ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

OS COMÍCIOS DE SEGURO



O FMI revê em baixa o crescimento mundial e, sobretudo, da Europa. Um estudo recente revela que os resultados obtidos por dois professores de Harvard sobre o "crescimento em tempo de crise" nos países sobreendividados está errado porque, nas contas feitas, se partiu de premissas erradas ou de dados insuficientes. Em consequência, as políticas de austeridade estarão a ser aplicadas com critérios que foram postos em dúvida.
Por cá e depois de falar com o Primeiro-Ministro e com a Troika, António Seguro afirma, também, que o caminho da austeridade é um erro e que, por isso, outro deve ser seguido.
Se alguma vez me apeteceu estar de acordo com alguém é agora, por motivos mais do que óbvios. Gostaria que tivessem toda a razão os que não consideram a austeridade uma solução, mas é difícil que me convençam porque me não dizem qual o caminho a seguir, alternativo à austeridade, quando uma má gestão nos deixa sem dinheiro. Será baixar os impostos e aumentar salários e pensões? Deus quisera que assim fosse porque, de boa vontade, trocaria a minha capacidade de entendimento das coisas por essa “verdade” que ninguém ainda me demonstrou.
E mais uma vez me deu pena (ou me irritou, sei lá!) ver como o líder da Oposição em Portugal transforma encontros com o Primeiro-Ministro e com os representantes dos nossos credores num comício que em nada difere dos que antes já fez, em vez de os transformar na oportunidade para, com toda a força, participar na luta por um futuro melhor para todos nós.
É evidente, a realidade demonstra-o e umas contas simples também o mostram, que a austeridade excessiva e prolongada não é solução ou remédio seja o mal qual for. É, pelo contrário, outro mal que mais agrava o primeiro. Mas ter a veleidade de pensar que se obriga os credores a mitigar os efeitos da dívida do modo como nos interessa e que se pode continuar a ter tudo quando se não tem vintém, não me parece que seja, também, uma solução que se aceite como alternativa viável.
Como cada dia se torna mais evidente, aqui e em qualquer parte do mundo, não será a aceitação da desgraça que nos pode satisfazer, mas será a rentabilização majorada do que tivermos que nos pode dar uma vida melhor.
Para tal será preciso pensar, utilizar uma inteligência que parece andar arredia dos políticos que nos governam.

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