Quando vejo os políticos
de um país discutir mais a mudança do governo, porque outros entendem ter
melhores condições para ser poder, do que soluções para resolver os problemas
que afectam toda a gente, só posso concluir que há interesses particulares,
pessoais e partidários, que se sobrepõem aos de todos nós.
Nas discussões a que
assisto, mostram-se números e gráficos que, se não estiverem errados, retratam
a situação que vivemos, mas não a caracterizam. Tal como um termómetro, dizem que estamos mal sem nos dizer de que mal padecemos! Nada dizem sobre as causas de tais números
que não passam de ser a “febre” que uma moléstia qualquer causa mas ninguém
parece interessado em diagnosticar para, depois, poder tratar.
A verdade é que, tal como
numa epidemia, o mal alastra e continuará a alastrar enquanto cada um cuidar de
si sem se dar conta que nunca estará protegido enquanto outros sofrerem do
mesmo mal que se agrava, ano após ano, como o mostram as revisões, sucessivamente
em baixa, do FMI.
E já lá vão mais de cinco
anos de uma “crise” que não mais tem fim nem dá indícios de abrandar. Bem pelo
contrário, as análises que se façam são no sentido de um continuado agravamento
que apenas mudanças muito drásticas e a definição de objectivos alcançáveis
em função dos recursos disponíveis permitirão superar.
Quanto a mim que pouco
valorizo teorias e fórmulas sem uma cuidadosa
verificação da sua aplicabilidade ou, mesmo, da sua eficácia pelo modo e
condições em que foram estabelecidas, noto que a situação é, nesta “crise”, muito diferente de outras em que pareceram produzir efeito. Agora, não acredito que
haja uma teoria que bem caracterize o que se passa ou que alguém disponha de fórmula capaz de resolver. Pelo
contrário, a situação parece-me mais exigente de inteligência do que de cálculos
laboriosos que, temo-lo visto, não conseguem aliviar a austeridade que,
definitivamente, foi colocada em causa, senão mesmo considerada a origem de
todos os males!
Ora se, em tempos de
carência financeira a austeridade não é solução como, por certo, o não é o
regresso ao consumismo excessivo que a causou, é caso para dizer que será
noutros domínios de soluções que o futuro deve ser construído, com soluções de que
a economia tradicional não dispõe.
Que posso recomendar aos
políticos que tal não conseguem ver? Que em vez de discutir o poder pensem na realidade?
Sem comentários:
Enviar um comentário