ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 9 de abril de 2013

QUERER MATAR A FOME COM O OVO QUE A GALINHA AINDA NÃO PÔS



Portugal tornou-se um país de comentadores. São uma chusma que grassa por toda a comunicação social como cogumelos num buraco húmido e escuro. Afinal é em qualquer coisa assim que Portugal se está a transformar.
O Governo propôs um Orçamento de Estado sobre o qual cada um teceu as críticas que entendeu, mas a Assembleia da Republica aprovou.
O resto da história todos a sabemos e, até, as teorias de conspiração materializada numa atitude premeditada do Governo para, consumado um “chumbo” dramático que provocou, fazer o que, de outro modo, não teria coragem para fazer, isto é, apressar as medidas de ajustamento da despesa que, de qualquer modo, teriam de ser feitas para anular o défice sistemático das nossas contas externas. Um apertar de cinto mais brusco do que as medidas do OE obrigavam.
Mas será que alguém ainda duvida que Portugal foi metido numa “camisa de onze varas” de onde, deste modo, muito dificilmente sairá? Será que ainda não entenderam que a alternativa ao respeito pelas regras impostas pelos nossos credores, as quais estávamos a tentar melhorar, é a solidão que nos conduzirá a uma pobreza extrema?
Mas, infelizmente, estou certo de que o discurso de Seguro cujas medidas dependem, sem excepção, de numerosos “se” com probabilidade mínima de se concretizarem, convenceu muita gente a quem as dificuldades sérias por que passam não deixam muito tempo para se conformarem com medidas de feitos mais retardados. 
É natural, é humano, mas não passa de um grosseiro equívoco porque nem uma só das medidas que Seguro enumerou é independente da vontade de terceiros, dos nossos parceiros europeus, do FMI e dos nossos credores e, por isso, impossível de concretizar sem o seu consentimento. O seu programa não passa, pois, de um programa de fantasia que mais rapidamente nos pode deixar de tanga mais reduzida!
Será nosso destino ter de contar, sempre, com o ovo que a galinha ainda não pôs?

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