Mais uma vez a Páscoa nos trouxe motivos de tristeza nos demasiados acidentes rodoviários e nas mortes que causaram, sobre o que se manifestou o Presidente do Automóvel Clube de Portugal, o Sr Carlos barbosa.
A minha impressão sobre
este Barbosa já não era, por diversas razões, a melhor. Mas
fico com mais uma para julgar a publicidade das suas intervenções como algo que
nada de positivo acrescenta neste lago de estupidez em que vivemos.
Disse este senhor que “quando chove há menos mortos e os acidentes
são menos graves, o problema que se coloca é que as pessoas não sabem guiar".
Leio e releio e não consigo muito bem relacionar o facto e a questão que ele liga
na mesma frase.
Mas deixando de lado este
pormenor de uma simples frase desconchavada que até pode ser uma gralha do
jornal de onde a tirei (DN), é nesta altura que o presidente do Automóvel Clube
de Portugal repara na tragédia em que se pode tornar o viajar nas estradas portuguesas?
Diz barbosa que "os exames em Portugal não são rigorosos, as
cartas de condução são quase oferecidas através das escolas e dos centros de
exames. Enquanto a legislação não mudar e os exames não forem mais rigorosos
vamos continuar a ter esta matança nas estradas".
Há quanto tempo já todos
sabíamos que multiplicar as cartas de condução era uma condição essencial para
o comércio automóvel sem o crescimento do qual a “economia” sofreria um grande
rombo?
Agravam-se as coimas,
impõem-se níveis de alcoolémia cada vez mais baixos, definem-se limites de
velocidade por vezes ridículos sem que, apesar disso, os acidentes de viação se
reduzam a um nível aceitável. A solução costuma ser voltar a aumentar as coimas…
Quanto aos exames de
condução, reconhece Barbosa a necessidade de os tornar mais rigorosos, mas
esquece a qualidade do ensino que, sobretudo ela, deveria ser cada vez mais
exigente e cuidada, porque é então que se aprende a guiar.
Por que a regra de uma velocidade limitada para os recém encartados foi cancelada, se todos sabemos que é nos
primeiros tempos de condução que se cometem os maiores erros e é, também, um
complemento de aprendizagem como acontece em qualquer actividade?
Onde fica a exigência de
uma melhor fiscalização das infracções que não seja aquela mais cómoda de
fazer, na cidade ou na estrada, sem ter em conta as circunstâncias e o perigo
que representam?
Onde fica o “exame” a
outras condições que o candidato a condutor deveria ter para se não transformar
no perigo que pode ser?
A questão do combate à
sinistralidade envolve problemas numerosos e muito sérios que vão bem além do
rigor dos exames de condução.
Apenas serão resolvidos
quando os valores sociais e morais se impuserem aos financeiros e à suposta economia
nacional, se alguma vez o conseguirem.
Entretanto, continuarão
festas de família como a Páscoa e o Natal a ceifar vidas que deviam ser
felizes!
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