A política portuguesa
entrou em completa confusão, tanta que não é fácil saber o que vai na cabeça
dos políticos através do que eles dizem. E dizem cada uma!
Quando a raiva não permite
disfarçar o que vai na alma, dizem-se as coisas que se não deveriam dizer e,
depois, lá vem o chorrilho das explicações, dos ataques e das defesas que, cada
vez mais, vão complicando a questão.
Foi assim quando Arménio
Carlos da CGTP chamou “escurinho” a Selassié, e foi-o, também, quando António
Costa fez peito contra Seguro que, diz ele, não sabe unir o Partido, mas depois
“encolheu a cauda” para que lha não pisassem. Aliás, que história é esta de
querer tudo de uma vez, a presidência do partido e a Câmara de Lisboa? O Bom
autarca de Lisboa viu a tempo que é bem mais útil à cidade do que ao partido. E
eu fiquei contente. Por agora!
Mas quem saberá o que,
ainda, se irá passar?
À primeira vista,
parece-me Costa um indivíduo mais maduro, diferente do “apanha canas de
foguetes” que me parece Seguro que, antes de abrir a boca já está a dizer
asneiras! Mas que haveria o homem de fazer quando pouco mais lhe resta do que
isso? Eu sei que a arte dos políticos quase lhes permite fazer crer que é
branco o que é preto retinto. Ou será o contrário?
Mas os factos já mostraram
que é difícil travar uma batalha sem meios para o fazer. Seguro e o PS não os
têm. Já se viu como os “programas” alternativos de Seguro e do PS afinal não o são
porque não passam de promessas eleitoralistas que, quando afrontadas, se
desfazem em explicações incompreensíveis. Já entendemos que debitar princípios
não resolve questões, apenas mais as baralha, porque dizer que é preciso fazer
crescer a economia a não faz cresce e que dizer que é preciso criar postos de
trabalho os não cria.
Também o “regresso aos
mercados” não é tudo. Talvez até seja outra coisa que não parece ser. Depois de
aplicarem os seus capitais a juros negativos à Alemanha que, afinal, começa a ter
os seus problemas, é solução ficarem com eles parados?
Enfim, a baralhada está
longe de estar no fim e a tal luz no fundo do túnel parece não ser mais do que mais
um pirilampo que por ali andava.
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