Se fosse irresponsável,
ficaria feliz se o Governo se demitisse para, finalmente, saber como Seguro ou
outro qualquer que diga ter soluções resolveriam os problemas que temos e que são,
em suma, a falta absoluta de meios financeiros para as despesas normais do
Estado Social que todos desejamos ter.
Era evidente que, para
além da demissão que não apresentou, ao Governo restavam duas alternativas óbvias
que são, aumentar os impostos ou reduzir os serviços que presta, os salários e
as pensões que paga, os investimentos que faz.
Não consigo ver como
eleições antecipadas resolveriam o problema que é o reequilíbrio financeiro do
país nem como fortaleceriam o nosso poder negocial perante os credores
externos a quem, suspostamente, obrigaríamos a ceder a todas as exigências que nos permitiriam a
recuperação que prometem.
Pela falta de cooperação, Portugal tornou-se
num saco de gatos que furiosamente se arranham e, com isso, não melhorarão, por
certo, o seu bem-estar.
Depois do discurso do
Primeiro-Ministro, oiço comentadores que me parecem mais ou menos esclarecidos
mas, de um modo geral, não dizem nada que valha a pena porque nada resolve e
oiço os representantes dos partidos da oposição que nada de novo conseguem
dizer para além das suas ideias que cada vez mais se tornam fixas na crítica e, por isso,
jamais serão solução.
Não tenho dúvidas de que
Portugal será obrigado a cumprir os compromissos internacionais, sofra o que
tiver de sofrer, seja este o governo que o governa ou seja outro qualquer, a
menos que nos queiramos fechar numa redoma estanque dentro da qual rapidamente o ar
rareará.
Se for assim, deixa de
fazer sentido a minha preocupação quanto a um futuro mais distante em que conseguíssemos ajustar o nosso nível de vida à capacidade de o poder manter, pois temo que a situação degradada a que tudo isto pode conduzir,
atirem para um futuro excessivamente distante, se o houver, qualquer regularização do nosso
modo de viver.
Acabo de escutar um comentador dizer que não pode o Partido Socialista abandonar o discurso das eleições antecipadas para encontrar um outro que "diga aos portugueses que eles querem ouvir"!
Este é, quanto a mim, o equívoco maior porque esse discurso qualquer um o saberia fazer facilmente, mesmo que nem imaginasse, como o partido Socialista o não sabe, o que faria depois...
Querem os portugueses ser enganados?
Acabo de escutar um comentador dizer que não pode o Partido Socialista abandonar o discurso das eleições antecipadas para encontrar um outro que "diga aos portugueses que eles querem ouvir"!
Este é, quanto a mim, o equívoco maior porque esse discurso qualquer um o saberia fazer facilmente, mesmo que nem imaginasse, como o partido Socialista o não sabe, o que faria depois...
Querem os portugueses ser enganados?
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