Num escrito de Henrique
Monteiro, li que “pouco mais resta do que Passos sair pelo seu pé e permitir
que outra solução emanada deste Parlamento possa, de forma dialogante,
continuar o programa de ajustamento e reforma de que o país necessita.
É verdade que Passos
Coelho fez, ajudado por Gaspar, a cama onde se vai deitar depois de tantos
equívocos gerados. E não será uma cama assim tão fofa, porque difícil será
convencer os portugueses de que apenas austeridade e mais austeridade lhes
proporcionará a vida digna a que tem direito.
Dei-lhe o meu voto e até
lhe dei o meu aval no início do seu governo. Mas retirei-lho quando percebi as
suas limitações na avaliação da situação de um país que depositou nas suas mãos
a esperança para o salvar dos horrores que um outro governo de descabeçados lhe
granjeou.
Na confusão que se segue,
a Assembleia da República tornou-se a “revista” que nos faz rir, a casa dos horrores
que nos amedronta, a perda de tempo que nada mais faz do que atrasar o caminho
de regresso á Vida que tanto já tarda.
Sente-se, a cada dia que
passa, a necessidade de mudar de rumo, de seguir por uma via diferente daquela
em que Passos Coelho e Gaspar persistem.
De que nos servem as
baixas das taxas de juro nos vários prazos se tal nada mais é do que o
entendimento que os mercados têm de um povo que é capaz de se deixar massacrar
para sobreviver?
Mas a capacidade de
aguentar tem limites e a ruptura social pode ser a consequência de tanta
austeridade e de tal modo que a União Europeia, pela voz de Durão Barroso, já
veio dizer estar pronta para os ajustamentos necessários para moderar o
sofrimento do povo português.
Quem sabe se um governo
menos tecnocrata, sem Passos e sem Gaspar, um governo feito de humanos, não poderia
fazer bem melhor. Mas qual governo? Do PCP, do BE ou do PS?
Estes já conhecemos nós.
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