ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 20 de abril de 2013

O FUTURO ADIADO. ATÉ QUANDO?



Quando vejo os políticos de um país discutir mais a mudança do governo, porque outros entendem ter melhores condições para ser poder, do que soluções para resolver os problemas que afectam toda a gente, só posso concluir que há interesses particulares, pessoais e partidários, que se sobrepõem aos de todos nós.
Nas discussões a que assisto, mostram-se números e gráficos que, se não estiverem errados, retratam a situação que vivemos, mas não a caracterizam. Tal como um termómetro, dizem que estamos mal sem nos dizer de que mal padecemos! Nada dizem sobre as causas de tais números que não passam de ser a “febre” que uma moléstia qualquer causa mas ninguém parece interessado em diagnosticar para, depois, poder tratar.
A verdade é que, tal como numa epidemia, o mal alastra e continuará a alastrar enquanto cada um cuidar de si sem se dar conta que nunca estará protegido enquanto outros sofrerem do mesmo mal que se agrava, ano após ano, como o mostram as revisões, sucessivamente em baixa, do FMI.
E já lá vão mais de cinco anos de uma “crise” que não mais tem fim nem dá indícios de abrandar. Bem pelo contrário, as análises que se façam são no sentido de um continuado agravamento que apenas mudanças muito drásticas e a definição de objectivos alcançáveis em função dos recursos disponíveis permitirão superar.
Quanto a mim que pouco valorizo teorias e fórmulas sem uma cuidadosa verificação da sua aplicabilidade ou, mesmo, da sua eficácia pelo modo e condições em que foram estabelecidas, noto que a situação é, nesta “crise”, muito diferente de outras em que pareceram produzir efeito. Agora, não acredito que haja uma teoria que bem caracterize o que se passa ou que alguém disponha de  fórmula capaz de resolver. Pelo contrário, a situação parece-me mais exigente de inteligência do que de cálculos laboriosos que, temo-lo visto, não conseguem aliviar a austeridade que, definitivamente, foi colocada em causa, senão mesmo considerada a origem de todos os males!
Ora se, em tempos de carência financeira a austeridade não é solução como, por certo, o não é o regresso ao consumismo excessivo que a causou, é caso para dizer que será noutros domínios de soluções que o futuro deve ser construído, com soluções de que a economia tradicional não dispõe.
Que posso recomendar aos políticos que tal não conseguem ver? Que em vez de discutir o poder pensem na realidade?

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