ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

AGORA É A MINHA VEZ!

Não é a primeira vez que digo que às regras quase matemáticas da Democracia tradicional falta o bom senso para reconhecer que, ao contrário do que era tido por certo, ela não tem soluções para tudo. Muito menos e cada vez menos serão soluções o desfazer o que outros fizeram para fazermos o que nós entendemos ser melhor. A alternância democrática que se reclama por tudo e por nada, baseada em hipotéticas maiorias de apoio avaliadas em manifestações mas que a Assembleia da República saída de eleições não traduz, não passa do acentuar da visão de curto prazo deste princípio nefasto em tempos de evidente e cada vez mais acentuada escassez.
Cada vez mais é necessária uma gestão de longo prazo que antecipe, com o rigor que o conhecimento científico permita, as consequências das atitudes que se tomem e limitem os desperdícios de recursos escassos ao mínimo inevitável.
Terá de ser assim num tempo em que as “engenharias financeiras” são cada vez menos capazes de iludir a realidade de uma Natureza que não acompanha o ritmo descabeçado do consumismo de que a “economia” necessita para não cair. É a incompatibilidade que se tornou evidente para o bom senso a que a Democracia se tornou insensível.
Não é boa gestão insistir na técnica do buldozer potente que empurra a areia à sua frente até criar uma montanha que já não consegue mais mover. Mas é o que tem sido feito com o acumular de erros que o modo incauto de superação das sucessivas crises tem provocado.
No seu discurso de 25 de Abril o Presidente da República parece ter compreendido isso e, em consequência, apontou o consenso como a solução que uma crise política nunca poderia proporcionar.
Ainda que não veja, em qualquer dos lados da barreira que a ambição política criou, o discernimento capaz de ir ao encontro das soluções que a realidade tornaria possíveis de alcançar, porque em ambos apenas descortino o desejo de voltar a um tipo de economia que o Tempo deixou, definitivamente, para trás, espero mais de um consenso que possa resultar da análise inteligente da situação do que  do faz e desfaz que pelo princípio de que "agora é a minha vez" possa contecer.

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