ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 20 de janeiro de 2013

OS LIMITES DA RIQUESA



Quando leio uma notícia que me diz que o líder do Goldman Sachs recebeu um bónus de 16 milhões de euros, fico a pensar o que será que, alguém que ganha normalmente muito dinheiro, sente quando lhe acrescentam a conta com uma quantia assim! Nada parecido, estou certo, com o que sentem alguns a quem, num sorteio de TV, uma chamada de 0.60 €+IVA rende, por mera sorte, mil ou poucos mais euros que vão dar um jeitão num orçamento muito desequilibrado. Tamanha diferença entre dois seres humanos que, no fim, não levarão consigo o muito ou o pouco que juntaram.
O Goldman Sachs, um banco de investimentos americano cujo lucro anual é superior a trinta e quatro mil milhões de euros, é uma instituição cujo poder lhe permite manobrar as finanças mundiais em consequência de uma capacidade financeira que a maioria dos Estados do mundo não consegue igualar. É um deus num mundo de adoradores que continuarão a rojar-se a seus pés, a cumprir os seus desejos enquanto não descobrirem que são eles próprios o sangue de que o gigante se alimenta e as suas finanças as marionetas com que se diverte. Tamanho é o seu poder que pode o seu presidente definir-se como “um banqueiro a fazer o trabalho de Deus". A sua capacidade financeira consegue mover influências que controlam governos, decidem políticas e definem o rumo do mundo. Até a crise que em Portugal vivemos!
Ainda ressoam as acusações de Alessio Rastani que, em directo na BBC, afirmou não serem os governos que mandam no mundo, mas sim o Goldman Sachs.
É assim o mundo da finança que nada produz para além da euforia que o muito dinheiro pode causar, das contas recheadas que podem pagar montanhas de inutilidades, de uma irrealidade onde a realidade dos comuns mortais não é conhecida e nem sequer tem lugar. É um mundo cuja relação com a Natureza vai criando uma imparidade imensa até se tornar uma total inutilidade quando, inevitavelmente, apenas corresponder a nada que tenha valor para a vida.

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