ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 23 de abril de 2013

FAZER CRESCER A ECONOMIA OU REFORMÁ-LA?

A falta de crescimento da economia tem sido tem sido a crítica mais comum às políticas de austeridade para equilíbrio do défice, dizendo-a a causa, que por certo é, da espiral recessiva em que caímos.
Apesar das críticas, nunca me dei conta de propostas de medidas concretas, daquelas que dependam apenas de nós e não da boa vontade de outros, para o relançamento da economia que, afinal, vai decrescendo por toda a parte, em todo o mundo.
É criticado o Ministro da Economia a quem não têm permitido as condições necessárias para as medidas, essas concretas, que tem proposto. Por isso o acusam de falta de “peso político” para as impor e pedem a sua demissão.
Depois surgem as dúvidas sobre a eficácia da austeridade num debate académico sem grande jeito e que na comunicação social se torna ridículo pela total falta de entendimento da coisa. E gera-se a polémica da “fórmula de excel”!
Seria natural que o Governo não ficasse indiferente e procurasse inflectir um caminho que, mesmo sem polémica, já se mostrava impossível de prosseguir. E o Primeiro-Ministro acusa a banca de não ter feito chegar o crédito à economia. Por sua vez, os banqueiros afirmam que a falta de crédito se deve à baixa procura por parte das empresas quando as perspectivas de crescimento económico são curtas e, por isso, não convidam ao investimento.
Um primeiro reparo me merece esta notícia das acusações do Primeiro-Ministro, relativo ao próprio interesse da banca que, naturalmente, seria o de conceder crédito, por ser esse o seu negócio.
E sendo a baixa procura a razão de ser maior do reduzido crédito que às empresas é concedido, ao mesmo tempo que as circunstâncias não consentem que a banca o torne mais atrativo por redução das taxas de juro, a questão estará em saber como quebrar este ciclo vicioso quando o mercado consumidor não parece, pelo seu lado, capaz de aumentar o consumo ou, sequer, de o desejar elevar para além do que uma natural prudência as circunstâncias impõem aos consumidores.
Todos, aos poucos, se vão apercebendo de como as coisas mudaram, de que se pode viver usando menos o carro, fazendo férias mais económicas, reduzindo o consumos de carne, que não se pode trocar a boneca da menina sempre que a última novidade aparece no mercado, que o último e caríssimo modelo de telemóvel não satisfaz necessidades básicas e tantas outras coisas que desaceleram a procura que sustentava o crescimento contínuo sem o qual a economia não se consegue manter.
É evidente que para alguns, por certo demais, já nem o essencial é acessível, pelo que pagam um preço excessivo pelos disparates dos que pensam que o regresso aos velhos tempos é, ainda, possível.
Mas o que vai suceder é que tudo se irá adaptando a novas condições de vida e uma nova economia surgirá, depois de muitas dores, para substituir esta que já não tem ponta por onde se lhe pegue!

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