A
falta de crescimento da economia tem sido tem sido a crítica mais
comum às políticas de austeridade para equilíbrio do défice,
dizendo-a a causa, que por certo é, da espiral recessiva em que
caímos.
Apesar
das críticas, nunca me dei conta de propostas de medidas concretas,
daquelas que dependam apenas de nós e não da boa vontade de
outros, para o relançamento da economia que, afinal, vai decrescendo
por toda a parte, em todo o mundo.
É
criticado o Ministro da Economia a quem não têm permitido as
condições necessárias para as medidas, essas concretas, que tem
proposto. Por isso o acusam de falta de “peso político” para as
impor e pedem a sua demissão.
Depois
surgem as dúvidas sobre a eficácia da austeridade num debate
académico sem grande jeito e que na comunicação social se torna
ridículo pela total falta de entendimento da coisa. E gera-se a
polémica da “fórmula de excel”!
Seria
natural que o Governo não ficasse indiferente e procurasse inflectir
um caminho que, mesmo sem polémica, já se mostrava impossível de
prosseguir. E o Primeiro-Ministro acusa a banca de não ter feito
chegar o crédito à economia. Por sua vez, os banqueiros afirmam que
a falta de crédito se deve à baixa procura por parte das empresas
quando as perspectivas de crescimento económico são curtas e, por
isso, não convidam ao investimento.
Um
primeiro reparo me merece esta notícia das acusações do
Primeiro-Ministro, relativo ao próprio interesse da banca que,
naturalmente, seria o de conceder crédito, por ser esse o seu
negócio.
E
sendo a baixa procura a razão de ser maior do reduzido crédito que
às empresas é concedido, ao mesmo tempo que as circunstâncias não
consentem que a banca o torne mais atrativo por redução das taxas
de juro, a questão estará em saber como quebrar este ciclo vicioso
quando o mercado consumidor não parece, pelo seu lado, capaz de
aumentar o consumo ou, sequer, de o desejar elevar para além do que
uma natural prudência as circunstâncias impõem aos
consumidores.
Todos,
aos poucos, se vão apercebendo de como as coisas mudaram, de que se
pode viver usando menos o carro, fazendo férias mais económicas,
reduzindo o consumos de carne, que não se pode trocar a boneca da
menina sempre que a última novidade aparece no mercado, que o último
e caríssimo modelo de telemóvel não satisfaz necessidades básicas
e tantas outras coisas que desaceleram a procura que sustentava o
crescimento contínuo sem o qual a economia não se consegue manter.
É evidente que para alguns, por certo demais, já nem o essencial é
acessível, pelo que pagam um preço excessivo pelos disparates dos
que pensam que o regresso aos velhos tempos é, ainda, possível.
Mas
o que vai suceder é que tudo se irá adaptando a novas condições
de vida e uma nova economia surgirá, depois de muitas dores, para
substituir esta que já não tem ponta por onde se lhe pegue!
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