Quase 60 milhões, foi a
queda na quantidade de cigarros vendidos em Portugal desde o passado mês de
Janeiro.
Este número é muito
importante por duas ordens de razões. Por um lado a protecção da saúde que
fumar muito prejudica e, por outro lado, a demonstração de que muita gente
trocou o supérfluo pelo indispensável, como é razoável que se faça numa
economia sensatamente controlada.
Como ex-fumador, sei bem
quanto a abstenção de sobrecarregar os pulmões com fumo contaminado por
diversos venenos favorece o bem-estar e alivia os gastos que, só em tabaco,
atingiam várias dezenas de euros por mês.
Entretanto, o preço do
tabaco quase duplicou e as condições de saúde dos fumadores deterioraram-se na
medida em que reforçam as consequências da degradação constante das condições
ambientais que a todos prejudicam.
Recordo-me bem de como
foram mal recebidas as primeiras leis que controlavam o acto de fumar em locais
fechados, as reacções quase patéticas de algumas pessoas que se julgaram
coarctadas nos seus direitos de fazer mal a si próprias. Mas nunca ouvi ninguém
falar muito dos direitos de quem também suporta esse direito de fumar dos
outros, seja pela sua contribuição para a má qualidade do ar que todos
respiramos, seja pelos custos nos serviços de saúde dos quais todos somos
pagantes.
Mas a notícia continua a
dizer que, apesar de tudo, a receita fiscal com a venda de cigarros está a
subir. Porém, nos produtos de primeira necessidade baixou.
Tem algum jeito, isto?
Faz algum sentido que haja
quem gaste, para queimar e prejudicar a saúde, o que mataria a fome a outro?
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