Acabou
o folclore do Congresso do PS que transmitiu aos quatro ventos uma
promessa de melhoria profunda se os socialistas forem governo. Seguro
promete, mesmo, milhares de milhões de euros que vai buscar aqui e
ali que, infelizmente, são lugares onde não pode meter a mão.
Assim sendo, pode até ter descoberto uma mina de ouro puro que, se
não for sua, de nada lhe servirá! E não irá servir, certamente,
porque a “mina” não existe.
É
feio tentar ganhar o apoio de um povo que passa dificuldades, ávido
de um pouco de conforto na sua vida, prometendo coisas que não pode
fazer.
Há
muito tempo, vários anos até, que tenho a convicção, que fundo na
realidade que observo, de que não estamos a viver mais uma crise,
mas sim o final de um modelo económico já rapado até ao tutano e
do qual resultam situações caricatas que o bom senso nos diz não
poderem durar o tempo todo.
Parecemos
uns tolos agarrados a ideias de abundância infinita que não existe,
procurando soluções que ninguém encontra aqui ou em outro lado
qualquer porque a verdade é que a crise parece fortalecer-se a cada
remédio que lhe dão para que se fine!
Como
se poderá defender uma “economia” em que ao direito
constitucional de cada cidadão ter direito a uma habitação digna para
si e para a sua família corresponde uma situação de tanta gente
sem casa ou a viver em condições demasiadamente precárias, quando
há centenas de milhares de habitações desocupadas?
Como
defender uma política de direito ao trabalho numa economia que
parece apenas gerar desemprego?
A
propósito, cito uma notícia de hoje que diz “em
Março havia 19,211 milhões de desempregados nos países do euro e
26,521 milhões em toda a União Europeia”, situação
que tem tendência a agravar-se.
Como
pode esperar Portugal por ajudas que outros já não podem dar? Penso
que apenas nos restará fazer o que ninguém fará por nós: um
grande esforço para podermos viver um pouco melhor!
É evidente que, por todo o mundo,
está de resto a abundância que, mesmo enquanto pareceu durar, apenas
beneficiou alguns, deixando de fora extensas regiões do mundo, cada
vez mais tornando necessária a solidariedade sem a qual a Humanidade
terá dificuldade em sobreviver.
Aproveito para uma observação que a notícia que li me sugere. O jornal, português, que a veicula escreveu como sendo 19.211 milhões e 26.521 milhões os números de desempregados na União Europeia. É óbvio que corrigi para a escrita correcta em português, com “vírgulas” em vez de “pontos” porque senão seriam os desempregados da Europa mais do que toda a população mundial!
Os
“finórios” que andam por aí a dizer “três ponto quatro”, nos jornais, na televisão e na rádio, em vez do correcto "três vírgula quatro" para parecerem muito cultos, não passam de uns
iletrados que deveriam regressar à escola para aprender coisas
básicas.