variadas razões, algumas que nem
razões se podem considerar, por não passarem de benefícios que os
políticos a si próprios atribuíram, os quais podem, por exemplo,
fazer que alguém, que foi deputado ou autarca ao longo de alguns
anos, receba uma pensão vitalícia mais elevada do que a minha, mesmo
tendo umas dezenas de anos a menos do que eu e nada tenha, em boa
verdade, descontado!
Que
semelhança pode haver entre os que trabalharam e fizeram as suas
entregas ao Estado ao longo de dezenas de anos, no meu caso 50 anos,
e os que, por se dizer que representaram o povo, o povo tenha de lhes
pagar?
Estes,
apenas estes, são a razão de Passos Coelho dizer que se pediu um
pouco mais aos que recebem mais do que os seus descontos
justificariam! Mas não pode falar de todos, pois isso não passa de
esperteza saloia.
Ainda
que tal me doa, terei de aceitar, como já aceitei, cortes de
subsídios que a outros também são cortados, o aumento dos
impostos, a contribuição extraordinária e tudo o que, de forma
equitativa, seja a contribuição do todo o povo português para
pagar as loucuras de governos cujo mérito maior foi endividar o
país.
Tenho
pena de que, tais desmandos não sejam considerados um crime de lesa
povo porque uma inimputabilidade total deixa que façam o que lhes
der na gana em proveito de uma popularidade que atitudes e obras de
um falso progresso lhes angaria, no que Sócrates e Alberto João são
autênticos mestres.
Perante
tantos pedidos, não me parece que possa o Tribunal Constitucional
ignorá-los, passando por cima de inconstitucionalidades que, mesmo
em tempo de excepção, seriam impossíveis de tolerar sem graves
consequências no futuro.
Não
acredito que o TC inviabilize o OE, mas estou certo de que, pelo
menos nos casos mais óbvios que traduzem notórias faltas de
equidade, não deixará de obrigar o Governo a substituí-los por
medidas em que a equidade seja o princípio sagrado.
Mas
também se não pode esquecer o Tribunal de Contas que acusou os
“gabinetes” ministeriais de não terem reduzido as suas despesas, sumptuárias
direi eu, quando a maioria do povo já teve de cortar nas essenciais.
Se
Suas Exas devem passar a andar num carro de baixa potência como o
meu, ou de bicicleta como o primeiro ministro holandês, eu não sei,
mas que as mordomias dos membros do governo, dos seus colaboradores e
daqueles representantes do povo que têm o direito de comer e beber
por tuta e meia, iguarias e manjares que a maioria do povo nem sabe o
que sejam, têm de acabar, isso têm, porque não pode o país com
tantas gorduras!
Espero
que o Tribunal Constitucional seja sábio na decisão que tomar.
ABRAÇO, Rui.
ResponderEliminarÉ mesmo esta POSE de PENSADOR que eu aprecio nas tuas REFLEXÕES... Uns terem de CORTAR no essencial para OUTROS (que nada produzem!) viverem à GRANDE e à FRANCESA - agora RUSSA' é uma iniquidade... Creio que bateste no PONTO e é por aí que tem de acabar.
ABRAÇO e Bom Ano 2013