O FMI revê em baixa o
crescimento mundial e, sobretudo, da Europa. Um estudo recente revela que os resultados obtidos por dois professores de Harvard sobre o "crescimento em tempo de crise" nos países sobreendividados está
errado porque, nas contas feitas, se partiu de premissas erradas ou de dados insuficientes. Em consequência, as políticas de austeridade estarão a ser aplicadas com critérios que foram postos em dúvida.
Por cá e depois de falar
com o Primeiro-Ministro e com a Troika, António Seguro afirma, também, que o
caminho da austeridade é um erro e que, por isso, outro deve ser seguido.
Se alguma vez me apeteceu
estar de acordo com alguém é agora, por motivos mais do que óbvios. Gostaria que
tivessem toda a razão os que não consideram a austeridade uma solução, mas é difícil que me
convençam porque me não dizem qual o caminho a seguir, alternativo
à austeridade, quando uma má gestão nos deixa sem dinheiro. Será baixar os impostos e aumentar salários e pensões? Deus quisera
que assim fosse porque, de boa vontade, trocaria a minha capacidade de entendimento
das coisas por essa “verdade” que ninguém ainda me demonstrou.
E mais uma vez me deu pena
(ou me irritou, sei lá!) ver como o líder da Oposição em Portugal transforma
encontros com o Primeiro-Ministro e com os representantes dos nossos credores
num comício que em nada difere dos que antes já fez, em vez de os transformar
na oportunidade para, com toda a força, participar na luta por um futuro melhor
para todos nós.
É evidente, a realidade
demonstra-o e umas contas simples também o mostram, que a austeridade excessiva
e prolongada não é solução ou remédio seja o mal qual for. É, pelo contrário,
outro mal que mais agrava o primeiro. Mas ter a veleidade de pensar que se obriga
os credores a mitigar os efeitos da dívida do modo como nos interessa e que se
pode continuar a ter tudo quando se não tem vintém, não me parece que seja,
também, uma solução que se aceite como alternativa viável.
Como cada dia se torna
mais evidente, aqui e em qualquer parte do mundo, não será a aceitação da desgraça
que nos pode satisfazer, mas será a rentabilização majorada do que tivermos que
nos pode dar uma vida melhor.
Para tal será preciso pensar, utilizar uma inteligência que parece andar arredia dos políticos que nos governam.
Para tal será preciso pensar, utilizar uma inteligência que parece andar arredia dos políticos que nos governam.
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