Gostava de poder dizer e
justificar que a reforma do Estado é uma ”artimanha” do Governo que apenas tem
a intenção de cortar no Estado Social. Simplesmente gostava! Mas não consigo
justificar que seja possível que Portugal continue a viver com os
desequilíbrios orçamentais que, ano após ano, cavaram o fosso onde caímos. Por
isso e por muito que me doa e já dói, terei de aceitar que temos de repensar o
nosso modo de viver, equilibrando receitas e despesas. Elementar!
Pesem, embora, as críticas
que faço a algumas atitudes e à terrível falta de comunicação do Governo que
não conseguiu, alguma vez, fazer a perspectiva de médio prazo que nos
permitiria planear a vida em vez de a viver na ignorância que nos sobressalta,
não será na sua intenção de reequilibrar as contas do Estado que lhe aponto
falhas.
Obviamente, sentir-me-ia
mais confortável se fosse maior o consenso que se formasse quanto às decisões
que forem tomadas. Por isso lamento profundamente a atitude do PS que, já nem o
disfarça, apenas procura criar uma situação da qual possa tirar as vantagens de
reconquista do poder por que ansiosamente espera.
A atitude de exclusão do
PS na procura das melhores soluções de futuro está bem esclarecida nesta
afirmação, de hoje, de Zorrinho "o PS não participará porque essa não é uma
verdadeira comissão de reforma do Estado, é uma cortina de fumo para o Governo
tapar o buraco orçamental que gerou com a sua governação", comissão que
rotula de "liquidatária do Estado social" sem qualquer justificação
para além da demagogia que a própria declaração contém.
Obviamente que eu gostaria
que o PS tivesse a solução que diz ter e lhe permite, a um tempo, criticar os
aumentos de impostos e os cortes nos benefícios sociais.
Não imagino qual possa ser
porque não encontro alguma possível na análise que os meus conhecimentos e a
experiência de uma longa vida me consentem.
Se, de um modo geral,
entendo que os políticos que temos vivem de costas voltadas para a realidade,
tenho de reconhecer que os socialistas abusam e apenas esperam retorno dos
tolos que os possam apoiar.
Sem comentários:
Enviar um comentário