Seria
hipócrita se dissesse que me sinto em paz com a questão do
casamento gay que a Assembleia Nacional francesa trouxe, de novo, à
ordem do dia.
Já
desconfortável me senti quando tal sucedeu em Portugal, altura em
que fiz questão de dizer do meu desacordo em relação à instituição
do “casamento gay”.
Entendo
que as pessoas diferentes tenham direito a ser respeitadas na sua
diferença, quando essa diferença é natural e, por ser assim, faz
parte da Natureza da qual todos fazemos parte.
A
pergunta lógica será se os que o são diferentes dos “diferentes”,
não terão, de igual modo, direito ao mesmo respeito.
E
é aqui que coloco a questão que não passa de uma profunda
contradição que só a política, na sua arte de faz de conta pode
tentar iludir: assumindo “orgulhosamente” a sua diferença,
porque desejam os “diferentes” ser iguais quando se trata do
casamento?
Se,
desde sempre, o casamento é uma instituição que junta um homem e
uma mulher, um par do qual, naturalmente, pode resultar descendência
e a constituição de família biológica, porque se não adoptou uma
outra designação qualquer para a união entre gays que lhes
proporcionasse os mesmos direitos que o casamento proporciona aos
demais? Ou será que para os socialistas o casamento se reduz aos
direitos civis que a lei prevê? Deve ser, mas o materialismo de que
derivam, na sua recusa de respeitar a dimensão sobrenatural do
Homem, no seu querer substituir a Natureza pelas leis que fazem,
nunca terá a força das leis naturais, aquelas que, no fim,
prevalecerão.
Pareceu-me
ridícula aquela “explosão” de alegria nas bancadas socialistas
pela aprovação de uma lei que não só permite o casamento entre
pessoas do mesmo sexo como o direito a que adoptem crianças como se
de um casal normal se tratasse.
Parece-me
que alguém se esqueceu de perguntar às crianças se estavam de
acordo com isso, dispostas a serem diferentes também e, sem o
desejarem, a terem dois pais ou duas mães em vez de, como é
natural, terem um pai e uma mãe.
E
a popularidade de Hollande continua a baixar quando junta as tantos falhanços das promessas eleitorais que fez, o cumprimento desta que também fizera...
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