ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

QUEM DERA QUE FOSSE TÃO SIMPLES ASSIM…



Num escrito de Henrique Monteiro, li que “pouco mais resta do que Passos sair pelo seu pé e permitir que outra solução emanada deste Parlamento possa, de forma dialogante, continuar o programa de ajustamento e reforma de que o país necessita.
É verdade que Passos Coelho fez, ajudado por Gaspar, a cama onde se vai deitar depois de tantos equívocos gerados. E não será uma cama assim tão fofa, porque difícil será convencer os portugueses de que apenas austeridade e mais austeridade lhes proporcionará a vida digna a que tem direito.
Dei-lhe o meu voto e até lhe dei o meu aval no início do seu governo. Mas retirei-lho quando percebi as suas limitações na avaliação da situação de um país que depositou nas suas mãos a esperança para o salvar dos horrores que um outro governo de descabeçados lhe granjeou.
Na confusão que se segue, a Assembleia da República tornou-se a “revista” que nos faz rir, a casa dos horrores que nos amedronta, a perda de tempo que nada mais faz do que atrasar o caminho de regresso á Vida que tanto já tarda.
Sente-se, a cada dia que passa, a necessidade de mudar de rumo, de seguir por uma via diferente daquela em que Passos Coelho e Gaspar persistem.
De que nos servem as baixas das taxas de juro nos vários prazos se tal nada mais é do que o entendimento que os mercados têm de um povo que é capaz de se deixar massacrar para sobreviver?
Mas a capacidade de aguentar tem limites e a ruptura social pode ser a consequência de tanta austeridade e de tal modo que a União Europeia, pela voz de Durão Barroso, já veio dizer estar pronta para os ajustamentos necessários para moderar o sofrimento do povo português.
Quem sabe se um governo menos tecnocrata, sem Passos e sem Gaspar, um governo feito de humanos, não poderia fazer bem melhor. Mas qual governo? Do PCP, do BE ou do PS?
Estes já conhecemos nós.

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