ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 27 de abril de 2013

DISCURSOS DE OCASIÃO

Os discursos políticos são isto mesmo, um chorrilho de disparates disfarçados em frases sonantes, cujo sentido os que as dizem pouco pensam.
Decerto mais cuidadosos com o ângulo de visão que os favoreça, mais preocupados com os gestos apropriados às sensações que pretendam despertar, mais atentos às inflexões de voz que façam vibrar os ouvintes do que ao que lhes estão a dizer, tal como os seus conselheiros de imagem lhes recomendam, descuram o conteúdo da mensagem onde as palavras e as ideias perdem protagonismo para o cenário montado.
Não é nada que todos não saibamos já, pois tanta gente se encantou com a voz maravilhosa do Frank Sinatra, mesmo sem fazer ideia do que estivesse a cantar!
Para o provar bastarão duas frases do discurso de Seguro.
Começando por afirmar que “a alternância é a essência da Democracia”, diz depois que “numa altura em que alguns parecem descobrir as virtudes do consenso, quero reafirmar que a alternativa é tão valiosa quanto o consenso.”
Eu traduzirei estas ideias, gasta uma e falha de inteligência a outra, dizendo que o mesmo que antes disse, que o faz e desfaz da alternância democrática deixou de ser a maneira certa de fazer quando os recursos escasseiam. Está, pois, Seguro nos antípodas da sensatez com a alternância que as circunstâncias actuais desaconselham, tal como reforça a tacanhez do seu pensamento quando desvaloriza o consenso que, também, as circunstâncias não dispensam.
Quando o tempo não abunda para evitar os perigos que não esperam para nos atacar, fará algum sentido recusar a cooperação de que podem resultar consensos, preferindo a crise que a alternância nesta condições causaria sem que tudo o que depois aconteça evite a necessidade de consensos que as circunstâncias em que vivemos jamais dispensarão?
O discurso de cavaco foi, não restam dúvidas, o momento esperado para desencadear esta ofensiva ridícula já minuciosamente preparada e que é mais uma prova do não entendimento do que se passa e de como se ultrapassa. Um cenário já preparado ao pormenor, apenas esperava uma desculpa para ser mostrado. E aconteceu o espectáculo que não parece ter convencido ninguém! A menos os tolos...
E não haverá por aí quem acuda a este país onde até já o BE se diz preparado para ser governo?

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